Ai se o paizinho tinha dito sim...
2009-03-31
2009-03-30
Cheio
Mas na janela o ângulo intacto duma espera
Resolve em si o dia liso.
Sophia de Mello Breyner Andresen - Final
Resolve em si o dia liso.
Sophia de Mello Breyner Andresen - Final
Se me pedisses para descrever o silêncio hoje não saberia como o pintar. É que ele anda quase sempre de branco, opressivo e enganador, comendo-me os recantos das sombras e da intimidade. Ou então de luto cerrado quando me perco de mim. E noutros dias tem ainda a cor das insónias, raiando o espaço de cornucópias e clarões de luz difusa.
Mas às vezes o silêncio tem também um certo odor a paz, a calma, a desenlace. E porque só aparece assim em momentos tão contados, nunca cheguei a saber como o pintar. Por isso, não o pinto. Deixo-o tingir-se das cores que quer e dos cheiros que precisa. E deixo-o apenas ficar. Ficar comigo, de mansinho.
Gosto deste silêncio de fartura, preenche-me. Vem depois de abraços, de saudades, de beijos e de partilhas. Vem e fica, por instantes. E só não lhe sei a cor.
Mas vou dar-lhe um cheiro. E talvez pelo nariz consiga voltar a farejar este silêncio quando ele, insidiosamente, resolver voltar a abordar-me como um qualquer silêncio descolorido, mas com aroma a casa e a prazer.
(repost)
2009-03-29
Primavera
2009-03-28
Mais logo são horas de adiantar relógios...
Meias horas de peetosga@Flickr
Este fim-de-semana tem menos uma hora. Por isso acho que os nossos patrões nos deviam deixar entrar a todos uma hora mais tarde na segunda-feira!
2009-03-27
Antes era a falência, agora é a insolvência!
Já vos tinha dito há tempos que estou farta de ouvir falar em crise e em crises. Agora também me cansa e custa saber que há empresas a fechar todos os dias.
O mais engraçado é que para nos referirmos a certas empresas (por exemplo a Qimonda) não falamos em falência e usamos um termo mais chique, a insolvência. E se termos jurídicos até podem existir diferenças (não sei, confesso-me ignorante, há?), sinceramente para mim é tudo a mesma treta...
O mais engraçado é que para nos referirmos a certas empresas (por exemplo a Qimonda) não falamos em falência e usamos um termo mais chique, a insolvência. E se termos jurídicos até podem existir diferenças (não sei, confesso-me ignorante, há?), sinceramente para mim é tudo a mesma treta...
2009-03-26
Vozinhas interiores
Hoje vim aqui só espreitar.
Sim, hoje não me apetece fazer nenhum post.
E não vou fazê-lo. Ai não faço.
Fui.
Sim, hoje não me apetece fazer nenhum post.
E não vou fazê-lo. Ai não faço.
Fui.
2009-03-24
Dia de mimo
(ver aqui a história desta imagem)
Já sabem que podem até abusar, que eu neste dia dos princípios da Primavera (e a contar primaveras, carago!) não me parto com meiguices.
Bem-vindos à minha festa!
Bem-vindos à minha festa!
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2009-03-22
Mulheres (bem) resolvidas, breve ensaio
Só podia ser a Marie a achar que sou uma mulher desenvolta. Sim, não me nomeou “mulher bem resolvida”, expressão que questiona, passou-me este selo sob outra designação. Claro que fico babada por uma mulher como ela se lembrar de uma mulher com tantas inquietações de alma como eu, claro!
Tal como a Marie, podemos questionar: o que é uma mulher bem resolvida? É segura e independente? Não liga ao que os homens pensam ou dizem? É uma mulher que gosta de se vestir bem, maquilhar, etc? Ou é aquela que não liga peva a essas coisas ditas femininas? Pratica algum tipo de desporto para se manter em forma? Segue os seus ideais? Não tem medo de expressar as suas opiniões, mesmo que não vão de encontro às do seu interlocutor? Casada ou solteira, é aquela que se dedica à carreira e tem prazer em ser uma profissional bem sucedida?
