aqui
(clicar na imagem para ver melhor)
Acho que, ultimamente, tenho perdido o hábito de contar histórias. Aliás, com o ritmo alucinante que a minha vida tem levado, já quase nem tenho tempo para escrever, pequenas anedotas que fossem, relatos pequeninos do meu quotidiano banal. E esse sempre foi um dos objectivos das palavras que teço em forma de escrita, relembrando a mim mesma que não é à toa que aquela frase ali ao lado do Mia Couto serve de mote à minha voz em fuga: tentar levar a vidinha, vendo como a própria vidinha se encarrega de costurar e descosturar pondo, mais tarde ou mais cedo, tudo no seu lugar.
Só que ultimamente tudo parece ser cada vez mais tarde. O dia continua a ter só vinte e quatro horas e o horário muito para além das oito horas previstas não é algo que desconheço, especialmente quando as férias dos outros ainda empurram o lazer para mais longe das prioridades. Sendo a Voz um espaço de lazer e a lista do Bloglines a continuação desse espaço, sobra pouco para o que sempre gostei de fazer, dizer, contar por aqui.
Este tópico, aliás, é recorrente. Todos os anos, por esta altura, ando nos fumos da paciência e sem tempo sequer para mim. Depois, as responsabilidades normalmente partilhadas passam a depender apenas do meu juízo e eu quase perco a sanidade no meio das solicitações e da mania de tentar fazer sempre bem, o melhor possível. Não tenho – nunca tive – feitio para o deixa andar. Não sei como as pessoas conseguem, como podem acabar o dia, bater com a porta, deixando tudo por fazer. Quem me dera! Seria tão mais fácil apenas empurrar com a barriga, levar mais duas semanitas os pendentes à frente, esconder debaixo do capacho o que sobra. Fazer como os outros – tantos – que deixam andar, tanto deixam andar que acabo eu a fazer também, só por já nem conseguir ver o deixar andar dos outros.
E ando tão cansada! E a culpa é só minha, sei que é. Porque não levo a vidinha como devia, deixando que costurasse e descosturasse até que tudo, mais tarde ou mais cedo, ficasse no seu devido lugar. Mas não! Tenho este feitio tramado de tentar – sempre – apressar a vidinha.
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Acho que, ultimamente, tenho perdido o hábito de contar histórias. Aliás, com o ritmo alucinante que a minha vida tem levado, já quase nem tenho tempo para escrever, pequenas anedotas que fossem, relatos pequeninos do meu quotidiano banal. E esse sempre foi um dos objectivos das palavras que teço em forma de escrita, relembrando a mim mesma que não é à toa que aquela frase ali ao lado do Mia Couto serve de mote à minha voz em fuga: tentar levar a vidinha, vendo como a própria vidinha se encarrega de costurar e descosturar pondo, mais tarde ou mais cedo, tudo no seu lugar.
Só que ultimamente tudo parece ser cada vez mais tarde. O dia continua a ter só vinte e quatro horas e o horário muito para além das oito horas previstas não é algo que desconheço, especialmente quando as férias dos outros ainda empurram o lazer para mais longe das prioridades. Sendo a Voz um espaço de lazer e a lista do Bloglines a continuação desse espaço, sobra pouco para o que sempre gostei de fazer, dizer, contar por aqui.
Este tópico, aliás, é recorrente. Todos os anos, por esta altura, ando nos fumos da paciência e sem tempo sequer para mim. Depois, as responsabilidades normalmente partilhadas passam a depender apenas do meu juízo e eu quase perco a sanidade no meio das solicitações e da mania de tentar fazer sempre bem, o melhor possível. Não tenho – nunca tive – feitio para o deixa andar. Não sei como as pessoas conseguem, como podem acabar o dia, bater com a porta, deixando tudo por fazer. Quem me dera! Seria tão mais fácil apenas empurrar com a barriga, levar mais duas semanitas os pendentes à frente, esconder debaixo do capacho o que sobra. Fazer como os outros – tantos – que deixam andar, tanto deixam andar que acabo eu a fazer também, só por já nem conseguir ver o deixar andar dos outros.
E ando tão cansada! E a culpa é só minha, sei que é. Porque não levo a vidinha como devia, deixando que costurasse e descosturasse até que tudo, mais tarde ou mais cedo, ficasse no seu devido lugar. Mas não! Tenho este feitio tramado de tentar – sempre – apressar a vidinha.
5 comentários:
Levar sempre a vida para a frente também cansa e faz mal à pele porque não nos deixa tempo para saunas. ;)
Porque é que não contratualizas contigo que tens direito a ser como os outros aí um dia por mês?... ;)Não te descosturas mas costuras melhor vida para ti. :)
Quando ficas assim toda desconjuntada é que se vê bem quanto és forte
Impossível, Maria Árvore: burros velhos não aprendem truques novos e acho que vou ser o resto da vida tal e qual como sou hoje. Nunca vou saber deixar para amanhã coisas em que outros possam sair prejudicados. Acabo a adiar-me antes a mim, o que me irrita e cansa. Mas, se não fizesse assim, não saberia como deitar a cabeça na almofada :(
Quem me dera, Claire! Mas sou muito fraquinha :(
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"Depois, as responsabilidades normalmente partilhadas passam a depender apenas do meu juízo e eu quase perco a sanidade no meio das solicitações e da mania de tentar fazer sempre bem, o melhor possível. Não tenho – nunca tive – feitio para o deixa andar. Não sei como as pessoas conseguem, como podem acabar o dia, bater com a porta, deixando tudo por fazer."
Somos almas gémeas
Pensava que era o único a ficar louco com esses pensamentos. Felizmente encontrei alguém que os partilha, mesmo os mais desesperados
cachucho | | Email | Homepage | 07.31.08 - 9:48 pm | #
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Somos dois crentes, não é peixinho? E às vezes parece que só o patrão lucra com isso
Hipatia | | Email | Homepage | 08.03.08 - 4:13 am | #
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