Talvez tudo se comece a resumir a má vontade minha - admito -, mas a primeira coisa que me passou pela cabeça foi questionar-me sobre quantos desses só lá foram parar porque não tinham jeito para mais nada.
(tive cá uma sorte, que a mim calharam-me imensos dos bons. ao meu irmão, para equilibrar, calharam uma série de abéculas de primeira. desde ressacar à segunda de manhã, a não ter problemas em dizer aos alunos que estavam ali porque não arranjavam outro emprego, passou-lhe de tudo pela sala de aula. se calhar esses vão ter problemas na avaliação. hummmm... e se calhar era altura dos bons exigirem ser avaliados, para se destacarem daqueles. mas isto sou eu, que devo ser uma facha de primeira)
Má? Não! Olha, que saiam da carreira. Aqui deste lado, garantimos-lhe que não chega ter canudo para ter emprego, que terão de prestar provas de ingresso na maioria dos sítios (até porque uma cunha pode ser sempre suplantada por uma melhor e, depois, só resta mesmo contestar com base nos números), psicotécnicos quase de certeza, duas ou três entrevistas no mínimo, avaliação por objectivos ou, se transitarem para outro posto na Função Pública, o tal do SIADAP, prémios e promoções em função dos resultados, a possibilidade de passar de bestas a bestiais (ou ao contrário) pelo período em que permanecerem determinadas chefias e até as condições da empresa e do mercado, férias bem mais curtas, controlo de horários de entrada (saída já é outra história) e de faltas sem artigos manhosos que possam invocar e, especialmente, uma relação directa entre os resultados obtidos pela nova empresa em que se instalarem (se for privada, claro) e a manutenção do posto de trabalho. Não podem sair? Claro que não podem. Do outro lado e apesar de tanto ralharem contra o que têm, está uma qualquer carreira bem menos fácil. Depois, há ainda aquele pequeno problema de sabermos quantos já tentaram sair de facto, quantos foram convidados por mérito para qualquer lado e quantos se dispunham realmente a integrar nos quadros de qualquer empresa um antigo professor.
Mas, é, eu é que sou mazinha e não vejo naquele choradinho dos números exactamente o mesmo que os números pretendem invocar. Além do mais, não conheço a amostra. Se a conhecesse, talvez nem me espantasse se lá estivessem a responder os antigos professores do teu irmão e aqueles dois ou três que, infelizmente, também apanhei pela frente.
Tu és mesmo ruim. Então queres pôr as pobres pessoas a prestar provas para os empregos??? Concursos e avaliações curriculares??? Avaliações periódicas??? Nenhuma garantia de chegarem ao topo da carreira??? Hora de entrada e neca de saída???
Que maldade. Que maldade. E se calhar até achas bem que eles elevem a sua carga horária até 45h/semana para fazerem as avaliações! Que horror. E assegurem os ATL sem pagamento extra (verídico: uma amiga pagava 100 aérios para ter o "privilégio" de ter o filho na escola pública até às 5 da tarde. E ainda levava os trabalhos por fazer...) . . Ahahahahahah.... Deixa-me rir. 45 horas. Ui, que medo. Agora, sim, não trabalho mais que 45/50 horas. Depois de 10 anos a puxar a canga à roda das 60, disse chega. E tu, já baixaste das 60?
(pois, isto não tem graça nenhuma. no actual estado das coisas, não tem piada nenhuma.)
Bastava-me apenas que fossem avaliados e que houvesse uma real hipótese de despedimento para os incompetentes. Enquanto ninguém for corrido depois de avaliado, vão continuar misturados bestas e bestiais, numa uniformidade pardacenta e injusta, com resultados obviamente nefastos. Má? Parece-me apenas justo e de acordo com a realidade onde ninguém é igual a ninguém, nem tem as mesmas capacidades, nem obtém os mesmos resultados e onde, em todo o lado, se sofre a consequência das conjunturas, mesmo que essas conjunturas até se chamem alunos, carreiras e hierarquização da classe ;-)
Talvez estejas a ser um pouco mazinha, de facto, ainda que possa haver na tua análise pontos de verdade. Maus e bons profissionais há-os em todas as profissões. A todos, independentemente da profissão, cabe o direito de mudar - de profissão, de ideias, de crença... Nuns casos será por medo, noutros por (auto)reconhecida incompetência, noutros pura e simplesmente por cansaço e desilusão.
Sabes, quase que vejo como acintosa a forma como usaram esta percentagem para, mais uma vez, se fazerem de coitadinhos. Quantos quererão realmente sair de uma profissão onde lhes bastou uma licenciatura para entrar e onde nunca mais precisaram provar nada, onde o risco de despedimento é praticamente inexistente e onde ainda se goza de uma série de mordomias? Depois, se estão assim tão mal, que não me venham com tretas: todos podem procurar alternativas, mas quererão os contribuintes continuar a pagar salários a tamanho grupo de frustrados e desmotivados? Que frustrado e desmotivado trabalha realmente bem para fazer a tal escola melhor, que tanto se diz agora defender?