Caberiam aqui, certamente, muitas mais questões (algumas até a contradizer-se) que contribuiriam para definir uma certa mulher-tipo a que estamos a chamar de “mulher bem resolvida”.
Reparem no selo. A menina tem um vestido hiper-mega-curto, as mamas a saltitar para fora, e um lenço ou uma écharpe a esvoaçar. É, ou não é, uma imagem muito do agrado masculino? E se há muita mulher que se identifica com a menina do selo, também há muita que olha para aquilo e pensa “Mas o que é isto?”. À volta dela as palavras: Amor, Trabalho, (uma que eu não percebo, será Sexo?), Seguro, Família, Amizade, Baladas.
Pensem comigo. Sejamos nós mulheres ou homens, todos sabemos que o amor, o sexo, o trabalho, a família, e a amizade são coisas básicas na vida de cada um. Claro que a hierarquia da sua importância não é igual para toda a gente, óbvio. Agora, digam-me, de que seguro é que este selo fala? É um seguro de saúde? Se fosse segura de si, ainda vá, mas seguro? Mais. Baladas? Porque é que uma mulher resolvida tem de gostar de baladas? Ou estou a entender mal e não estamos a falar de música?
Uma última questãozita. Bem resolvidas? Ou se está/é resolvida, ou não! Para que precisa a palavrinha “Bem” de estar ali, digam lá?
Há tantas questões a ponderar que a minha resposta a esta corrente só podia seguir a linha de pensamento da pessoa que ma passou, até porque ela sim, é uma mulher blogosférica que admiro. Marie, tu é que és mulher bem desenvolta!
(Passo a todas aquelas que queiram questionar a expressão.)
Adenda ao post: Não sei quem é o/a autor(a) do selo, mas espero que não se ofenda. Bem sei que a intenção de o criar deve ter sido boa. Eu sou é um bocadinho do contra!
Caberiam aqui, certamente, muitas mais questões (algumas até a contradizer-se) que contribuiriam para definir uma certa mulher-tipo a que estamos a chamar de “mulher bem resolvida”.
Reparem no selo. A menina tem um vestido hiper-mega-curto, as mamas a saltitar para fora, e um lenço ou uma écharpe a esvoaçar. É, ou não é, uma imagem muito do agrado masculino? E se há muita mulher que se identifica com a menina do selo, também há muita que olha para aquilo e pensa “Mas o que é isto?”. À volta dela as palavras: Amor, Trabalho, (uma que eu não percebo, será Sexo?), Seguro, Família, Amizade, Baladas.
Pensem comigo. Sejamos nós mulheres ou homens, todos sabemos que o amor, o sexo, o trabalho, a família, e a amizade são coisas básicas na vida de cada um. Claro que a hierarquia da sua importância não é igual para toda a gente, óbvio. Agora, digam-me, de que seguro é que este selo fala? É um seguro de saúde? Se fosse segura de si, ainda vá, mas seguro? Mais. Baladas? Porque é que uma mulher resolvida tem de gostar de baladas? Ou estou a entender mal e não estamos a falar de música?
Uma última questãozita. Bem resolvidas? Ou se está/é resolvida, ou não! Para que precisa a palavrinha “Bem” de estar ali, digam lá?
Há tantas questões a ponderar que a minha resposta a esta corrente só podia seguir a linha de pensamento da pessoa que ma passou, até porque ela sim, é uma mulher blogosférica que admiro. Marie, tu é que és mulher bem desenvolta!
(Passo a todas aquelas que queiram questionar a expressão.)
Adenda ao post: Não sei quem é o/a autor(a) do selo, mas espero que não se ofenda. Bem sei que a intenção de o criar deve ter sido boa. Eu sou é um bocadinho do contra!
