2013-08-24

A blogar desde 2004



Se for aos arquivos deste blogue - e às vezes vou -, perco-me na história e no rasto de mim que por aqui fui deixando. Senti-me sempre muito livre neste espaço e, por isso, me agarrei com unhas e dentes ao tanto de despercebido que é e sempre foi. Costumo dizer que é anónimo e anódino e nunca larguei o nick. Como não larguei o boneco verde de pantufas roxas e joaninha na peruca. 

Desde o início que o blogue sempre me deu uma absurda sensação de liberdade e, por isso mesmo, nunca corri atrás de visibilidade; mas também uma certa ideia de pertença, porque os que sempre cá vieram e continuaram a passar fizeram-se "da casa", arranjaram um sofazito no canto e pareceram sempre ficar por gosto. 

Há muitos dias em que já não sei se ainda passa por cá alguém. Deixei de olhar para os contadores ou então sou eu quem não vem, que também me exauri dos tantos de dias de dois e três posts e maratonas a calcorrear os blogues alheios. Depois, muitos dos que gostava de ler foram ficando silenciosos e tenho pena de ter perdido o contacto com algumas pessoas. Ao fim de tantos anos, já eram amigos e nunca sabe bem perder amigos. 

Muitas das pessoas que por aqui me lêem não vão nunca perceber quando digo que, depois de outros espaços, precisava realmente de anonimato e de valer apenas pela palavra escrita. Mas era isso mesmo que queria ter, foi por isso que o Voz foi aberto e por isso ainda cá está: uma voz banal, perdida e em fuga, sem cara, nem fãs, nem perseguidores. A palavra pura, a opinião de novo aberta a argumentos, bem mais do que só ataques ou elogios. Um saudável e cultivado low profile quando ainda havia muita gente; preguiça agora, quase todos os dias. E um espaço ainda a uso para quando a vontade de escrever sem grilhetas se faz imperativo e não há peias em parir um qualquer texto das entranhas, sem açaimos a agrilhoar as teclas ou as escolhas ou as opiniões. 

A quem sempre teve a pachorra de me acompanhar por aqui, obrigada por estarem desse lado. Uma voz, mesmo que em fuga, precisa de esbarrar em alguém em alguns dias.

(Nove anos de blogue? Xiii! É, decididamente, uma relação bem mais longa do que a da maioria das paixões que tive na vida!)

2013-08-17

Polémicas à la carte



O meu problema com as (falsas) questões do dia é a importância relativa que lhes dou. Na verdade, eu nem sabia quem era o fedelho. Continuo sem querer saber.

2013-08-10

Sombras

 fonte

Tenho andado com sérias dificuldades em entender o sucesso do Sr. Grey e todas as declinações do tema que vão enxameando os escaparates como se fossem grande novidade. Mas talvez eu esteja velha demais e o meu Mr Grey ideal chamou-se John e teve a cara do Mickey Rourke antes dele a destruir à porrada. Em 1992 ainda tinha apelo e era subversivo e proibido e não me deixava apenas com vontade de fugir a sete pés de todas as relações com sabor doentio. Acho que já dei para esse peditório. Agora é decididamente baunilha. Com "twists" light, que estou de dieta.

2013-07-16

Ufa!


Este blogue está de férias. E eu também!

(mas tenho um telefone esperto!)

...

People Have the Power by Pearl Jam on Grooveshark

Sou profundamente igual a toda a gente, tão igual que estou perfeitamente em casa dentro da multidão. Sou caucasiana num país maioritariamente caucasiano; praguejo invocando o nome de Deus ou o do seu filho como toda a gente; sou mulher, como cerca de metade da população e heterossexual como a maioria; não tenho qualquer impedimento físico e os impedimentos emocionais têm sido até agora coisa apenas minha. Sou profundamente banal e simples e anónima. Em muitos dias sou anódina também, desde que me levem com jeitinho. Mas parece que, afinal, também serei em muita coisa um ser anacrónico. Cada vez acho mais que sou, quando olho à volta. E não queria: sempre gostei desta minha banalidade inconformada, mas serena.

2013-07-14

Optimus Alive 2013 - Já não tenho 20 anos :(


E, sim, era suposto ter visto Legendary Tiger Man (não se conseguia sequer lá chegar) e ter aguentado a noite até aos Crystal Castles, lá para as duas da matina, para aproveitar (bem!) o dia de festival. Mas sai de DP com tanto calor, tanta sede que era capaz de atropelar camelos (e acho que atropelei alguns) e especialmente tão partida com o tanto que dancei, que acabei a meter o rabinho entre as pernas e pôr-me a caminho da caminha a horas demasiado decentes.

Optimus Alive 2013 - Depeche Mode



Arrasaram! Só não veio a barraca abaixo porque não nos deixaram subir para o palco.


Optimus Alive 2013 - Editors



Talvez para quem estivesse lá atrás parecesse, como já li, um concerto morno, ou que iam passando a medo os temas novos. Mas lá à frente, via-se como estavam a interagir com o público. E à frente estavam os fãs; não estava só quem queria marcar lugar para ver DP. Às tantas o mal é agora os "jornalistas" que cobrem os festivais e depois escrevinham umas coisas ficaram na área VIP, a quilómetros da realidade.

