2009-03-20

Receita de sopa de peixe no Codex 632

Tomás trincou um pedaço de peixe, pareceu-lhe abrótea, temperada pelo líquido branco do caldo.
"Porque razão é branca a sopa?", admirou-se ele. "Não é feita de água?"
"Leva água, mas também leva leite."
"Leite?"
"Sim", assentiu ela. Parou de comer e fitou-o com uma expressão insinuante. "Sabe qual é a minha maior fantasia de cozinheira?"
"Hã?"

"Quando um dia for casada e tiver um filho, vou fazer uma sopa de peixe com o leite das minhas mamas."
Tomás quase se engasgou com a sopa.

"Como?"

"Quero fazer uma sopa de peixe com o leite das minhas mamas", repetiu ela, como se dissesse a coisa mais natural do mundo. Colocou a mão no seio esquerdo e espremeu-o de modo tal que o mamilo espreitou pela borda do decote. "Gostava de provar?"

Tomás sentiu uma erecção gigantesca a formar-se-lhe nas calças. Incapaz de proferir uma palavra e com a garganta subitamente seca, fez que sim com a cabeça. Lena tirou todo o seio esquerdo para fora do decote de seda azul; era lácteo como a sopa, com um largo mamilo rosa-claro e a ponta arrebitada e dura como uma chupeta. A sueca ergueu-se e aproximou-se do professor; em pé ao lado dele, encostou-lhe o seio à boca.
Tomás não resistiu.

in Codex 632, de José Rodrigues dos Santos

Pronto, já sabem qual a receita para levar um homem à certa... sopinha de peixe com leitinho!


3 comentários:

Claire-Françoise Fressynet disse...

Esta boa demais!=)
Tocas-te nos pontos virgula espaço são tudo coisas de barrigas ponto

Maria Arvore disse...

O JRS até é um rapaz atinado e rigorosamente profissional enquanto jornalista.
Mas palavra de honra que esta cena do livro dele só me lembra um sketch do cozinheiro sueco dos Marretas e me faz desatar às gargalhadas. :)

Fabulosa disse...

Claire, os antigos sempre disseram que um homem também se conquista pela barriga, só nunca pensei que a receita fosse esta! ;) ehehe!

Marie, não conheço esse sketch, mas acho a cena super-divertida.
É o livro que ando a ler agora, e embora já tenha passado esta página (estou quase no fim), achei que não podia deixar de partilhar este dote literário do nosso jornalista orelhudo! ;)