2009-03-21
Mais um dia cheio de dias
(Imagem retirada por exigência do autor, apesar da Fabulosa ter cumprido as regras da referência online para a autoria e a página de origem. Ver comentários deste post.)
Hoje comemora-se o Dia da Árvore e das Florestas, e também o Dia da Poesia.
Não podemos esquecer que apesar de o equinócio se ter dado ontem, o dia 21 é também a data oficial da chegada da Primavera, muito embora ela tenha dado sinais da sua chegada bem antes da data.
Não podemos esquecer que apesar de o equinócio se ter dado ontem, o dia 21 é também a data oficial da chegada da Primavera, muito embora ela tenha dado sinais da sua chegada bem antes da data.
2009-03-20
A 5ª à 6ª
aqui
O Espumante desafia-me a dizer-vos qual é a frase da quinta linha da página 161 do livro que estou a ler. Pois cá vai a dita. Mas aviso já que a quinta linha está em branco, pelo que - sem delongas - vos brindo antes com a sexta:
«Bastião sabia a razão da pressa, embora a sua Senhora não lhe tivesse contado.»
Desafio apenas a Fabulosa a dar seguimento à corrente. Pode ser que haja por lá mais leituras de culinária extrema. Além disso, na próxima semana as chaves da casa estão só com ela, que eu vou pôr-me ao fresco.
Receita de sopa de peixe no Codex 632
Tomás trincou um pedaço de peixe, pareceu-lhe abrótea, temperada pelo líquido branco do caldo.
"Porque razão é branca a sopa?", admirou-se ele. "Não é feita de água?"
"Porque razão é branca a sopa?", admirou-se ele. "Não é feita de água?"
"Leva água, mas também leva leite."
"Leite?"
"Sim", assentiu ela. Parou de comer e fitou-o com uma expressão insinuante. "Sabe qual é a minha maior fantasia de cozinheira?"
"Hã?"
"Quando um dia for casada e tiver um filho, vou fazer uma sopa de peixe com o leite das minhas mamas."
Tomás quase se engasgou com a sopa.
"Como?"
"Quero fazer uma sopa de peixe com o leite das minhas mamas", repetiu ela, como se dissesse a coisa mais natural do mundo. Colocou a mão no seio esquerdo e espremeu-o de modo tal que o mamilo espreitou pela borda do decote. "Gostava de provar?"
Tomás sentiu uma erecção gigantesca a formar-se-lhe nas calças. Incapaz de proferir uma palavra e com a garganta subitamente seca, fez que sim com a cabeça. Lena tirou todo o seio esquerdo para fora do decote de seda azul; era lácteo como a sopa, com um largo mamilo rosa-claro e a ponta arrebitada e dura como uma chupeta. A sueca ergueu-se e aproximou-se do professor; em pé ao lado dele, encostou-lhe o seio à boca.
Tomás não resistiu.
"Leite?"
"Sim", assentiu ela. Parou de comer e fitou-o com uma expressão insinuante. "Sabe qual é a minha maior fantasia de cozinheira?"
"Hã?"
"Quando um dia for casada e tiver um filho, vou fazer uma sopa de peixe com o leite das minhas mamas."
Tomás quase se engasgou com a sopa.
"Como?"
"Quero fazer uma sopa de peixe com o leite das minhas mamas", repetiu ela, como se dissesse a coisa mais natural do mundo. Colocou a mão no seio esquerdo e espremeu-o de modo tal que o mamilo espreitou pela borda do decote. "Gostava de provar?"
Tomás sentiu uma erecção gigantesca a formar-se-lhe nas calças. Incapaz de proferir uma palavra e com a garganta subitamente seca, fez que sim com a cabeça. Lena tirou todo o seio esquerdo para fora do decote de seda azul; era lácteo como a sopa, com um largo mamilo rosa-claro e a ponta arrebitada e dura como uma chupeta. A sueca ergueu-se e aproximou-se do professor; em pé ao lado dele, encostou-lhe o seio à boca.
