«O deputado do Bloco de Esquerda Moura Soeiro responsabilizou hoje o Governo de José Sócrates e o PS pela nova subida das taxas de juro, e reclamou medidas para contrariar a "política monetária brutal" da União Europeia.»
in, Público
Tanto se fala da perda de qualidade do ensino em Portugal e às vezes temo que, antes das sucessivas reformas imbecis, a qualidade do ensino também não devia ser por ai além. Ou então há demasiadas coisas que os demagogos esquecem, fazendo de conta que nunca aprenderam História. Esquecem, por exemplo, como era Portugal antes de aderir à então CEE e antes de chover dinheiro a rodos para ser investido em betão armado e mais umas coisinhas. E eu, que estou cada vez mais na merda à medida que a economia se afunda e leva junto todo o pouco que antes sobejava para mais que sobreviver, vejo e ouço esta oposição ao Governo e assusto-me com a falta de alternativas.
Depois, quando vejo que um dos youtubinhos mais badalados do momento volta a meter a fotografia do Diogo Infante pelo meio das supostas denúncias desinteressadas e vejo o BE dizer merdas do calibre ali em cima, mais a MFL na entrevista a esbanjar preconceitos e a dar cabo de quaisquer esperanças que nos restassem, temo seriamente o que ai vem: em alturas de crise, a razão – assim como a esperança – são precisas. A lucidez também. E a demagogia devia ser o último absurdo a ser invocado, especialmente quando feita à base de uma das maiores imbecilidades que li nos últimos tempos. Como se nos fosse possível meter o bedelho na política monetária; como se fossemos realmente capazes de fazer alguma coisa; como se não fosse evidente que, perante a História que temos, não havia alternativa além da adesão e que o "orgulhosamente sós" é realmente de má memória, excepto para quem perdeu a memória.
(Se à direita não voto nem amarrada, se o PCP é um Parque Jurássico, como confiar neste BE para alternativa a um Sócrates que nunca borra a pintura quando vai à televisão?)
3 comentários:
Não há de facto alternativas: entre os idealistas, os demagogos e o que só existem para dizer mal, venha o diabo e escolha. Ninguém está para governar ou para encontrar soluções. Para se governarem são eles muitos!
O dinheiro que choveu não foi rentabilizado porque ninguém quis saber como foi aplicado, porque quem o recebeu com o pretexto de projectos nunca foi obrigado a apresentar contas. Muitos projectos agrícolas, por exemplo, pagaram casas e carros a muita gente...
Bom domingo! :)
"Há nos confins da Ibéria um povo que nem se governa nem se deixa governar."
Gaius Julius Caeser (110 - 44 aC)
Nunca aprendemos, não é?
Mais Vozes
O mais correcto seria dizer que existem por cá dois povos. Os que não se governam e os que nunca deixaram de se governar
frogas | 07.09.08 - 12:00 am | #
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Pois é ,concordo contigo, o senhor foi mesmo à televisão. Foi a uma televisão que no meu entender mais parecia um teatro até estou para acreditar que os ensaios devem ter tido mais interesse que a representação.
Os jornalistas não emigram pois não hipatia ?
É pena . tenho ouvido dizer que os trabalhadores tugas lá pelo estrangeiro se tornam competentes e honestos
frogas | 07.09.08 - 12:11 am | #
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Um coisa sei, Frogas: a ética para o trabalhar em Portugal é tendência minoritária. Todos se governam, sejam os grandes sejam os pequenos, só que a uns corre melhor do que a outros. E, sim, este povinho desgovernado, quando está longe do rectângulo, além de conseguir dizer bem da coisa, ainda demonstra que até sabe o que é ética para o trabalho. E não se baldam nem marcam greves coladas ao fim de semana. Li algures que nos outros Países é que se faz bem greve, assim tipo Espanha e França... Será que não é porque estão mesmo a fazer greve - sujeitando-se às consequências - em lugar de dispensarem apenas um diazito do ordenado para fazerem fim de semana prolongado?
Deixo-te uma coisinha:
http://www.youtube.com/watch?v=E...h?v=E- X8v06bHPA
Hipatia | Homepage | 07.09.08 - 1:37 am | #
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Eu trabalho num sitio onde a esmagadora maioria das mulheres trabalha demasiado fazem esforços físicos que na esmagadora maioria das vezes deveria ser repartido por uma ou mais funcionarias trabalham muitas vezes dois turnos seguidos para no final do mês conseguirem levar 500 euritos para casa .
No local onde eu trabalho quase toda a gente ( que trabalha )anda a trabalhar em passo de corrida . falta de pessoal dizem as chefias. Não são poucas as vezes em que vejo corpos avantajados a serem mudados por uma única mulher . No sitio onde eu trabalho, trabalha-se , e muito raras são as mulheres que não tem problemas de coluna. Por vezes , existem falhas, por vezes existe uma má palavra, mas na esmagadora maioria do tempo existe uma enorme vontade de bem servir quem deles necessita . horas e mais horas é o que diariamente é pedido a pessoas que passam a vida a fazer força e a limpar a merda daqueles que já não o conseguem fazer.
É verdade que por vezes não exista aquele sorriso que seria desejável ,mas também não é menos verdade que dali poucos são aqueles ou aquelas que saem de costas folgadas ( estou a falar de quem realmente trabalha )
Como disse é provável que não existam demasiados sorrisos e simpatias no local onde eu trabalho, mas nesse local é comum encontrar gente que não pode pagar os luxos de poder comprar uma prenda para o filho, é comum encontrar malta a pedir emprestado ao colega que não tem, é comum no fim do mês pedir-se novamente um dois euros para o mês que há-de vir
greves no sitio onde eu trabalho significam mais um dia sem dinheiro.
Cada qual fala do mundo que conhece ou que pensa conhecer eu falo daquilo que sinto Não tenho duvidas que a esmagadora maioria das minhas colegas seria altamente reconhecida em qualquer parte do mundo.
No domingo, aqui o frogas teve uma falha, esqueceu-se de uma coisita importante . como é evidente logo o chamaram à atenção de que não poderia voltar a ter uma falha daquele tipo
Ninguém se lembrou que a falha do frogas deveria ser atribuída à funcionaria que o deveria ter acompanhado ninguém se lembrou que o frogas andou 3 dias a fazer as funções de duas pessoas . quem chefia sabe do peso do trabalho que executo mas mesmo sabendo lá vai pedindo mais um esforço .Quando aparece uma falha basta apontar para a frente
hipatia ,provavelmente o teu mundo é diferente do meu , é provável que os portugueses do teu mundo tenham aprendido lições que os do meu não tiveram acesso .
Não sabes o que me enerva ler coisas como tu e o cachucho por vezes escrevem.. não sabes o que me enerva quando os vejo a bater no elo mais fraco . O desperdício e a má utilização do saber deveriam entrar para a ementa dos pecados
( pena não acreditar em infernos do outro mundo)
Não leves a mal a sinceridade mas ainda não aprendi a ser de outro modo
frogas | 07.16.08 - 1:04 am | #
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O meu mundo pode não ter esforço físico, mas desengana-te de não haver esforço. E batalhei muito para o ter, que não sou filha de pais ricos e o que tenho saiu do meu esforço e de muito poupar o que havia. E eu conheço demasiada gente a viver da teta e a empenhar o futuro, mesmo quando ou porque só tem 500 euros no fim do mês. Pior são os outros, os que não pedem e querem manter aparências e empenham o futuro como anéis.
Hipatia | Homepage | 08.04.08 - 10:43 pm | #
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