É que adoro o modo como cozinhas as palavras e como todos os teus 'posts' saem tão apuradinhos.
F.
Um elogio e tanto! Não sei sequer se o mereço, minha querida. Mas soube-me bem lê-lo, no segredo das caixas de correio. Talvez por isso me tenha sabido tão bem: não é apenas um elogio para todos lerem; foi algo só para mim. E gostei da forma como traduziste o atropelo em que perfilo as palavras, a forma como a minha escrita se faz da desordem e, tantas vezes, do exagero do tempero feito imagens, adjectivos.
Tentei muitas vezes contornar estar forma oblíqua de escrever. Porque não tenho um discurso oblíquo. Aliás, sendo tripeira de alma e coração, tenho até um discurso bastante directo que, quando temperado, é normalmente com palavrões. Mas a escrita sai-me sempre bem mais rebuscada do que desejaria.
E tu pedes-me para falar de amor. E eu não sei se tenho as palavras certas para falar de amor. O amor merece palavras claras, simples, puras. Especialmente um amor grande, profundo, adulto, magoado, feito de escolhas difíceis e de saudades maiores. Mas tentarei falar em outro dia. Está prometido. Falarei com o carinho que o teu pedido me merece, com o respeito que a obra tem de ter. Perdoa não ser hoje. Perdoa não ser talvez este fim de semana.
Mas vou escrever esse post de pontes e de amores. Para ti, que mo pediste. Mas para mim também: escreverei para recordar o sobressalto de ficar ali, com a mão na porta, dividida entre a vontade de partir ou ficar.
Só que eu ainda estou em busca de um reencontro com essa porta, essa grande decisão. E, por isso mesmo, esta não é uma boa altura para escrever sobre amores doloridos, mesmo que assim grandes, assim perenes.
F.
Um elogio e tanto! Não sei sequer se o mereço, minha querida. Mas soube-me bem lê-lo, no segredo das caixas de correio. Talvez por isso me tenha sabido tão bem: não é apenas um elogio para todos lerem; foi algo só para mim. E gostei da forma como traduziste o atropelo em que perfilo as palavras, a forma como a minha escrita se faz da desordem e, tantas vezes, do exagero do tempero feito imagens, adjectivos.
Tentei muitas vezes contornar estar forma oblíqua de escrever. Porque não tenho um discurso oblíquo. Aliás, sendo tripeira de alma e coração, tenho até um discurso bastante directo que, quando temperado, é normalmente com palavrões. Mas a escrita sai-me sempre bem mais rebuscada do que desejaria.
E tu pedes-me para falar de amor. E eu não sei se tenho as palavras certas para falar de amor. O amor merece palavras claras, simples, puras. Especialmente um amor grande, profundo, adulto, magoado, feito de escolhas difíceis e de saudades maiores. Mas tentarei falar em outro dia. Está prometido. Falarei com o carinho que o teu pedido me merece, com o respeito que a obra tem de ter. Perdoa não ser hoje. Perdoa não ser talvez este fim de semana.
Mas vou escrever esse post de pontes e de amores. Para ti, que mo pediste. Mas para mim também: escreverei para recordar o sobressalto de ficar ali, com a mão na porta, dividida entre a vontade de partir ou ficar.
Só que eu ainda estou em busca de um reencontro com essa porta, essa grande decisão. E, por isso mesmo, esta não é uma boa altura para escrever sobre amores doloridos, mesmo que assim grandes, assim perenes.
1 comentário:
On : 6/17/2005 4:48:39 PM vague (www) said:
Hipatia, diz-me a intuição que independentemente de se ser mais depurado em busca do essencial ou pleno e rico de cores e cheiros, a alma de cada pessoa que escreve é só dela se a quiser soltar . E é o nosso estilo que temos de seguir. E eu gosto do teu, é tripeiro ou é da terra dos mouros, não me interessa- tem alma própria e voz interior. E não digo mais nada que só me pagaste para escrever 6 linhas. Forreta
On : 6/17/2005 5:03:04 PM Hipatia (www) said:
Então estou a dever-te duas linhas e mais um diabo, certo?
E obrigada!