Tomás não resistiu.
in Codex 632, de José Rodrigues dos Santos
2009-03-17
Resolvida
A Emiele acha que sou uma mulher "bem resolvida". Na verdade não sou. Não acho sequer que alguém seja. Sou antes – ou espero ser – uma mulher que já não tem medo de ser nem pede licença para ser. Isso vem com a idade, com aquele outro aniversário que, a partir da próxima semana, vai passar a pesar-me, com as brancas que há muito teimam em aparecer, as rugas insidiosas que vão deixando de ser só de expressão, as dores de costas e o cansaço, a falta de paciência e o desgaste. Mas envelhecer é também aprendermos a estar de bem connosco, é sermos mais assertivos, é pura e simplesmente saber que há coisas que, por falta de remédio, remediadas estão.
Durante demasiados anos da minha vida desperdicei tempo e energia com coisas contra as quais nada podia, sendo que uma auto-estima maltratada se misturou a um luto, pelo que me escondi de mim e do Mundo num casulo de complexos e medos. Depois, o tempo foi passando e acho que cresci. Há coisas a que, hoje em dia, não dou realmente valor.
Talvez no fundo eu seja hoje uma pessoa confiante (não sei se este é um bom sinónimo de resolvida, mas prefiro-o ao bem fodida, que a foda como a entendo nunca é só num sentido e só é bem fodida quem conseguir foder bem) porque sou bastante independente e senhora do meu destino. Calhou-me viver numa época em que isso é possível e fiz as escolhas inevitáveis, mas sabendo que escolhia. Continuo a fazê-las todos os dias e a viver com as consequências. É que também é isso: o calhau é nosso e a encosta por onde rola também; na manhã seguinte ainda lá vai estar e não adianta culpar o destino ou sonhar com o Paraíso, ou sequer conformamo-nos com a via do sofrimento a ser expiado no além: temos apenas uma vida e é nossa responsabilidade vivê-la o melhor possível. Depois, também nunca destoei de certos valores padronizados e arbitrários de beleza, nem tive a infelicidade de conviver com deficiências físicas ou mentais e o óbvio estigma social que as mesmas ainda acarretam e a minha família deu-me uma formação bem burguesa e confortável, sem grandes luxos mas onde nunca faltou o essencial.
De certa forma, estar hoje bem resolvida – ou aparentar estar – é apenas uma consequência da vida que me calhou viver: tenho alguma beleza física e uns olhos verdes que ainda fazem estragos, tenho emprego e casa e carro e dinheiro para as minhas coisas imediatas, não depende de ninguém (tirando talvez o patrão) que não esteja na minha vida por afecto, pais e professores desenvolveram-me cedo a vontade e o gosto de pensar por mim, encheram-me mais de livros do que de bonecos, cresci rodeada de gente e ar puro, corri o bastante por ruas sem carros e matos, sofri cedo perdas duras e escolhas difíceis, convivi sempre com pessoas de frivolidade contida e inteligência desbragada.
Não somos o que somos porque nos resolvemos apenas. Também nos resolvemos, mas quem temos por perto ajuda. Muito. Mesmo quando nem ouvimos essas pessoas ou achamos que estão erradas. Um dia a moeda cai e a importância relativa de algumas coisas muda; o que nos atava a vida deixa de ter grande significado e os medos passam a ser outros, bem como os complexos e as inseguranças. Só que também esses são mais íntimos e mais silenciosos. Ninguém deixa, verdadeiramente, de ter medo de viver, do desconhecido, da doença, da incapacidade, da mudança, de perder as rédeas da vida. Mas a idade dá-nos confiança nas nossas capacidades para resolver o que pode ser resolvido e conformarmo-nos com o inevitável, ao mesmo tempo que nos dá consciência da valia do que somos, como somos, da forma como somos e da opinião que expressámos. E, nesse dia, ganha-se a confiança necessária para, nos dias bons, sermos quem somos sem pedir licença para ser, ou ter medo de ser. Nos outros dias vamo-nos resolvendo aos soluços.
