2006-11-23

Contingências


aqui

Ando em guerra com o portátil. Quer dizer, em guerra com o ex-portátil, já que desde há uns meses (altura em que pifou a bateria) passou a ser mais um estorvo em cima da mesa da sala, ao lado dos livros que ainda não li e as facturas que, atendendo ao saldo da conta no Banco, tenho a certeza que já paguei, mas ainda não conferi. Ao lado dele, reside também uma bateria, à espera de substituição, coisa que está difícil porque parece que o modelo não era exactamente nem o mais comum, muito menos o mais recente. Depois, ainda houve o problema da placa gráfica, mais ou menos resolvido ao murro, mas que deixou uma barra de ferramentas que só funciona quando lhe apetece. Ontem, para finalizar, tentou pifar o gravador de CDs, o que torna a minha tentativa de fazer back-ups do que está no disco um bocadinho mais complicada. A pen, coitadita, lá vai servindo de contentor provisório. No entretanto, se o gajo abre sem estar a funcionar a barra de ferramentas, descobri que metade dos blogues não abrem. E é reiniciar o gajo uma e outra vez, a ver se a gaja acorda. Vou-me agarrando ao Bloglines para manter as leituras em dia e passando-me dos carretos quando nem na Voz consigo entrar. No entretanto, também descobri que existe o Bloglines Plumber, a que achei muita piada no início, mas a quem agora já nem posso ver. Resta-me o computador em casa dos papás, mas o tempo que tem feito faz-me desejar chegar rapidamente à minha alegre casinha, tirar os sapatos e refastelar-me no sofá. Ando, por isso, pelos blogues à vontade de um desgraçado de um caixote cheio de manias e da minha sem vontade para fazer desvios no fim do dia.

Depois, há aquela coisa de ser Novembro que é, cada vez mais, um mês para pôr as patas de coelho à porta e o olho contra o mau olhado no batente: há dois anos, foi diagnosticado um tumor à minha mãe; o ano passado um endometrioma à minha irmã e, este ano, um melanoma ao meu pai. A mãe está bem; a mana ficou só com um ovário; o melanoma parece que afinal é só um sinal. Mas desde o início do mês que por estes lados começamos a achar que mais vale passarmos a saltar Novembro nos calendários. Pela lei das probabilidades que nem existe, mas que eu tenho inventado nos últimos tempos, para o ano calha-me a mim. Será que posso escolher com antecedência o susto? Uma unha encravada, uma cárie, um jantar com o Ministro da Saúde? Começa-me a servir qualquer coisa, que já acho que por aqui anda encosto e dos graúdos. Será que passa se eu for à Bruxa?

11 comentários:

Maria Arvore disse...

Tenho uma convicção semelhante para os anos de nº par e por isso mesmo, tenho para mim que contra o "mau olhado" não há como olhá-lo, olhos nos olhos ;), e mandá-lo sentar-se naquele banquinho que oferecemos erguendo o dedo médio.;)
Como aos cães, não se pode mostrar medo! :)

Uxka disse...

A Maria tem toda a razão relativamente ao medo e ao banquinho. Lá no escritório damos um ar de brincadeira de parque infantil à coisa dizendo "senta-te aqui e roda!"
De qualquer modo acho que ainda tenho um cartãozinho que me deram na rua, é do Mestre Salambó e promete curar mal de amor, inveja e similares. Livrar de unhas encravadas, cáries e ministros é que é capaz de sair mais caro mas que se lixe, a saúde não tem preço.

A Tendinha disse...

Nunca faço esse tipo de conxexões, nem previsivas nem conclusivas.
Mantém-te segura de ti e vais ver que nada de mal se apodera dessa tua força. Aliás, costuma dizer-se que na má raça nada entra, não é? :)))

Maria do Rosário Sousa Fardilha disse...

Só se ir à bruxa for divertido. Lembro-me de umas "bruxas" óptimas para o humor, na Feira Popular em Lisboa. Só aconselho essas bruxas ;)

E depois, já te disseram, mente positiva mente positiva mente positiva...

