A Emiele acha que sou uma mulher "bem resolvida". Na verdade não sou. Não acho sequer que alguém seja. Sou antes – ou espero ser – uma mulher que já não tem medo de ser nem pede licença para ser. Isso vem com a idade, com aquele outro aniversário que, a partir da próxima semana, vai passar a pesar-me, com as brancas que há muito teimam em aparecer, as rugas insidiosas que vão deixando de ser só de expressão, as dores de costas e o cansaço, a falta de paciência e o desgaste. Mas envelhecer é também aprendermos a estar de bem connosco, é sermos mais assertivos, é pura e simplesmente saber que há coisas que, por falta de remédio, remediadas estão.
Durante demasiados anos da minha vida desperdicei tempo e energia com coisas contra as quais nada podia, sendo que uma auto-estima maltratada se misturou a um luto, pelo que me escondi de mim e do Mundo num casulo de complexos e medos. Depois, o tempo foi passando e acho que cresci. Há coisas a que, hoje em dia, não dou realmente valor.
Talvez no fundo eu seja hoje uma pessoa confiante (não sei se este é um bom sinónimo de resolvida, mas prefiro-o ao bem fodida, que a foda como a entendo nunca é só num sentido e só é bem fodida quem conseguir foder bem) porque sou bastante independente e senhora do meu destino. Calhou-me viver numa época em que isso é possível e fiz as escolhas inevitáveis, mas sabendo que escolhia. Continuo a fazê-las todos os dias e a viver com as consequências. É que também é isso: o calhau é nosso e a encosta por onde rola também; na manhã seguinte ainda lá vai estar e não adianta culpar o destino ou sonhar com o Paraíso, ou sequer conformamo-nos com a via do sofrimento a ser expiado no além: temos apenas uma vida e é nossa responsabilidade vivê-la o melhor possível. Depois, também nunca destoei de certos valores padronizados e arbitrários de beleza, nem tive a infelicidade de conviver com deficiências físicas ou mentais e o óbvio estigma social que as mesmas ainda acarretam e a minha família deu-me uma formação bem burguesa e confortável, sem grandes luxos mas onde nunca faltou o essencial.
De certa forma, estar hoje bem resolvida – ou aparentar estar – é apenas uma consequência da vida que me calhou viver: tenho alguma beleza física e uns olhos verdes que ainda fazem estragos, tenho emprego e casa e carro e dinheiro para as minhas coisas imediatas, não depende de ninguém (tirando talvez o patrão) que não esteja na minha vida por afecto, pais e professores desenvolveram-me cedo a vontade e o gosto de pensar por mim, encheram-me mais de livros do que de bonecos, cresci rodeada de gente e ar puro, corri o bastante por ruas sem carros e matos, sofri cedo perdas duras e escolhas difíceis, convivi sempre com pessoas de frivolidade contida e inteligência desbragada.
Não somos o que somos porque nos resolvemos apenas. Também nos resolvemos, mas quem temos por perto ajuda. Muito. Mesmo quando nem ouvimos essas pessoas ou achamos que estão erradas. Um dia a moeda cai e a importância relativa de algumas coisas muda; o que nos atava a vida deixa de ter grande significado e os medos passam a ser outros, bem como os complexos e as inseguranças. Só que também esses são mais íntimos e mais silenciosos. Ninguém deixa, verdadeiramente, de ter medo de viver, do desconhecido, da doença, da incapacidade, da mudança, de perder as rédeas da vida. Mas a idade dá-nos confiança nas nossas capacidades para resolver o que pode ser resolvido e conformarmo-nos com o inevitável, ao mesmo tempo que nos dá consciência da valia do que somos, como somos, da forma como somos e da opinião que expressámos. E, nesse dia, ganha-se a confiança necessária para, nos dias bons, sermos quem somos sem pedir licença para ser, ou ter medo de ser. Nos outros dias vamo-nos resolvendo aos soluços.
Durante demasiados anos da minha vida desperdicei tempo e energia com coisas contra as quais nada podia, sendo que uma auto-estima maltratada se misturou a um luto, pelo que me escondi de mim e do Mundo num casulo de complexos e medos. Depois, o tempo foi passando e acho que cresci. Há coisas a que, hoje em dia, não dou realmente valor.
