Fora existe o mundo. Fora, a esplêndida violência
ou os bagos de uva de onde nascem
as raízes minúsculas do sol.
Herberto Helder – Sobre um Poema
Há dias em que me sinto perdida, sem rumo. Em que ao abrir a janela pela manhã e vendo como o céu se veste de nuvens escuras, ao ver como o negrume do dia se tinge de lágrimas de chuva, copiosas, sem descanso, só me apetece voltar para o quente da cama e esquecer-me. Esquecer-me que há dia, que há compromissos, tarefas por cumprir. Esquecer-me da neura que me turva. Esquecer-me das rotinas e do despertador inclemente. Esquecer-me que há responsabilidades e agendas e planos. Esquecer-me de toda a ordem que impus nos meus dias, a forma como cataloguei a vida e as vidas, os roteiros com hora marcada.
Há dias em que me sinto – e estou de facto – à deriva ...
1 comentário:
Ah! Era a Caliope :)))
(já respondi ali ao lado e tudo...)
Mais beijinhos
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