Já não comento mais de forma verdadeiramente enresinada as tuas hipotéticas mas pouco prováveis más vontades . Eu q estava convencidíssimo q a totalidade dos profs estavam contra a coisa da ministra, acabo por ser altamente desiludido com o facto de existirem 13 apoiantes, existindo inclusive uma das funcionarias ,que até teve a coragem de dar a cara perante as câmaras de televisão ( os outros 12 esconderam-se não se sabendo ainda o porquê) .por isso venho me redimir de alguma patetice que eventualmente possa ter afirmado, hoje já sei q existem professores ( poucos e envergonhados ) que dão todo o apoio à coisa da ministra.
Dizem que os 12 escondidos tem medo do bigode do comuna e q só por isso se esconderam
( para quem está recordado dos autocarros vindos das mais longínquas aldeias do país para festejar a vitoria na câmara aqui está um exemplo de q com menos se pode fazer melhor ) eu ri q me fartei e como já não me recordo do q ri com os autocarros acabo por ficar com a sensação de q desta ri mais e melhor frogas | | 12.19.08 - 9:35 pm | #
Acho que já nem adianta esta conversa entre nós: tu vais continuar a achar que eles são uns coitadinhos maltratados e eu vou continuar a achar que eles ralham tanto porque podem e quase sempre sem razão.
Já agora, quem te garante que a amostra de onde pariram a percentagem é realmente representativa? Hipatia | | Email | Homepage | 12.19.08 - 11:32 pm | #
Mas eu não acho q eles sejam coitadinhos até acho que muitos nem para varredores de rua serviam . o q eu acho é q este método de avaliação não presta . tens toda a razão eu na vou mudar nem uma virgula no meu modo de pensar até me provarem q estou enganado frogas | | 12.20.08 - 10:35 pm | #
E eu, que não sou menos teimosa, vou continuar a achar que qualquer avaliação é melhor do que nenhuma avaliação e que o mínimo - muito para além da vitimização em prime time e das manifestações na rua - que aquela gente já devia ter feito era apresentar uma alternativa de avaliação credível. Enquanto não o fizerem, continuo a dizer mal. E enquanto assinarem memorandos de entendimento para depois fazerem deconta que não assinaram nada, pior ainda. Hipatia | | Email | Homepage | 12.20.08 - 10:42 pm | #
7 comentários:
Tu és tão mázinha, balha-te nuossa sinhora...
(tive cá uma sorte, que a mim calharam-me imensos dos bons. ao meu irmão, para equilibrar, calharam uma série de abéculas de primeira. desde ressacar à segunda de manhã, a não ter problemas em dizer aos alunos que estavam ali porque não arranjavam outro emprego, passou-lhe de tudo pela sala de aula. se calhar esses vão ter problemas na avaliação. hummmm... e se calhar era altura dos bons exigirem ser avaliados, para se destacarem daqueles. mas isto sou eu, que devo ser uma facha de primeira)
Má? Não! Olha, que saiam da carreira. Aqui deste lado, garantimos-lhe que não chega ter canudo para ter emprego, que terão de prestar provas de ingresso na maioria dos sítios (até porque uma cunha pode ser sempre suplantada por uma melhor e, depois, só resta mesmo contestar com base nos números), psicotécnicos quase de certeza, duas ou três entrevistas no mínimo, avaliação por objectivos ou, se transitarem para outro posto na Função Pública, o tal do SIADAP, prémios e promoções em função dos resultados, a possibilidade de passar de bestas a bestiais (ou ao contrário) pelo período em que permanecerem determinadas chefias e até as condições da empresa e do mercado, férias bem mais curtas, controlo de horários de entrada (saída já é outra história) e de faltas sem artigos manhosos que possam invocar e, especialmente, uma relação directa entre os resultados obtidos pela nova empresa em que se instalarem (se for privada, claro) e a manutenção do posto de trabalho. Não podem sair? Claro que não podem. Do outro lado e apesar de tanto ralharem contra o que têm, está uma qualquer carreira bem menos fácil. Depois, há ainda aquele pequeno problema de sabermos quantos já tentaram sair de facto, quantos foram convidados por mérito para qualquer lado e quantos se dispunham realmente a integrar nos quadros de qualquer empresa um antigo professor.
Mas, é, eu é que sou mazinha e não vejo naquele choradinho dos números exactamente o mesmo que os números pretendem invocar. Além do mais, não conheço a amostra. Se a conhecesse, talvez nem me espantasse se lá estivessem a responder os antigos professores do teu irmão e aqueles dois ou três que, infelizmente, também apanhei pela frente.