Talvez no fundo eu seja hoje uma pessoa confiante (não sei se este é um bom sinónimo de resolvida, mas prefiro-o ao bem fodida, que a foda como a entendo nunca é só num sentido e só é bem fodida quem conseguir foder bem) porque sou bastante independente e senhora do meu destino. Calhou-me viver numa época em que isso é possível e fiz as escolhas inevitáveis, mas sabendo que escolhia. Continuo a fazê-las todos os dias e a viver com as consequências. É que também é isso: o calhau é nosso e a encosta por onde rola também; na manhã seguinte ainda lá vai estar e não adianta culpar o destino ou sonhar com o Paraíso, ou sequer conformamo-nos com a via do sofrimento a ser expiado no além: temos apenas uma vida e é nossa responsabilidade vivê-la o melhor possível. Depois, também nunca destoei de certos valores padronizados e arbitrários de beleza, nem tive a infelicidade de conviver com deficiências físicas ou mentais e o óbvio estigma social que as mesmas ainda acarretam e a minha família deu-me uma formação bem burguesa e confortável, sem grandes luxos mas onde nunca faltou o essencial.
De certa forma, estar hoje bem resolvida – ou aparentar estar – é apenas uma consequência da vida que me calhou viver: tenho alguma beleza física e uns olhos verdes que ainda fazem estragos, tenho emprego e casa e carro e dinheiro para as minhas coisas imediatas, não depende de ninguém (tirando talvez o patrão) que não esteja na minha vida por afecto, pais e professores desenvolveram-me cedo a vontade e o gosto de pensar por mim, encheram-me mais de livros do que de bonecos, cresci rodeada de gente e ar puro, corri o bastante por ruas sem carros e matos, sofri cedo perdas duras e escolhas difíceis, convivi sempre com pessoas de frivolidade contida e inteligência desbragada.
Não somos o que somos porque nos resolvemos apenas. Também nos resolvemos, mas quem temos por perto ajuda. Muito. Mesmo quando nem ouvimos essas pessoas ou achamos que estão erradas. Um dia a moeda cai e a importância relativa de algumas coisas muda; o que nos atava a vida deixa de ter grande significado e os medos passam a ser outros, bem como os complexos e as inseguranças. Só que também esses são mais íntimos e mais silenciosos. Ninguém deixa, verdadeiramente, de ter medo de viver, do desconhecido, da doença, da incapacidade, da mudança, de perder as rédeas da vida. Mas a idade dá-nos confiança nas nossas capacidades para resolver o que pode ser resolvido e conformarmo-nos com o inevitável, ao mesmo tempo que nos dá consciência da valia do que somos, como somos, da forma como somos e da opinião que expressámos. E, nesse dia, ganha-se a confiança necessária para, nos dias bons, sermos quem somos sem pedir licença para ser, ou ter medo de ser. Nos outros dias vamo-nos resolvendo aos soluços.
(Vítimas nomeadas: Maria Árvore, I., Noite, JP, Cristina, Claire, Luna, MRF, Adoa e Deep (como se diz cá na minha terra, amiguinhas desemerdem-se! E agora vou descansar os ossos e dar descanso à alma caridosa que, de forma tão simpática, acabou de me escrever este testamento enquanto eu o ditava do conforto do sofá)
31 comentários:
e perante este texto, ainda existe alguma dúvida de que o és? :)
simplesmente fantástico!
Bem, o parêntesis final fez-me respirar de alívio, porque já ia dizer como é que conseguias um texto destes, escrevendo com um dedo só como tinhas anunciado!!!!
OK!
Olha, querida Hip, deste uma maravilhosa «volta ao texto»! A sério que quando recebi o dito «selo» só vi uma brincadeira, e fiquei realmente a pensar o que seria essa do «resolvida» (palpita-me que a cadeia deve vir do Brasil e a coisa pode fazer mais sentido em brasileiro, mas é só um palpite)
A Castanha Pilada deu-lhe uma interpretação gozona, eu não lhe dei nenhuma, mas de qualquer forma senti que o 'galardão' queria referir-se a alguma espécie de «força» e foi desse modo que fiz as minhas escolhas.
E se tens força, tu!!! Este post/texto/depoimento é exemplar nisso.
Eu também me analiso muitas vezes, e muitas vezes fico embaraçado entre aquilo que pensava fazer e o que de facto fiz. Sinto-me hoje bem mais humilde e menos presunçosa do que quando era nova (fui muito presunçosa e convencida, acreditem) e aprendi que em muitas coisas não posso garantir que «desta água não beberei!». Claro que há princípios que hão-de morrer comigo, mas em muitas coisas da minha vida meti a pata na poça que estava mesmo à vista e não a vi...
Mas, de certa forma, também penso que do mesmo modo que tu, sou -posso dizer que sim - bem resolvida.