Durante demasiados anos da minha vida desperdicei tempo e energia com coisas contra as quais nada podia, sendo que uma auto-estima maltratada se misturou a um luto, pelo que me escondi de mim e do Mundo num casulo de complexos e medos. Depois, o tempo foi passando e acho que cresci. Há coisas a que, hoje em dia, não dou realmente valor.
Talvez no fundo eu seja hoje uma pessoa confiante (não sei se este é um bom sinónimo de resolvida, mas prefiro-o ao bem fodida, que a foda como a entendo nunca é só num sentido e só é bem fodida quem conseguir foder bem) porque sou bastante independente e senhora do meu destino. Calhou-me viver numa época em que isso é possível e fiz as escolhas inevitáveis, mas sabendo que escolhia. Continuo a fazê-las todos os dias e a viver com as consequências. É que também é isso: o calhau é nosso e a encosta por onde rola também; na manhã seguinte ainda lá vai estar e não adianta culpar o destino ou sonhar com o Paraíso, ou sequer conformamo-nos com a via do sofrimento a ser expiado no além: temos apenas uma vida e é nossa responsabilidade vivê-la o melhor possível. Depois, também nunca destoei de certos valores padronizados e arbitrários de beleza, nem tive a infelicidade de conviver com deficiências físicas ou mentais e o óbvio estigma social que as mesmas ainda acarretam e a minha família deu-me uma formação bem burguesa e confortável, sem grandes luxos mas onde nunca faltou o essencial.
De certa forma, estar hoje bem resolvida – ou aparentar estar – é apenas uma consequência da vida que me calhou viver: tenho alguma beleza física e uns olhos verdes que ainda fazem estragos, tenho emprego e casa e carro e dinheiro para as minhas coisas imediatas, não depende de ninguém (tirando talvez o patrão) que não esteja na minha vida por afecto, pais e professores desenvolveram-me cedo a vontade e o gosto de pensar por mim, encheram-me mais de livros do que de bonecos, cresci rodeada de gente e ar puro, corri o bastante por ruas sem carros e matos, sofri cedo perdas duras e escolhas difíceis, convivi sempre com pessoas de frivolidade contida e inteligência desbragada.
Não somos o que somos porque nos resolvemos apenas. Também nos resolvemos, mas quem temos por perto ajuda. Muito. Mesmo quando nem ouvimos essas pessoas ou achamos que estão erradas. Um dia a moeda cai e a importância relativa de algumas coisas muda; o que nos atava a vida deixa de ter grande significado e os medos passam a ser outros, bem como os complexos e as inseguranças. Só que também esses são mais íntimos e mais silenciosos. Ninguém deixa, verdadeiramente, de ter medo de viver, do desconhecido, da doença, da incapacidade, da mudança, de perder as rédeas da vida. Mas a idade dá-nos confiança nas nossas capacidades para resolver o que pode ser resolvido e conformarmo-nos com o inevitável, ao mesmo tempo que nos dá consciência da valia do que somos, como somos, da forma como somos e da opinião que expressámos. E, nesse dia, ganha-se a confiança necessária para, nos dias bons, sermos quem somos sem pedir licença para ser, ou ter medo de ser. Nos outros dias vamo-nos resolvendo aos soluços.
(Vítimas nomeadas: Maria Árvore, I., Noite, JP, Cristina, Claire, Luna, MRF, Adoa e Deep (como se diz cá na minha terra, amiguinhas desemerdem-se! E agora vou descansar os ossos e dar descanso à alma caridosa que, de forma tão simpática, acabou de me escrever este testamento enquanto eu o ditava do conforto do sofá)
A RTP2 é a minha cabo!