Tu és mesmo ruim. Então queres pôr as pobres pessoas a prestar provas para os empregos??? Concursos e avaliações curriculares??? Avaliações periódicas??? Nenhuma garantia de chegarem ao topo da carreira??? Hora de entrada e neca de saída???
Que maldade. Que maldade. E se calhar até achas bem que eles elevem a sua carga horária até 45h/semana para fazerem as avaliações! Que horror.
E assegurem os ATL sem pagamento extra (verídico: uma amiga pagava 100 aérios para ter o "privilégio" de ter o filho na escola pública até às 5 da tarde. E ainda levava os trabalhos por fazer...)
.
.
Ahahahahahah....
Deixa-me rir.
45 horas. Ui, que medo.
Agora, sim, não trabalho mais que 45/50 horas. Depois de 10 anos a puxar a canga à roda das 60, disse chega.
E tu, já baixaste das 60?
(pois, isto não tem graça nenhuma. no actual estado das coisas, não tem piada nenhuma.)
Bastava-me apenas que fossem avaliados e que houvesse uma real hipótese de despedimento para os incompetentes. Enquanto ninguém for corrido depois de avaliado, vão continuar misturados bestas e bestiais, numa uniformidade pardacenta e injusta, com resultados obviamente nefastos. Má? Parece-me apenas justo e de acordo com a realidade onde ninguém é igual a ninguém, nem tem as mesmas capacidades, nem obtém os mesmos resultados e onde, em todo o lado, se sofre a consequência das conjunturas, mesmo que essas conjunturas até se chamem alunos, carreiras e hierarquização da classe ;-)
Talvez estejas a ser um pouco mazinha, de facto, ainda que possa haver na tua análise pontos de verdade. Maus e bons profissionais há-os em todas as profissões. A todos, independentemente da profissão, cabe o direito de mudar - de profissão, de ideias, de crença... Nuns casos será por medo, noutros por (auto)reconhecida incompetência, noutros pura e simplesmente por cansaço e desilusão.
Boa semana. :)
Sabes, quase que vejo como acintosa a forma como usaram esta percentagem para, mais uma vez, se fazerem de coitadinhos. Quantos quererão realmente sair de uma profissão onde lhes bastou uma licenciatura para entrar e onde nunca mais precisaram provar nada, onde o risco de despedimento é praticamente inexistente e onde ainda se goza de uma série de mordomias? Depois, se estão assim tão mal, que não me venham com tretas: todos podem procurar alternativas, mas quererão os contribuintes continuar a pagar salários a tamanho grupo de frustrados e desmotivados? Que frustrado e desmotivado trabalha realmente bem para fazer a tal escola melhor, que tanto se diz agora defender?
Já não comento mais de forma verdadeiramente enresinada as tuas hipotéticas mas pouco prováveis más vontades . Eu q estava convencidíssimo q a totalidade dos profs estavam contra a coisa da ministra, acabo por ser altamente desiludido com o facto de existirem 13 apoiantes, existindo inclusive uma das funcionarias ,que até teve a coragem de dar a cara perante as câmaras de televisão ( os outros 12 esconderam-se não se sabendo ainda o porquê) .por isso venho me redimir de alguma patetice que eventualmente possa ter afirmado, hoje já sei q existem professores ( poucos e envergonhados ) que dão todo o apoio à coisa da ministra.
Dizem que os 12 escondidos tem medo do bigode do comuna e q só por isso se esconderam
( para quem está recordado dos autocarros vindos das mais longínquas aldeias do país para festejar a vitoria na câmara aqui está um exemplo de q com menos se pode fazer melhor ) eu ri q me fartei e como já não me recordo do q ri com os autocarros acabo por ficar com a sensação de q desta ri mais e melhor
frogas | | 12.19.08 - 9:35 pm | #
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Acho que já nem adianta esta conversa entre nós: tu vais continuar a achar que eles são uns coitadinhos maltratados e eu vou continuar a achar que eles ralham tanto porque podem e quase sempre sem razão.
Já agora, quem te garante que a amostra de onde pariram a percentagem é realmente representativa?
Hipatia | | Email | Homepage | 12.19.08 - 11:32 pm | #
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Mas eu não acho q eles sejam coitadinhos até acho que muitos nem para varredores de rua serviam . o q eu acho é q este método de avaliação não presta . tens toda a razão eu na vou mudar nem uma virgula no meu modo de pensar até me provarem q estou enganado
frogas | | 12.20.08 - 10:35 pm | #
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E eu, que não sou menos teimosa, vou continuar a achar que qualquer avaliação é melhor do que nenhuma avaliação e que o mínimo - muito para além da vitimização em prime time e das manifestações na rua - que aquela gente já devia ter feito era apresentar uma alternativa de avaliação credível. Enquanto não o fizerem, continuo a dizer mal. E enquanto assinarem memorandos de entendimento para depois fazerem deconta que não assinaram nada, pior ainda.
Hipatia | | Email | Homepage | 12.20.08 - 10:42 pm | #
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