Obrigado por teres respondido tão rápido!
aNa, tem dias. Tem dias para todos nós :)
obrigada
Não sei é como vou responder aos comentários, lol (ainda ali tenho noutros posts comentários sem resposta). E não posso abusar da sorte nem esperar que alguém tenha pachorra para servir de secretária das minhas vontades de teclar. De qualquer forma já estou bem melhor; a ver se amanhã há mais que um dedo.
Uma semana - mais coisa menos coisa - sem postar tinha de dar nisto, Emiele; e achei piada ao mote :)
Bem me parecia que não era pelos dedos que te mentecapavam.
texto interessante e sintético sobre, não a forma como temos a cabeça 'resolvida' mas, como crescemos. felizes são aqueles que ainda acham que têm algo para aprender, saber, pensar, mudar... embora por momentos possamos parar, a vida não é estática e continua, continua. nós simplesmente passamos. até
Aliás, és uma mulher super bem resolvida, até arranjaste uma secretária para te por o post no blog, enquanto deliciada ficas deitada no sofá !!
ahahahahahahahah
Obrigada Hipatia.
agora, cansada, nem sei bem o que dizer. mas hei-de saber.
beijo
Antes de mais, bonito texto, confessional qb, abeirando-se da ternura de uma certa idade :P e de um grande bom-senso.
Em segundo, não tinha dúvidas que ias dar a volta ao sentido da cadeia (estupidamente machista: o "bem resolvida" é uma expressão brasileira, por muitos, limitada ao "bem fodida"; ou como se diz no norte (pronto, noutros sítios), "mulher com pito sossegado é mulher satisfeita", logo, mais calma, virada para coisas mais elevadas e nunca para o intriguismo ou manias similares - ca nojo!).
Em terceiro, acho muito bem que digas que tens casa, carro e dinheiro, tudo fruto do teu trabalho. E que herdaste esses olhos verdes (os meus estão cada vez mais cinzentos); que tiveste uma boa educação e bons amigos.
Se há coisa certinha, certinha, é que nesta vidinha só somos alguma coisa porque não vivemos isolados e muito do que achamos ter sido conquistado a pulso próprio (se pensarmos bem),há sempre alguém que de alguma maneira - às vezes tão pequenina - também acabou por nos ajudar.
E agora vá, pinta-te toda de cal...
"hoje em dia, não dou realmente valor."
Isso é mesmo crescer. Ir aprendendo com a vida.
Gostei bastante do teu texto, poderia ficar aqui horas a divagar.
Saudaões alienígenas
Ó pá, ó pá. Gostei tanto deste post. Grande mulherona.
A gente não semos resolvidas, mas lá nos vamos resolvendo, né?
Beijocas repenicadas, e massagens de hirudoid :)
Tu és uma mulher de fibra.:) Construída grão a grão. :)
E fico mais descansada por não teres teclado que quase temi que não suportasses as dores. :) Bem como em saber que cada dia vais ganhando um dedo. :)
(e grata pela oportunidade que me dás, digo já quea minha resposta sai logo à noite :)
Pois cá estou eu, Erecteu. Mas muito devagarinho, que hoje não tenho assistente :D
Comsentindo, antes de mais, bem-vinda!
Não, a vida não é estática e vai sempre seguindo. Cabe-nos apenas a nós seguir com ela, em lugar de ficar a ver a vida passar. E, no entanto, ao mesmo tempo também começamos a saboreá-la com menos pressa :)
A gripe está melhor?
Estive quase a pedir-te para me fazeres um "fono-post" daqueles que tão bem sabes fazer, Tozé ;)
Sei que sim, Cristina. E sei que vou gostar muito de ler :))
Antes de mais, deixa só lembrar que também vais ficar mais velho para a semana, por isso não venhas com essa da idade :P
Depois, há uma certa mania de se fazer um discurso do tipo “vejam como eu sou bom/boa, tão bom/boa que até só me arranjo para mim, só me penteio para mim, só lavo os dentes porque os tenho demasiado perto do nariz” que me irrita profundamente. Não vivemos em ilhas, mesmo quando nos isolamos; e aprendemos que temos de viver em sociedade com um mar de gente de que podemos gostar muito ou pouco, que nos irritam ou nos deliciam, que nos fazem melhorar como pessoas ou então nos tentam levar para baixo. A tal da idade ensina-nos a lidar com isso e passamos a ser mais selectivos: continuamos a saber conviver com toda a gente mas só nos partilhamos com quem realmente importa. E é por isso que há, cada vez mais, demasiada coisa que não me diz nada realmente. Como um qualquer argumento machista que podemos agora decompor nas suas partes; ou a forma como desligámos e seguimos em frente quando confrontados com gajas de pito aos saltos ou gajos que apenas pensam com o entre-pernas.