Beijo grande

Hipatia disse...

Tem sido um mês cão, Maria Árvore. Felizmente, já faltou mais para acabar :) E há o fim de semana, claro, que com as previsões que estão a fazer para o tempo será, certamente, bem caseiro. E no meu ninho vou-me sentindo protegida :)

Não sei é se tenho PC a funcionar. Vai depender das luas do bicho ;-)

Hipatia disse...

Ah! Mas eu contra unhas encravadas, cáries e até ministros sei bem o que fazer: arranca-se o mal pela raiz e, no caso do ministro, manda-se sentar no banquinho e rodar ;-)

Hipatia disse...

Tenho mesmo a sensação de que vaso ruim não quebra, Noitinha. Mas vai amassando um bocadinho com as quebras dos outros...

Hipatia disse...

Eu conheço uma bruxa "das verdadeiras", aquelas à moda antiga que conhecem as poções e as plantas e dão esperança a quem as procura. E nunca leva tostão pelas ajudas que presta nem sequer dá "consultas". É uma velhinha simpática, de puxo, com ar de avózinha que faz bolos deliciosos. Disse-me uma vez que o que bate em mim resvala. Espero que esteja certa :)

Anónimo disse...

Cheguei aqui tarde e más horas que este post já foi escrito há uns dias, mas pra além da solidariedade tenho de confessar que pra mim desta vez não foi um mês apenas de azar, tem sido o semestre todo! Quer acreditar que com a mudança do ano os ventos mudem! No meu nucleo familiar mais directo as coisas não andam mal, (lagarto, lagarto, lagarto!!) mas na roda de amigos tem sido um pesadelo - quatro mortes, de 15 em 15 dias perdia um amigo, outra que escapou mas o susto foi horroroso e os médicos a dizer que o caso era gravíssimo, e uma morte anunciada segundo os médicos nem chega ao final do ano.
Odeio 2006! O que vem TEM DE SER MELHOR! Só pode ser!
e além disso também tudo se concentrou mais em fins de Outubro e Novembro

Hipatia disse...

Não gostamos do caos, não é? Temos tendência para querer organizar os acasos e dar-lhes uma qualquer ordem, nem que seja a do calendário. E, depois, há as coincidências e a sensação de dejá-vu como se houvesse uma ordem pré-definida, que nem há, mas que vemos à mesma...

O meu pai estava a ver cada vez pior de um olho. Um exame de rotina detectou uma mancha. À pergunta "posso perder o olho?" a médica respondeu "se for um melanoma, que se perca o olho, mas se salve o homem". E nós, que nem sabíamos que os melanomas podiam ser nos olhos, ficamos ali a pensar no pior, porque é no pior que se pensa sempre. Como quando foi da minha mãe. Como quando foi da minha irmã. E é sempre no pior que se pensa, mesmo que - se fossemos capazes de olhar "a sério" para o que passou - até fosse fácil ver que nem aconteceu nunca o pior. Mas há alturas em que é muito difícil agarrar a esperança :(

Anónimo disse...

Mais Vozes

"facturas que, atendendo ao saldo da conta no Banco, tenho a certeza que já paguei, mas ainda não conferi"

hj actualizei as minhas!


quanto a pc's... é uma porra quando começam a dar problemas!



"refastelar-me "

adoro esta palavra!


de facto, esta altura tem qq coisa de soturna, como o tempo, como os dias...
:/
SoNosCredita | Homepage | 11.24.06 - 1:59 am | #

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As minhas estão à espera do fim de semana

Quanto ao PC, vai ter de sobreviver mais uns tempos. O tempo suficiente para lhe dar reforma que, depois da compra do carro, há outras prioridades

E, sim, não deve ser à toa que Novembro se inicia com Todos os Santos e os Finados...
Hipatia | Homepage | 11.24.06 - 2:01 pm | #