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Algumas coisas já só nos deixam demasiado embrutecidos, mas há outras que nos atingem como um murro no estômago. Nos comboios de Madrid embarcamos também. Foi muito mais próximo do que tudo o que queremos esquecer. Madrid representou a cobardia engatilhada em precisão, fazendo do terror a arma apontada ao nosso quotidiano. E não consigo deixar de pensar que naqueles comboios podia estar eu. Ou outra qualquer pessoa que me é próxima. O terror vive disso também.
4 comentários:
«O terror vive disso também.»
O terror é isso: a qualquer momento, em qualquer lugar, a qualquer um de nós.
É isso mesmo. E ceder ao terror, é deixar que vença. Não podemos, não podemos.
Mas a proximidade intensifica-o, não é?
Tens razão: ceder é perder. Mas o pior é a insistência de uns quantos em fazer-nos ceder.
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