E, sabes, admito facilmente que talvez tenha sido mais prendada pela vida que muitos outros: não recebi nada sem esforço – tirando talvez a amizade e o amor, o que acho profundamente espantoso – mas também não tive que ganhar a minha confiança sem que tivesse tido a possibilidade de estudar e conviver com boa gente; e comida na mesa; e mobilidade física; e um aspecto banal que me permitiu sempre andar na rua sem que, de alguma forma, me apontassem o dedo. Penso que qualquer pessoa que acabe bem resolvida tendo de enfrentar uma vida bem mais difícil do que a minha é bem mais merecedora de reconhecimento, seja porque enfrenta o dia numa cadeira de rodas num País sem rampas, ou porque foi arrancado à escola para ir para as obras aos 12 anos, ou até porque nasceu numa casa onde as únicas coisas importantes eram o carrascão e o Benfica.
Mas não somos de facto apenas nós; somos nós na forma como fomos crescendo. E, sem dúvida, quem nos rodeia acaba por ser também em parte nosso construtor.
As prioridades vão mesmo mudando, não é, Alien? E acho que vamos ficando mais fortes, ao mesmo tempo que também ficamos mais calejados. E os calos, mesmo tirando-nos parte da sensibilidade, acabam por nos fazer bem mais resistentes.
Já estou bem melhor, I. Já nem tenho o braço ao peito. Era só o que faltava ir de férias para a semana (antes que comecem os protestos, ainda são férias do ano passado) sem ter todos os dedos - e o resto - disponíveis ;-)
E é isso: vamo-nos resolvendo. É que se não o fizermos, ninguém o fará por nós :D
Nos dias em que não apareci no blogue não podia mesmo, Maria Árvore. Mas mal comecei a poder mexer um dedinho, voltou logo a vontade. E é que eu sou mesmo desastrada, especialmente quando estou com demasiada pressa por ter adormecido. Uma das piores coisas de termos de trabalhar é haver horários de manhã. Por mim, só fica minimamente tragável a partir das 10:30h e vários cafés depois :D
E vou ficar à espera do teu texto. É que aquele "chérie" deixou-me a pensar que perdi alguma coisa enquanto estive fora ;-)
Hipatia,
experimenta ler o "chérie" no masculino... ;)
Não é fácil, mas está quase... logo que tenha tempo acabo.
Gostei muito do teu texto. Não sei se é da idade que, suspeito, será a mesma, com uns dias de diferença, não mudaria a uma vírgula a algumas passagens.
Estás melhor? Hope so...
Inté...
Agradeço a distinção, com a qual já fui agraciada antes e sobre a qual escrevi aqui:
http://horas-perdidas.blogspot.com/2009/02/bem-resolvida.html
(Sinceramente, acho-me muito pouco resolvida, mas agradeço que achem que sou)
Ok Hip, desta já estou resolvida. Beijo
Já experimentei. E já percebi tudinho, Maria Árvore ;-)
Já te li, Deep. Ficou tão bonitinho o teu texto! E com tanta verdade :)
Já agora, não te nomeei por achar que precises resolver seja o que for; ou melhor, todos precisamos resolver muitas coisas. Só estranho aqueles que dizem que não ;-)
Tinhas sido agraciada antes mas não por mim, ora! :D
Também já vi que te resolveste, Claire :D
Gostei a valer do teu texto. É isso mesmo. Nada melhor que aceitar os nossos limites, ver os pontos fortes, aprender a viver com os fracos, valorizar o que conseguimos por nós e agradecer ter gente boa à nossa volta. Estou contigo. Mesmo se... ele há dias, não é? Hoje, por exemplo, não me apetece nada dizer «yep, sou uma gaja resolvida» ;)
Respondo-te num dia bom. Beijinhos
Ele há mesmo muitos dias, Rosarinho :) Uns bons e outros nem por isso. Olha eu, nestas semanas que se acotovelam à vota do meu aniversário, passo rapidamente pelos dois tipos. Mas como gosto de fazer anos, acabo bem resolvida com o assunto :D
Mais Vozes
Um gajo mauzinho iria pegar num pedaço do texto e perguntaria se andas a procura de noivo ( olhos verdes carro casa e roupa lavada o sonho de qualquer gajo bem ou mal intencionado)
Como não tenho tempo vou deixar o comentário para quando o tiver
frogas | 03.18.09 - 1:26 am | #
--------------------------------------------------------------------------------
eu só acho que o vestido da menina do selo das mulheres resolvidas não precisava ser tão curto. tb há mulheres bem resolvidas de calças! LOL!