É verdade. Por aqui o zapping só se faz em 4 canais. É triste, bem sei. Substituí a cabo pela RTP2. É lá que vejo as minhas séries, os documentários e até o telejornal deste canal é o meu favorito. No que toca às séries, quando não posso ver, gravo e vejo depois.
Não sigo "24", às quartas, porque já me fartei das desventuras do Jack Bauer. Creio que só vi as primeiras duas séries. Continuo a gostar da "Anatomia de Grey", embora aquelas indecisões todas da Meredith em relação ao Dereck me comecem a cansar um bocadinho. Também gosto da série "Irmãos&Irmãs" das sextas. E tenho imensa pena que "Dexter", a história de um serial killer polícia, tenha desaparecido tão depressa quanto apareceu. Gostava imenso daquele humor negro.
Pena que a televisão pública não tenha dinheiro para comprar mais documentários porque noto que há muita repetição. A minha sorte é que como não vejo mesmo todos, lá aparece uma repetiçãozita que para mim é novidade.
Não sigo "24", às quartas, porque já me fartei das desventuras do Jack Bauer. Creio que só vi as primeiras duas séries. Continuo a gostar da "Anatomia de Grey", embora aquelas indecisões todas da Meredith em relação ao Dereck me comecem a cansar um bocadinho. Também gosto da série "Irmãos&Irmãs" das sextas. E tenho imensa pena que "Dexter", a história de um serial killer polícia, tenha desaparecido tão depressa quanto apareceu. Gostava imenso daquele humor negro.
Pena que a televisão pública não tenha dinheiro para comprar mais documentários porque noto que há muita repetição. A minha sorte é que como não vejo mesmo todos, lá aparece uma repetiçãozita que para mim é novidade.
2009-03-16
Post escrito com um dedo e muitas dores
aqui
É só para avisar que ainda estou viva. Mas caí a sair da banheira. Volto quando tentar teclar não for uma visita guiada ao Inferno.
(obrigada Carlos pelo cuidado)
2009-03-15
Troca Milionário
Na imagem, Christine Collin (Angelina Jolie) é surpreendida pela polícia de Los Angeles que lhe devolve uma criança que não é o seu filho Walter. Ao logo da história ela tenta provar, com a ajuda do reverendo Briegleb (John Malkovich), que aquele não é o seu filho e que a polícia errou. Eu gostei imenso de "A Troca", baseado em factos reais, e nos dois ou três dias seguintes pensei imenso em quanto tudo aquilo me tocou.
Também fui ver o "Quem quer ser Milionário?" cujo título, em inglês, "Slumdog Millionaire", é bem mais interessante e diz mais do filme. Jamal vai ao concurso de televisão, mas é acusado de fraude por ser um rapaz iletrado. O passado e o presente, a vida na Índia ou numa certa Índia, e uma história de amor, diluem-se na participação de Jamal no concurso.
Há muitas críticas ao facto deste filme ter ganho tantos Óscares, mas alguma vez os Óscares atribuídos foram consensuais? Sinceramente, eu gostei deste filme. Muito. Também foi daqueles que me deixou a pensar depois. Não sei se me marcou tanto quanto "A Troca", que é uma história verídica e... enfim... A Angelina Jolie está fabulosa.
Falta-me assistir a mais sessões de filmes nomeados para poder fazer algum tipo de comparação.
Também fui ver o "Quem quer ser Milionário?" cujo título, em inglês, "Slumdog Millionaire", é bem mais interessante e diz mais do filme. Jamal vai ao concurso de televisão, mas é acusado de fraude por ser um rapaz iletrado. O passado e o presente, a vida na Índia ou numa certa Índia, e uma história de amor, diluem-se na participação de Jamal no concurso.
Há muitas críticas ao facto deste filme ter ganho tantos Óscares, mas alguma vez os Óscares atribuídos foram consensuais? Sinceramente, eu gostei deste filme. Muito. Também foi daqueles que me deixou a pensar depois. Não sei se me marcou tanto quanto "A Troca", que é uma história verídica e... enfim... A Angelina Jolie está fabulosa.
