Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
José Régio – Cântico Negro
A minha relação com a fé organizada será sempre um "sei que não vou por aí". As preces, para mim, não precisam ser mediadas. Como uma anedota, se não a contamos em discurso directo ao interlocutor, perdem-se pedaços. Sempre achei que as minhas preces são os meus ais em versão suspiro e não precisam de intermediários. Nem público.
Que coloque preces ao indizível apenas faz de mim humana, certo? Não foi, também, por esta capacidade de imaginar algo não concreto que nos permitimos fazer a separação para além do irracional? Mas não aceito que me contaminem quaisquer vislumbres de fé com interferências de uma organização forçada. Que não me contaminem esta vontade última de saber, de decidir, se e quando vou por ali. Afinal, não serei mais do que, como todos nós, o fruto possível do "amor que há entre Deus e o Diabo"…
E por isso, um dos meus poemas favoritos é este "Cântico Negro", do José Régio. Lembrei-me dele hoje, enquanto ouvia a Diamanda Galas cantar as suas Litanias e duas Testemunhas de Jeová me interromperam o sossego do Domingo. E nem a voz da Diamanda as pôs em fuga. Tive de ser eu. E não fui particularmente simpática. Sempre achei que esta gente não "atacava" ao Domingo… Será que já nem guardam o dia de descanso?
Mas fiquei com inspiração para um post. As inspirações fazem-se disso: pequenos nadas que são importantes para nós, que guardamos na memória e, por um acaso, se soltam como um suspiro. E um dia destes terei que postar aqui um outro texto que escrevi há muito e foi, então, demasiado polémico. Mas não hoje…
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
José Régio – Cântico Negro
A minha relação com a fé organizada será sempre um "sei que não vou por aí". As preces, para mim, não precisam ser mediadas. Como uma anedota, se não a contamos em discurso directo ao interlocutor, perdem-se pedaços. Sempre achei que as minhas preces são os meus ais em versão suspiro e não precisam de intermediários. Nem público.
Que coloque preces ao indizível apenas faz de mim humana, certo? Não foi, também, por esta capacidade de imaginar algo não concreto que nos permitimos fazer a separação para além do irracional? Mas não aceito que me contaminem quaisquer vislumbres de fé com interferências de uma organização forçada. Que não me contaminem esta vontade última de saber, de decidir, se e quando vou por ali. Afinal, não serei mais do que, como todos nós, o fruto possível do "amor que há entre Deus e o Diabo"…
E por isso, um dos meus poemas favoritos é este "Cântico Negro", do José Régio. Lembrei-me dele hoje, enquanto ouvia a Diamanda Galas cantar as suas Litanias e duas Testemunhas de Jeová me interromperam o sossego do Domingo. E nem a voz da Diamanda as pôs em fuga. Tive de ser eu. E não fui particularmente simpática. Sempre achei que esta gente não "atacava" ao Domingo… Será que já nem guardam o dia de descanso?
Mas fiquei com inspiração para um post. As inspirações fazem-se disso: pequenos nadas que são importantes para nós, que guardamos na memória e, por um acaso, se soltam como um suspiro. E um dia destes terei que postar aqui um outro texto que escrevi há muito e foi, então, demasiado polémico. Mas não hoje…
1 comentário:
On : 6/26/2005 5:14:20 PM bastet (www) said:
ainda te tentei dizer que era eu disfarçada mas tu bateste-me a porta na cara... olha não volto aí!
On : 6/26/2005 5:23:32 PM Hipatia (www) said:
eheheh
Era um casal. E duvido que tivesses arranjado, de disfarce, tamanhas perucas. Ambas: a dele com ar de capachinho, a dela inenarravelmente esfiapada e desleixada
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