Dezembro vai a meio e, com ele, aquela sensação mágica de estar preso no trânsito a caminho do centro comercial enquanto o GPS recalcula pela décima vez. Finalmente chegas ao paraíso das compras, onde "Jingle Bells" toca em loop desde o início de novembro e já conheces cada nuance da interpretação de Mariah Carey de "All I Want for Christmas Is You".
É uma experiência transformadora: entras à procura de uma prenda simples e sais três horas depois, ligeiramente hipnotizada, com um saco de coisas que não precisavas, cantarolando "Last Christmas" sem perceber. As músicas de Natal nos centros comerciais têm esse poder místico - conseguem fazer-te esquecer que acabaste de dar 47 voltas ao parque de estacionamento à procura de lugar.
E quando finalmente regressas ao carro, com os braços cheios de sacos e o cérebro cheio de "ho ho ho", lá vais tu enfrentar novamente o trânsito. E temes já não te importar tanto. Afinal, "It's the Most Wonderful Time of the Year" - mesmo que passes metade dele parado no semáforo.
Num exercício de sobriedade, pões imediatamente a tocar a tua lista favorita do Spotify, porque esta descida à loucura das festas tem de ser experimentada em dose ligeira para não causar dano permanente. E respiras fundo e reclamas outra vez do trânsito.
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