sim, li o que escreveste, não fiquei só a embasbacar com a imagem. acho que começas por dizer que não és bem resolvida para até ao fim do texto ires demonstrando o contrário. pois se tudo o que disseste de ti não define uma mulher bem resolvida então não sei bem o que isso é.
fabulosa | Homepage | 03.18.09 - 12:30 pm | #
--------------------------------------------------------------------------------
LOL
Com esta idade, caro Frogas, já não tenho cá vontade de me transformar em Carochinha
Hipatia | Homepage | 03.18.09 - 11:14 pm | #
--------------------------------------------------------------------------------
Há sim senhora, Fabulosa. Mas aquela é ruiva e por isso perdoo-lhe o vestido
E não, não acho que caiba no espartilho de resolvida, até porque ainda tenho muita coisa por resolver. Só que essas coisas são cada vez mais minhas, íntimas, não passando por empilhar uma série de características apregoadas. É que se precisas apregoar aos quatro ventos que estás resolvida, então não deves estar de facto. E há muitos dias de muitas inseguranças e muitos medos que me fazem continuar a dizer que tem dias de auto-confiança exuberante, como tem muitos outros sem qualquer tipo de resolução.
Hipatia | Homepage | 03.18.09 - 11:20 pm | #
--------------------------------------------------------------------------------
Não podia deixar passar em claro o facto dos teus professores estarem em tão elevado patamar .
Pretensão a piadinha venenosa
frogas | 03.19.09 - 12:07 am | #
--------------------------------------------------------------------------------
Temos apenas uma vida e é nossa responsabilidade vivê-la o melhor possível .
só esta simples frase dava para passarmos aqui o resto da vida
porra se não fossem os olhos verdes ficava a pensar que estava a ler alguém a quem já falta pouco para embarcar para debaixo dos torrões. E não , não concordo com essa visão de que a idade nos dá confiança para resolver o que quer que seja a idade trás indiferença falta de vontade medo apatia indiferença e muitas outras coisas que pouco tem a ver com aquilo que acreditas .
frogas | 03.19.09 - 12:34 am | #
--------------------------------------------------------------------------------
Não todos os professores, Frogas. Alguns professores. A professora primária, por exemplo. Mas também tive muitos dos outros, dos incompetentes, daqueles que mereciam ser corridos. E que não são porque, infelizmente, arranjaram um trabalhinho em que podem dar cabo da vida dos alunos e nunca pagam por isso. Estou a pensar, por exemplo, numa professora de matemática que me saiu em rifa no 2º ano do preparatório, ou num professor de inglês que gostava de apalpar alunas no 9º ano (ficou com o carro virado de lado no parque de estacionamento) ou uma professora de história no 11º contra a qual foi preciso mover um processo que, como quase sempre acontece no ensino que temos, ficou em águas de bacalhau.
E, não, não é alguém que esteja perto de embarcar, ainda que ninguém saiba a que horas vai. Antes uma pessoa que ainda nem chegou aos "enta" mas que já levou traulitada suficiente para saber que a vida é nossa, só nossa e que a qualquer momento podemos perder aquilo que pensávamos ser o mais importante na nossa vida e ainda assim sermos obrigados a sobreviver primeiro e a viver depois (que não são exactamente a mesma coisa). E, sobre este tema, desafio muitos a tentarem dizer-me que não é assim. Enterrei demasiada gente demasiado nova, Frogas. Em muitos sentidos, sobrei apenas eu. Mas estou cá. E aproveito cada dia. Mas para chegar aqui, foi preciso muito ano em cima e demasiado tempo desperdiçado a lamber feridas.
Hipatia | Homepage | 03.20.09 - 8:24 pm | #
--------------------------------------------------------------------------------
Eu gosto de desafios adora espicaçar e tenho um gostinho especial por contrariar mas neste caso é-me de todo impossível aceitar . Penso que não valerá a pena explicar os porquês .
Tempo desperdiçado a lamber feridas já seria coisinha para me meter a pensar
frogas | 03.21.09 - 1:23 am | #
--------------------------------------------------------------------------------
Somos também aquilo que a vida nos fez. E se não podes concordar, terás os teus motivos; como eu tenho os meus para pensar assim
Hipatia | Homepage | 03.28.09 - 6:47 pm | #
Enviar um comentário