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Nesta realidade um dos crimes mais graves é a tentativa de hackear um Ghost (espírito), pois o hacker que conseguir tal proesa possui o poder de fazer o que quiser com aqueles que hackeia. O hacker pode utilizar isso para raptar, apagar e alterar memória, obter informações, controlar o individuo, etc.
Rodrigo Adry sobre o filme Gost in the Shell
Tenho encargos e, à conta delas, acabo prostituída ao horário fixo e aos desmandos de uns quantos. Era fácil ter ideais antes de ter contas para pagar. Agora resigno-me, como todos, agrilhoada à necessidade de garantir o vil (e escasso) metal que me paga a casa, põe comida na mesa, luz, água, gás, televisão, internet, gasolina e todas as tretas onde, por mais que tente, parece sempre impossível poupar.
Conformada? Nunca! Mas manietada sim. Porque há coisas que não me posso dar ao luxo, infelizmente, por mais que - tantas vezes, em tantos dias - me apeteça mandar tudo para trás das costas, mandar uns quantos para o caralho e fazer de conta que sou livre.
E é por isso que ranjo os dentes, escrevo um post e, amanhã, bem cedo, estarei a bulir outra vez, à espera que a semana passe depressa e que, no fim do mês, continue a chegar algum.
Sinto-me uma marioneta e há muito que já nem distingo os bonecreiros. São já quase uma entidade abstracta, que me levam cada vez mais e mais dinheiro e nem adianta culpar um apenas (o Estado, o Banco...) que aparece logo outro para me tentar enrabar mais um bocadinho.
12 comentários:
Por isso é que houve um senhor chamadado Marshall Sahlins que chamou às sociedade primitivas, sociedades de abundância, não pelos bens adquiridos, mas pela relação qualidade/quantidade, expressa nos tempo disponivel, digamos assim.
É foda, mas é a vida!
E agora se tivesse memória suficiente atirava-te com aquela do "we'll always have..." não me lembro nem do filme nem do resto da frase, mas tu sabes qual é, aposto ;)
Obviamente que sei qual é, tal como tu sabias que eu sabia :D
E é cada vez mais uma foda mal dada. É que não me diverte nada, quase como se estivesse condenada apenas a abrir as perninhas e deixar os gajos fazerem o serviço. Irra!
O meu começa e acaba a 25, Emiéle :) E, sim, ando mal disposta mesmo. Aliás, ando num mau humor que se cheira a léguas. E, depois, vejo e ouço cada absurdo que só me apetece bater em alguém. Nos dias em que chegam contas, então, mais vale ninguém se aproximar de mim.
"Conformada? Nunca!"
nunca mesmo!
mas percebo o que dizes.
ainda só tive um emprego, que durou os últimos seis meses.
para já, não sei bem o que vou fazer.
mas ainda me quero dar a esse luxo... até ao dia em que tiver que me sujeitar ao que aparecer!
ah, escusado será dizer que ainda não tenho contas para pagar!
Compreendo-te bem, amiga, mais por isso optei por ir estudar enquanto aqui estou, porque sabia que ia ter que aturar uma cambada de inergúmenos irresponsáveis e cobardes e eu que sei o que é trabalhar, porque felizmente passaram pessoas extraordinárias pela minha vida profissional que mo ensinaram, não queria de todo converter-me à espécie ou ter que os aturar e calar.
Mas eu neste momento posso fazer isso... se não pudesse, bem tinha que me sujeitar a esta cambada de cobardes irresponsáveis.
Dias melhores virão para ti, tenho a certeza...
Sim senhora, bonita coisa para eu ler em final de semana de trabalho intenso, poucas horas de sono e um sentimento de frustração e impotência que me pesa toneladas. E muitas contas, muitas...
A sério: belo texto. Muito bom. Sinceramente, de uma manietada para outra, de uma inconformada para outra. Há dias em que me sinto uma verdeira reclusa, a arrastar a bola e corrente. Foge.
Mas no final de contas (trocadilho intencional ;)) é bom sentirmo-nos responsáveis pela nossa vida, saber que nos valemos e que não pesamos a ninguém, e, principalmente, que fazemos o nosso trabalho com honestidade e isenção. Que somos fiéis a nós próprios, acima de tudo.
(Ó p'ra mim a consolar-te-me ;P)
Em frente e em força! Muita forcinha que amanhã já é sábado!
A escravidão moderna baseia-se no consumo. Quanto menos consumo, mais liberdade...
;-)
Na verdade, aterroriza-me não poder trabalhar. E o precário que tudo me parece tanta vez. Apesar de tudo, falo de barriga cheia e sei bem que estou bem melhor do que muita gente. E nem tenho um emprego assim tão mau. Mas tenho pena de quando podia não pensar que há contas e me limitava a esticar a semanada, sem compromissos.
Bem, Noite, pelo que te li hoje, não deixaste de aturar energúmenos ;-)
Somos da mesma geração, estamos em situações profissionais semelhantes e, talvez, até de vida, não é Lisa? Começamos agora a olhar em frente e a ter saudades do que já passou. E às vezes parece que só os azares batem à porta e que no correio nunca há cartas, só contas... O futuro ainda é nosso? Há dez anos eu acharia sempre que sim...
Tens razão, Old Man: quantos mais mecanismos arranjamos para nos facilitar a vida, mais atolados parecemos ficar numa laçada de questões por resolver... E ainda pagamos sempre demasiado caro a ousadia.
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