Falta-me assistir a mais sessões de filmes nomeados para poder fazer algum tipo de comparação.
2009-03-13
2009-03-12
E esta?
O Tribunal da Relação de Coimbra condenou uma seguradora a indemnizar uma família pela morte de um animal de estimação. Os juízes consideraram que o animal era um elemento da família.
Chamava-se Cocki, era uma catatuta e morreu atropelada. Era o animal de estimação da família Rodrigues, a quem o tribunal da Relação de Coimbra decidiu agora que devem ser pagos 1500 euros de indemnização pelos danos morais sofridos em consequência do acidente. (...)
Sic Online
E como dizia uma das pessoas que comentou a notícia, é estranho que uma família que estimava tanto um animal o tenha deixado andar na rua, expondo-o a um atropelamento. Além disso, assim que li lembrei-me logo dos Estados Unidos, onde chegam a Tribunal os casos mais estranhos ou menos prováveis.
De qualquer modo, espero que a Cocki tenha a alma em paz lá no céu das aves!
De qualquer modo, espero que a Cocki tenha a alma em paz lá no céu das aves!
2009-03-11
Basta andar por aí?
E então a minha amiga disse:
- Temos, forçosamente, de amar? Não podemos só... andar por aí?
E eu acho que não, "andar por aí" não chega... Mas percebo que um desgosto possa fazer alguém pensar assim.
- Temos, forçosamente, de amar? Não podemos só... andar por aí?
E eu acho que não, "andar por aí" não chega... Mas percebo que um desgosto possa fazer alguém pensar assim.
2009-03-10
No reino da urbanidade
Cândido Portinari - Retirantes
Quantos vizinhos conhecemos realmente? A quantos podemos pedir um litro de leite? Quantos nos interessam de facto, quantos se interessam por nós? A quantos franquearíamos a porta da nossa casa e deixaríamos dormir no nosso sofá? Quantos nos franqueariam a sua porta e nos dariam uma refeição quente? A quantas pessoas seremos realmente capazes de estender a mão, sem temer que nos levem o braço? Quantos nos estenderão a mão a nós? Se tudo à volta começar realmente a piorar, haverá ainda lugar à solidariedade?
Pergunto-me que Mundo vai sair desta crise que se instalou e como sobreviverá a sociedade feita de individualismos e distâncias.
Pergunto-me que Mundo vai sair desta crise que se instalou e como sobreviverá a sociedade feita de individualismos e distâncias.
2009-03-09
2009-03-08
2009-03-07
Ágora
«Havia em Alexandria uma mulher chamada Hipátia, filha do filósofo Theon, que fez tantas realizações em literatura e ciência que ultrapassou todos os filósofos de seu tempo. Tendo progredido na escola de Platão e Plotino, ela explicava os princípios da filosofia a quem a ouvisse, e muitos vinham de longe receber seus ensinamentos.»
A Vida de Hipátia, por Sócrates, o Escolástico
... e acabou assassinada às mãos do fundamentalismo cristão.
Cabrãozinho emproado
.
in Folha Online
«O arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, afirmou nesta sexta-feira que o suspeito de ter estuprado uma menina de 9 anos em Alagoinha (a 230 km de Recife) não deve ser excomungado pela Igreja Católica. Grávida de gêmeos, a vítima foi submetida a uma cirurgia para interromper a gravidez na última quarta-feira (4). Após o aborto, médicos que participaram do procedimento e a mãe da menina foram excomungados.»
O Senhor Bispo faça o favor de meter a excomunhão pelo cu acima à guisa de martelo pneumático. E que só a tirem de lá se houver evidências de que gosta de apanhar no cu.
