2008-01-19

It?


aqui

Tem de haver uma certa luta, um certo confronto homem/mulher, macho-fêmea, um certo it!

Vague


A Vague fala em "it" e eu não faço ideia do que seja um "it". Acho que é coisa que não se descreve. Que "it" procuro eu num parceiro? Não procuro: ou está lá ou então será tudo menos um parceiro.

Um parceiro tem de ser um amigo, disso não tenho dúvidas. Mas um amante pode ou não ser um amigo. Talvez porque dependa do que queremos amar e como amar. E ama-se de muitas maneiras, até para não amar de facto.

Não faço ideia como acontecem as coisas. Sei que amo profundamente o meu melhor amigo e no entanto não tenho um pingo de desejo por ele. A esse nível, aliás, causa-me quase repulsa, o que é muito estranho, mas é o que há. São os cheiros errados, por exemplo. Quando me obrigam a pensar nestas coisas, assumo que o meu nariz é que tem a culpa. E não tem nada a ver com confronto, ou ausência dele. O meu nariz é pacifista.

Mas também acontece que, em determinados momentos, por motivos estranhos, um amigo passe a ter o tal "it". E os cheiros mudam. Nada é definitivo. Nada é a preto e branco. Nada permanece espartilhado.

O "it" talvez seja um piano que nos cai em cima da cabeça. Às vezes acontece. E acontece normalmente quando não estamos à espera, que é para nos balançar o mundo. Mas, se o procurarmos demais, cai de certeza em cima da cabeça do vizinho.

5 comentários:

Claire-Françoise Fressynet disse...

Moriré de cara al sol
guatanamera
;-)estou a ouvir

Hipatia disse...

LOL

E a seguir passaste para o La Cucaracha?

vague disse...

Hipatia, eu não sei o que é o 'it' nem quero fechá-lo nessa redoma de definições. Eu sei qdo o sinto, ou existe ou não existe, que de repente aparece como por magia ou já estava lá a insinuar-se e naquele dia o sol aquece mais fortemente a Terra.
O it é essa coisa indefinível.

O desafio q eu propus é um bocado ignóbil, concordo. É uma coisa q não se faz. 'Diz-me amor em duas linhas'. Fala.se em definição mas não são definições, são contributos esparsos, a maneira como se olha naquele dia para o outro, para a vida, para o que o passado que carregamos às costas (o futuro é aquela cestinha nas bicicletas de meninas :))

nota: desafio sobre passado e futuro e utilizar esta imagem das costas e da cesta da bicicleta :)

Hipatia disse...

Podes levar o último período do outro post. Mas cheira-me que nem assim vais ficar satisfeita. Grunft!

Anónimo disse...

Mais Vozes

O maior problema é quando sentimos que o "it" está no nosso melhor amigo, (no meu caso amiga) e quando se arrisca perde-se dois em um , é lamentável !
Finurias | Homepage | 01.19.08 - 10:21 pm | #

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Portanto, mais vale que um piano nos caia em cima
Finurias | Homepage | 01.19.08 - 10:22 pm | #

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Mas quem não arrisca, não petisca

Sabes, também é estranho estar do outro lado, ser o "it" de alguém sabendo que não se pode dar mais do que amizade incondicional. E essa, que deveria ser uma posição dominante, acaba a fragilizar-nos, limitando-nos no que podemos dizer ou fazer para não magoarmos quem queremos bem.

Ninguém manda nos sentimentos, mesmo quando quer muito. E eu preferiria sempre muitos "it" sofridos do que a ausência de "it". Não há nada pior do que quando uma pessoa acha que secou e já nem sequer se trata de fugir do piano: não vê o piano sequer.
Hipatia | Homepage | 01.20.08 - 2:45 am | #

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vou comprar (mais) uma caixa de 25 cd's. desta vez, gravo eu. So it is.
Rui Pedro Lima | Homepage | 01.20.08 - 5:02 am | #

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Racionalmente, considero que é comum levarmos com um piano em cima.
E apesar de já ter levado com alguns, continuo alien ao ponto de saltar para os bancos dos pianos quando me apetece tocar.
É que, sem meias palavras, não consigo ter ponta com alguém de quem não seja amiga. E só o digo porque o comprovei cientificamente. A razão para a escolha de um amigo em detrimento dos outros é que é mais difícil de explicar.
maria árvore | Homepage | 01.20.08 - 1:17 pm | #

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Rui, vais gravar para mim?
Hipatia | Homepage | 01.20.08 - 5:45 pm | #

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eheheh

Pois, em muitas coisas, somos facilmente extra-terrestes

E, sim, há mistérios impenetráveis: porque uns e não outros? Não tenho resposta
Hipatia | Homepage | 01.20.08 - 5:47 pm | #