On : 6/17/2005 5:11:43 PM bastet (www) said:
Pois a mim nem sequer me pagaste, vá-se lá saber porque venho aqui... arriscar-me-ia a dizer que é porque gosto, que é porque sim, porque misturas o humor com uma escrita rica e correcta, a imaginação com a crítica mordaz mas... como nã me pagas não digo nada.
On : 6/17/2005 5:22:28 PM Hipatia (www) said:
(Bastet, vai ao mail, antes de mais nada São quatro são. Mas só em uma )
E fiquem sabendo que podem dizer bem à vontade, que o meu ego aguenta e agradece.
Mas o post era mesmo a única forma que tinha para, verdadeiramente, mostrar como tinha ficado contente com um e-mail e com a proposta que, nele, me faziam.
On : 6/17/2005 6:09:35 PM vague (www) said:
Proposta?
(Vague de ouvido colado à porta)
On : 6/17/2005 6:13:43 PM Hipatia (www) said:
à porta?
Pobre écran abandonado
(e não era dessas propostas mas, admito, tenho algumas novidades para contar... amanhã, talvez, na "outra" caixinha do costume, em resposta ao que ainda não mandaste)
On : 6/17/2005 6:28:56 PM bastet (www) said:
Pois também vi o e-mail e as quatro em uma! Paciência mais ano menos ano e virão as outras!
On : 6/17/2005 6:32:02 PM Hipatia (www) said:
Ou não...
(Já conseguiu escafeder uma miúda e um gato )
On : 6/18/2005 2:11:38 AM vague (www) said:
O que é que ainda não mandei?
(Vague sonolenta )
On : 6/18/2005 6:28:55 AM fil (www) said:
oh pah não estava à espera desta resposta. fiquei eu sem palavras agora.
Percebeste na perfeição o meu pedido que foi escrito de sobressalto, ainda antes do fim do filme:
é para falares de amor sim, e da manete que nesse dia resistiu mais do que o habitual, esse milímetro que não cedeu e que os separou, da chuva e do peso da responsabilidade, dos amores que não esquecemos, ou quase que nem chegam a acontecer, mas que nos marcam para a vida e da constante dúvida de como tudo seria se a ponte tivesse sido atravessada.
Até lá, fico enternecida e bêbeda com outros posts. Nada de pressas, que por aqui tb não. Os reencontros demoram...
mil beijinhos e obrigada
On : 6/18/2005 10:18:46 AM Hipatia (www) said:
Mandaste depois, Vague. Com o nome do gato errado. Mas já mandaste
On : 6/18/2005 10:20:10 AM Hipatia (www) said:
Eu percebi, sim, minha querida. E preferia saber-te a viver o amor, em lugar de estares a ver filmes antigos. Mas vou escrever um dia desses esse post.
Beijinho e obrigada pelas tuas palavras.
On : 6/18/2005 8:01:47 PM Zu (www) said:
Novidades??? Qu'é delas??? (Zu de orelha levantada, à escuta; ando a aprender com o cachorro ).
Isto não é comentário que se faça a um post tão bonito. Mas o problema é esse mesmo: é tão pessoal, tão doce, que a resposta o seria também, e por isso calo-a. E digo, em lugar disso, disparates .
On : 6/18/2005 8:40:45 PM Hipatia (www) said:
Obrigada, Zu. Até pelo que calas
On : 6/18/2005 11:11:10 PM mysticat (www) said:
"E preferia saber-te a viver o amor, em lugar de estares a ver filmes antigos."
wouldn't we all?
Zu, disparates doces são sempre..... doces
beijinhos, meninas!!
On : 6/19/2005 7:12:49 AM Hipatia (www) said:
Eu só tenho de ter cuidado com o sal... é a minha sorte
On : 6/19/2005 3:38:48 PM Zu (www) said:
Então, vamos aos doces!
On : 6/19/2005 3:44:39 PM Hipatia (www) said:
Por acaso... olha que me apetecia uma mousse de maracujá bem fresquinha. Também sou "convencível" pela barriga, que pensas...
On : 6/20/2005 6:06:30 AM Zu (www) said:
Acho que fazes muito bem. Mousse de maracujá não soa nada mal. Haja quem a prepare
On : 6/20/2005 11:51:19 AM Hipatia (www) said:
Sem dúvida, Zu!
Bons cozinheiros são sempre bem vindos
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