2010-01-01

Bom 2010!

4 comentários:

Bartolomeu disse...

Bom 2010 Hip!
Para ti, para mim, para a humanidade!
E vamos ver se acontece um terremoto nas mentalidades e... por obra e graça de um possível e indeterminável fenómeno, seja ele qual for, nasçam borbulhas do tamanho de ovos de avestruz no cu daqueles caralhos que se sentam na Assembleia, mamam o guito dos impostos que sacam do suor e do sangue do maralhal e no fim, porque se acham superires a todo o mundo, dão umas abébias aos amigos, e cagam para o resto do maralhal.

Hipatia disse...

Anda por aí uma moda de falar do “fim do regime”, como se a ruína mais do que anunciada do PSD (que nos condena a um Sócrates cada vez mais histriónico) e dos nós dos interesses agora postos a nu (como se nunca antes tivessem estado vários boys de várias cores instalados nas diferentes instituições) representassem o fim do modelo de democracia representativa e fosse possível, num passe de mágica, substituir tudo o que está mal, enquanto se vê o interesse de quem se governa desgovernando o País a coincidir por uma vez com o interesse do povinho desgovernado, à beira da insolvência pessoal e da banca rota do Estado. Ou os partidos das franjas a crescerem com base no descontentamento sem de darem ao trabalho de apresentarem alternativas reais e a esconderem programas políticos, ou para não dizerem ao que vão, ou porque já esqueceram há muito ao que iam. Ou o longe que chegam os tentáculos mútuos de poder político e económico mais as malas de dinheiro e o dinheiro sem malas. Ou o dinheiro que todos gastam a rodos esquecendo que há amanhã, ou então porque sabem que, para o ano, quando a prestação da casa dobrar, já não vai sobrar sequer para os alfinetes e só para voltarem a culpar o governo do desgoverno da própria vida. Acontece que eu não me revejo nesse fim de regime anunciado, só porque um grande partido sucumbiu aos interesses que sempre o dilaceraram, ou porque os actores da justiça também preferem o bem pessoal ao bem público e transformaram o segredo de justiça em anedota, ou porque os interesses corporativos continuam a deter demasiado poder, tanto que saltam para as notícias se há um formado em engenharia que não paga a cota da ordem e por isso não pode ser engenheiro, ou um farmacêutico a dizer mal da venda livre de medicamentos, ou um médico com medo de um médico cubano que lhe leve parte do tacho ou dos genéricos não pagam viagens tão jeitosas para congressos na beira de piscinas. Ou então de jornalistas que nunca foram isentos mas que agora estão demasiado apanhados pelos tomates da boa vida que vivem e das dívidas que têm de pagar (tal como o resto do povinho, aliás) e precisam fazer os fretes aos patrõezinhos. Ou os professores que, com tanta luta irreal atrás de privilégios exclusivos, acabaram a virar todos contra eles e, se ganharam o direito ao muito bom e ao topo da carreira em tempo útil, perderam em respeito e poder real. Ou dos patrões menores que aproveitam a crise para fechar a fabriqueta e abrir uma igual no nome da mulher no dia seguinte, contratando exactamente os mesmos trabalhadores, mas agora a prazo e a salário mínimo. Ou dos porches que continuam a bater recordes de vendas. Ou os aviões lotados. Ou, acima de tudo, a forma como, diariamente, o povinho de exime da sua cidadania para continuar a dizer mal, só dizer mal, no regime que continuará a estrebuchar sem morrer, que a retoma da economia há-de acontecer, o défice há-de baixar, a UE não permitirá muitas mais veleidades e, por mais que lhes cresçam ovos de avestruz no cu, os gajos lá continuarão sentados, de reforma garantida e, mesmos os que ainda erguem o pulso e falam de utopias, também encontrarão um tacho bem burguês em qualquer firma com capital do Estado para lhes garantir que, depois da política, para quem esteve na política, a vida nunca corre mal, que há sempre um amigo Cunha a garantir um lugarzinho até à reforma e vários lugarzinhos para a família directa e amigos interessados. E este regime não cai. Nem muda. Vai continuar a adaptar-se, face à nossa indiferença que, na prática, somos nós que lhes alimentamos a bolo-rei as avestruzes que lhes nascem pelo cu.

Claire-Françoise Fressynet disse...

Olá Hip,

Sabes o que diz um escorrega?
Como os ânus passam.

E um baloiço?
Como os ânus pesam.

Olha que o melhor de 2009 seja o pior de 2010.

Beijo

Hipatia disse...

Bom ano, Claire :))