aqui
2008-04-29
Tropas
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Não há nada para ninguém
Cá para mim, basta que a mulher esteja muito cansada ainda antes de chegar a hora de jantar para que as pernas se mantenham conveniente e recatadamente fechadas. É que quando o Tico já ressona e o Teco está em coma, uma gaja nem vê nada à frente. Só pensa em cama. Mas cama sem adereços ou personagens secundárias que possam atrapalhar o sono. O cansaço é, sem dúvida, o maior inimigo do tesão.
2008-04-28
Crise no PSD
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2008-04-26
Iconografia
Yet the roots of the pacifist floral imagery may go even further back to the non-violent Carnation Revolution of Portugal in the mid 1970's.
Color revolution - in wikipedia
Mas existe algo mais do que factos. Existe uma necessidade de memória geral, entranhada, necessariamente preservada na sua iconografia própria. Os jovens convivem com a liberdade à sua maneira, não conheceram mais nada. Para muitos, os próprios pais também já só têm memórias infantis de como era antes e Abril foi demasiado abusado pelo politiquês para que não esteja já exausto para a nova geração que, cada vez mais, vira as costas à política e ao articulado que a política à moda da casa tenta preservar como seu, tipo tentáculo poderoso e desvirtuador da relação política-poder.
Só não creio realmente que os jovens tenham virado as costas à polis. Atrevo-me antes a esperar que a próxima geração - a tal que já goza Abril como um feriado simpático -, seja a geração que vai deixar a corda esticar ao seu limite e depois rebentar. Não sei se vão sair à rua. Mas talvez saiam. E talvez sejam eles a mandarem toda esta comandita para a rua. Ou para o Brasil, com paragem pelas ilhas.
E talvez ai a iconografia regresse, mais depurada, mas já a preencher de cravos vermelhos todas as lapelas de todos os eleitos para representarem na Assembleia da República o povo novo, herdeiro dos avós e bisavós que cantaram as portas que Abril abriu e saíram à rua quando foi preciso, depois de muita corda, depois da corda rebentar.
Todo o povo é sereno até ao dia em que diz basta. Mesmo que lhe chamem rasca.
2008-04-25
Liberdade
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2008-04-24
Antes do adeus
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aerograma
Mas não puxei atrás a culatra,
não limpei o óleo do cano,
dizem que a guerra mata: a minha
desfez-me logo à chegada.
Não houve pois cercos, balas
que demovessem este forçado.
Viram-no à mesa com grandes livros,
com grandes copos, grandes mãos aterradas.
Viram-no mijar à noite nas tábuas
ou nas poucas ervas meio rapadas.
Olhar os morros, como se entendesse
o seu torpor de terra plácida.
Folheando uns papeis que sobraram
lembra-se agora de haver muito frio.
Dizem que a guerra passa: esta minha
passou-me para os ossos e não sai.
Fernando Assis Pacheco - Monólogo e Explicação
2008-04-23
Portugal
2008-04-22
2008-04-21
Dos peixes
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Ilustrando esta intenção, se alguma vez surgir aqui algo como «imóvel na margem do rio observo a alegria dos peixes nas imediações de um esgoto», será escusado imaginar que vou dedicar-me à pesca ou à natação ou à crítica do consumismo nas sociedades ocidentais. Significará apenas que, num dia destes, dei por mim imóvel na margem do Tejo, observando a alegria dos peixes nas imediações de um esgoto.
E vai mesmo sem tempo
Marcel Marceau
Coisas que me irritam
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2008-04-19
Direito ao nojo
E não temos todos "direito ao nojo"? Se não é assim, no meio de insinuações sobre telefonemas para evitar "investigações aos off-shores, ao Banco de Portugal, a determinados assuntos", que se fica com uma sensação profunda de luto pela política em Portugal e de nojo puro pela forma como é feita, então não sei que mais poderemos esperar.
2008-04-18
2008-04-17
Abraço
embrace
Nesses dias, aguardo que puxes o meu corpo contra o teu enquanto sustenho a respiração. E apenas volto a respirar quando as tuas mãos, descendo de mansinho, se cruzam possessivas sobre o meu peito.
E há dias em que isso basta, enquanto me espremo contra ti, sinto o calor da tua respiração na minha nuca e aguardo o beijo pressentido sobre a jugular.
2008-04-16
No dia da voz
When the flush of a new-born sun fell first on Eden's green and gold,
Our father Adam sat under the Tree and scratched with a stick in the mould;
And the first rude sketch that the world had seen was joy to his mighty heart,
Till the Devil whispered behind the leaves, "It's pretty, but is it Art?"
Rudyard Kipling - The Conundrum of the Workshops
E Orson Wells em F for Fake.
2008-04-15
2008-04-14
Tostão furado
(Pior do que isso, só tanta gaja que continua a achar que só vale alguma coisa pelo gajo que come ou quer comer. Mas isso já são outros mil réis. )
2008-04-13
Holofote
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Todos temos dificuldades em lidar com grandes números. O nosso cérebro parece estar mais preparado para a dor particularizada, ou algo assim. Eu não consigo imaginar quantos são "milhões de mortos". Mas, se falar de cento e poucos, consigo imaginá-los em filinha e, às tantas, até inventar uma cara para cada um deles.