2009-03-06
Aconchego
Hessam Abrishami
Estou cansada! Não me apetece falar, ouvir, fazer seja o que for. Ficar, talvez, no silêncio morno da tua companhia, abraçados no sofá, enquanto ouves as notícias e eu faço de conta que as notícias me importam ainda, no fim desta semana caótica que me levou forças e alento. Deixar descair a minha cabeça sobre o teu ombro, permitir que o teu cheiro me embale. Sei que vais então soltar o carrapito onde hoje prendi os cabelos, que não gostas quando agrilhoo a juba, mesmo quando a manhã me mostra um mar tormentoso e bravio de ondas descontroladas. E vais então meter os teus dedos por entre os cachos e deixá-los por lá, enquanto continuas a ver as notícias. Talvez passeies o polegar por trás da minha orelha. Talvez me venhas contar um qualquer segredo soprado que já não vou ouvir. E vou enrolar-me de encontro ao teu peito quente, hoje que está frio, para que adormeça embalada no bater do teu coração.
2009-03-05
Não sei se ria, não sei se chore
Stranglers - Golden Brown | ||
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Os diferentes pares de olhos pareciam prestar-me toda a atenção. E, no entanto, nem uma sobrancelha se mexeu quando resolvi chamar ao Primeiro Ministro inglês Mr. Golden Brown. O espanto só apareceu durante o meu ataque de riso.
Engulo sempre o que tem sentido de humor... e teve!
Estive doentita. Segundo o médico, uma amigdalite. Estive mal no fim-de-semana. Segunda tentei trabalhar mas tive de ir para casa. Só estava bem sentada ou deitada e as vozes faziam ecos na minha cabeça. Não sei como aguentei a manhã inteira, menos sei ainda como consegui conduzir para casa para me enfiar na cama.
No dia a seguir, já a sair do trabalho, pergunta-me ela:
- E então, já engoles?
(Gargalhada geral)
No dia a seguir, já a sair do trabalho, pergunta-me ela:
- E então, já engoles?
(Gargalhada geral)
2009-03-04
Vozinhas interiores
Experimentem deixar o vosso rabo ir em direcção à sanita e, nessa altura, deparar-se subitamente com o tampo... fechado... Eu gritei. AHHHHH! Estava gelado. E vá lá que não fui logo fazendo alguma coisa pelo caminho, senão estava mesmo tramada!
2009-03-03
LOL!
Já reservaste horas extra no divã do Sr. Doutor? Quero só ver como te safas, agora que passaste a ser confundida com um jornal.
Desconsolo
aqui
Quando penso como a realidade africana me agrediu, ao ponto de quase poder cheirar as imagens que passavam na tela, num filme como The Constant Gardener que a Academia menorizou (só tendo dado o Oscar a Rachel Weisz porque não tinha mesmo alternativa) e depois vejo todo o empolamento de um filme como o Slumdog Millionaire, acho que há ali alguma coisa muito, muito errada.
2009-03-02
Oh Rosa arredonda a saia
aqui
Daqui a uns tempos, José Sócrates há de vir pedir votos para as eleições da tal Europa que agora desprezou para fazer uns floreados num congresso onde ninguém teve tomates para o contestar. Porreiro, pá!
Johnny Handsome
aqui
Num dos seus velhos filmes, Mickey Rourke aparece durante a primeira metade caracterizado como na imagem acima. Foi dos desempenhos do velho Rourke que mais gostei. Hoje toda a gente comenta como está feio. E eu vi um actor fazer um papelaço, profundamente frágil, profundamente completo. Nem me passou pela cabeça comparar este Johnny Handsome com o antigo. A representação que deixa no The Wrestler vai para além da cara que hoje tem, dos cães que não o abandonaram, do rosto de deixou destruir à porrada. Talvez a velha beleza contra a qual se rebelou quando o tentaram transformar no ídolo do softporn fosse realmente a máscara que, hoje, pode por fim deixar cair. Estou à espera do próximo filme, agora que pode ser só actor.
2009-03-01
Um plano perfeito
Wash my face in fields of green
Take me to the stars for free
Point me to the high wire call
Wake me true and wake me all
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