Quando li o post do Eufigénio tive pena de não poder lá comentar mas compreendo que não o deseje. Deste-me tu esse espaço.
Há já algum tempo atrás vi um documentário sobre suicídios on line que me impressionou bastante. Não questiono (aqui) o direito ao suicídio. Fico-me, tão somente, com a sensação que estes actos on line me fazem lembrar o Grito surdo do Munch. Condessa às Avessas | Homepage | 05.24.05 - 12:12 am | #
Eu trouxe para aqui o post do Eufigénio exactamente porque não me era possível comentar lá. E, no entanto, nem tenho comentários a fazer. Talvez porque tenho uma posição muito ambivalente em relação ao tema; talvez porque consigo imaginar um desespero assim tão grande; mas também porque nem sei bem se hei-de qualificar como coragem ou antes como cobardia. Só que esta exposição on-line, este grito surdo, deixa-me demasiado tolhida, sem palavras. Tem de haver limites. Temos de ser nós a encontrar esses limites. Tem de haver um espaço para o "basta". Ficar assim congelado um fim ao sabor da brevidade e fugacidade que faz a Net, é como se o acto, cobarde ou corajoso que fosse, ficasse contaminado, sem sentido. Hipatia | 05.24.05 - 2:04 am | #
Quem se suicida não avisa. Quando muito, comunica postumamente. Por isso, aquele blog é perda de tempo. Ricardo Garcia | Homepage | 05.24.05 - 12:01 pm | #
Quanto a mim, a questão nem é bem essa, Ricardo. É tudo o que diz o Eufigénio a propósito da brevidade e voracidade da Net, onde tudo está visível apenas por um momento para, no momento seguinte, ser soterrado por outro tanto. E, no fim, nem um grito sobra. Sobra apenas um nada. E ninguém merece ser um simples nada que rapidamente se esquece. Hipatia | Homepage | 05.24.05 - 7:07 pm | #
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Quando li o post do Eufigénio tive pena de não poder lá comentar mas compreendo que não o deseje. Deste-me tu esse espaço.
Há já algum tempo atrás vi um documentário sobre suicídios on line que me impressionou bastante. Não questiono (aqui) o direito ao suicídio. Fico-me, tão somente, com a sensação que estes actos on line me fazem lembrar o Grito surdo do Munch.
Condessa às Avessas | Homepage | 05.24.05 - 12:12 am | #
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Eu trouxe para aqui o post do Eufigénio exactamente porque não me era possível comentar lá. E, no entanto, nem tenho comentários a fazer. Talvez porque tenho uma posição muito ambivalente em relação ao tema; talvez porque consigo imaginar um desespero assim tão grande; mas também porque nem sei bem se hei-de qualificar como coragem ou antes como cobardia. Só que esta exposição on-line, este grito surdo, deixa-me demasiado tolhida, sem palavras. Tem de haver limites. Temos de ser nós a encontrar esses limites. Tem de haver um espaço para o "basta". Ficar assim congelado um fim ao sabor da brevidade e fugacidade que faz a Net, é como se o acto, cobarde ou corajoso que fosse, ficasse contaminado, sem sentido.
Hipatia | 05.24.05 - 2:04 am | #
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Quem se suicida não avisa. Quando muito, comunica postumamente. Por isso, aquele blog é perda de tempo.
Ricardo Garcia | Homepage | 05.24.05 - 12:01 pm | #
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Quanto a mim, a questão nem é bem essa, Ricardo. É tudo o que diz o Eufigénio a propósito da brevidade e voracidade da Net, onde tudo está visível apenas por um momento para, no momento seguinte, ser soterrado por outro tanto. E, no fim, nem um grito sobra. Sobra apenas um nada. E ninguém merece ser um simples nada que rapidamente se esquece.
Hipatia | Homepage | 05.24.05 - 7:07 pm | #
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