Os Jogos Olímpicos da China vão acontecer. São uma inevitabilidade. E os ataques à Chama Olímpica estão a abrir um caminho de protesto que não sei que consequências poderá ter. Mas um País invadido por máquinas fotográficas e de filmar de turistas anónimos, bem como de atletas que não temam a China enquanto falam para os noticiários do Mundo, é um País onde cada rosto ficará exposto, cada violação de liberdade virará parangona.
Talvez esta demonstração de ego Chinês, esta vitrina para a realidade chinesa, acabe por ser um tiro no pé para o Governo Comunista, como Tiananmen é ainda espinho encravado na realidade da propaganda. E talvez os rostos distantes deixem de ser apenas números.
2008-04-12
2008-04-11
Comadres desavindas
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Pelos deuses! Qual terá sido a borrasca que fez com que tanta roupa suja acabasse esparramada em tão pouco?
(deixa-me continuar sem tempo para isto, que é melhor…)
2008-04-10
Recessão
(...)Em privado, o primeiro-ministro não terá problema algum em assumir que a conjuntura é má e que Portugal não tem músculo para resistir à tempestade. No entanto, esta verdade dita a uma multidão de pessoas por um governante é como lume em capim seco: o incêndio é imediato, os benefícios são nulos. Em resumo: assumir o lado negro é como pedir calma aos gritos.
Politicamente não resulta, é uma péssima gestão das expectativas.É por isso que o Governo se esforça em desvalorizar as previsões do FMI e sublinhar os erros cometidos nos últimos anos. É verdade, os relatórios de Primavera do FMI erraram quase todas as estimativas feitas desde 1999. Os números só acertaram em 2002. Todos os outros bateram ao lado: cinco vezes abaixo do resultado final – as previsões eram pessimistas; e três vezes a cima – ou seja, revelaram-se optimistas. O que se conclui daqui? Simples, que as previsões são previsões. E que embora sejam importantes para calibrar as decisões não lhes devemos atribuir valor absoluto.
Um último ponto. Os números do FMI abrem o período de caça às previsões económicas. Seguem-se as da OCDE, da Comissão Europeia e do Banco de Portugal. Até lá, não vale a pena acreditar em tudo o que o Governo diz. O cepticismo aqui deve ser a regra da casa. Mas também não vale a pena entrar em pânico e pedir a Sócrates que faça um ‘hara-kiri’.(...)
André MacedoCool
2008-04-09
Das algemas
2008-04-08
2008-04-07
Oh caraças!
2008-04-06
Charlton Heston
aqui
Morreu ontem.
(Quando escrevi hoje o post sobre Richard Widmark, não sabia que tinha morrido. Este era um dos poucos que pensei que ainda sobravam)
Blogue-parêntesis
Obriguei-me, desde o início, a não falar de certas coisas por aqui, dai que se contem pelos dedos da mão os posts em que falo de matéria que me é próxima profissionalmente ou até da minha área de habilitações. Mas o blogue-parêntesis também nunca teve como fito promover a minha carreira ou a minha visibilidade.
Pelo contrário. Se há coisa que acho que consegui fazer bem foi transformar a Voz em parêntesis e a minha vida em parêntesis dentro da Voz. Mesmo sendo este um blogue de uma mulher egocêntrica e onde o umbigo acaba esparramado todos os dias.
Depois, com o passar dos anos e o tempo de net que fui acumulando, passei a ver este como sítio poucochinho (vá, concedo num “ainda” poucochinho), onde qualquer traque tem direito a aplauso e plateia, sendo que algumas plateias são melhor conceituadas do que outras e, desta forma, vêem-se de forma recorrente debandadas selectivas à procura do mesmo cheiro.
E eu embirro com estes carreirinhos, confesso. Talvez por causa da treta do parêntesis. Ou talvez seja uma questão de miopia minha, que não se permite querer, nem dever, nem precisar de mais do que isto.
Depois, como também não ando à caça por aqui, às vezes sinto-me um bocadinho sozinha no meio dos meus parêntesis. Mas passa-me me rápido, admito. Basta pensar na trabalheira que daria ser mais do que isto. Ou até a trabalheira que já foi ser mais do que isto e nas confusões em que me meti.
E, mesmo quando sou (aparentemente) descoberta por quem já me conheceu de outros poisos, mantenho-me quietinha. Este sossego não tem preço, mesmo que em alguns dias me apetecesse pegar nuns quantos fósforos e depois deixar-me ficar a ver o circo arder.
Melhor não! Há lições que se aprendem só uma vez.
Rita
aqui
Mame did a dance called the Hichy-koo,
that's the thing that slew McGrew
So you can, put the blame on mame boys
put the blame on mame (*)
Rita Hayworth disse um dia que os homens se deitavam com a Gilda, mas tinham de acordar com ela. Pobre mulher presa no sonho feito de celulóide!
Kiss of Death
aqui
It's a bit rough priding oneself that one isn't too bad an actor and then finding one's only remembered for a giggle.
Richard Widmark
2008-04-04
4 de Abril
Sleep
Sleep tonight
And may your dreams
Be realized
If the thunder cloud
Passes rain
So let it rain
Rain down on me
Mmm...mmm...mmm...
So let it be
Mmm...mmm...mmm...
So let it be
Sleep
Sleep tonight
And may your dreams
Be realized
If the thundercloud
Passes rain
So let it rain
Let it rain
Rain on me