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Num dos seus velhos filmes, Mickey Rourke aparece durante a primeira metade caracterizado como na imagem acima. Foi dos desempenhos do velho Rourke que mais gostei. Hoje toda a gente comenta como está feio. E eu vi um actor fazer um papelaço, profundamente frágil, profundamente completo. Nem me passou pela cabeça comparar este Johnny Handsome com o antigo. A representação que deixa no The Wrestler vai para além da cara que hoje tem, dos cães que não o abandonaram, do rosto de deixou destruir à porrada. Talvez a velha beleza contra a qual se rebelou quando o tentaram transformar no ídolo do softporn fosse realmente a máscara que, hoje, pode por fim deixar cair. Estou à espera do próximo filme, agora que pode ser só actor.
2 comentários:
Não tive coragem de ir ver o filme (TPM, fico um caco, nem pensar em ver qq coisa mais emotiva), mas me mate veio de lá encantado, a dizer que o óscar devia ser dele, e que o filme é mesmo muito bom.
O Rourke comove-me imenso. Não sei se tenho queda para Belle, mas o que ele fez a si próprio, entre botox e porrada levada, é pungente. E gozarem com o facto de andar com a medalhinha da cadela ao peito, é atroz. Só quem nunca imaginou estar ou esteve totalmente só, ou no fundo do poço, pode troçar. Porque nessa altura, são mesmo os bichos os melhores amigos para se ter.
Diz-se que quando as pessoas estão na mó de baixo, até os cães lhes mijam nas pernas. No caso do Rourke, enquanto toda a gente lhe cagava em cima, os cães devem ter sido a única companhia decente. Para quem já teve ou tem cães, a fidelidade canina vale qualquer medalha. E, já agora, uma palavra para o realizador, que contra tudo e contra todos, quis o Rourke: ainda há quem saiba o que está a fazer :D
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