2013-07-12

Medo


A minha mãe acha que preciso passar a ser mais comedida nas minhas opiniões, que isto está mais para dar uma volta para uma ditadura que outra coisa qualquer e quem tiver ousado opinar será, forçosamente, penalizado. E a mim assusta-me que a minha mãe, que viveu meia vida em liberdade e outra meia em ditadura, tenha novamente medo de uma realidade dominada pela censura.

2013-07-10

Hem?!

fonte


Quer o Presidente da República, quer o actual governo e os dois partidos que o compõem, andaram dois anos a demonizar o PS e o antigo governo, culpando-o de tudo e mais um par de botas. Ainda a semana passada, só os swaps do PS é que eram tóxicos; os do PSD eram só exóticos. Então, como pode Seguro aceitar agora qualquer compromisso? E o Paulinho das Feiras, se já não for vice, vai ao dicionário e descobre o que é "irrevogável"? E PPC, vai continuar a perder poder às fatias e não diz nada? E continuamos a ter que ir aturando o PR que, ao fim de dois anos, de certa forma vem admitir agora que, afinal, andou dois anos a fazer asneiras e, às tantas, descobriu hoje que veio tentar falar grosso tarde demais?

2013-07-08

Sai o Paulo, entra o Paulo

Super-mulheres



Nós até sabemos que podemos e devemos dizer tudo, fazer tudo, sem cobranças, para além das tantas que já fazemos diariamente a nós mesmas. De saltos altos, na maioria dos dias, para que ninguém esqueça que há nisto tudo uma certa dose de masoquismo. Somos uma geração de super-mulheres. E, no entanto, continuamos a cair como tordos. Este fim-de-semana foram mais duas. Uma à facada. A outra nem percebi bem como, que a notícia dedicou-se à história com mais fogo de artifício. Mas também está morta. É que as super-mulheres da vida real ainda não conseguiram realmente os super-poderes. Mas eu, que sempre gostei de heróis que usam a inteligência e os gadgets em vez de confiarem na mutação de genes, continuo sem perceber como uma sertã à cabeça ou o ferro de engomar espetado no entre-pernas não pode resolver muita coisa atempadamente. Será da tal dose de masoquismo?

2013-07-05

Estultícia


Às vezes o ruído à nossa volta – especialmente o que se sente proveniente dos canais generalistas e de mais todos os jornais dos mesmos grupos de interesse, acrescentando ainda todos os discursos de todos os políticos – deixam-me com vontade de silêncio. Um silêncio que desconstrua discursos, desconstrua demagogias, tape a boca aos demagogos. 

Mas por mais que procure o silêncio e já nem tente sequer prestar atenção aos discursos de circunstância e às desculpas de ocasião, sei que vai haver sempre demagogia em abundância, especialmente se os políticos da treta encontrarem justificações para a própria estultícia. E, raios!, como conseguem!

2013-07-03

Ética e honra

«De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.» 

Ruy Barbosa - "Requerimento de informações sobre o caso do Satélite". Discurso no Senado (17/12/1914)

Antes, um homem dava a sua palavra e a palavra valia como um contrato firmado na presença de testemunhas; um aperto de mão era um selo; a ética regia o quotidiano. Ainda há gente assim, mas vai sendo cada vez mais rara. E não tenho dúvidas que a ética entrou em crise ou está já moribunda. E sem ética nada disto vai ao sítio. Para já não falar em honra, mas isso então, acho que a maioria nem saberia a que me estou a referir e, se bem que encontrassem a palavra no dicionário, provavelmente nunca teriam dado com ela na vida.


2013-07-02

"A canção do coveiro"



Não sei porquê, mas pareceu-me apropriada para hoje...

Estamos fodidos!

(recebida por mail)

Já estávamos falidos, agora vamos gastar mais uns milhõezitos em eleições. No entretanto, vamos brincar às campanhas. Depois, vamos ver um mandatário qualquer da UE a pôr e dispor a seu bel-prazer. E o outro podia ter todos os defeitos do mundo, mas ao menos tinha-o por sério. Será que podemos esperar o mesmo do que aí vem?

2013-07-01

Nop!


Esta não era nem de perto nem de longe o tipo de alternativa em que estava a pensar quando escrevi o post de ontem.

2013-06-30

you are free to do as we tell you



Às vezes acho que as causas motivadoras desapareceram e talvez por isso os partidos e os sindicatos nos pareçam hoje tão anquilosados. Não basta só reclamar contra a merda dos políticos que nos sobram; é ver que a causa está na merda em que se foi transformando o sistema que os pariu. E mesmo que continuemos a acreditar na frase de W. Churchill de que “a democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais formas que têm sido experimentadas”, também temo que esteja hoje demasiado desacreditada e fragilizada na sua última encarnação para controlar as forças geradas por um dos mais velhos pecados: a avareza. E esta última crise tem-nos demonstrado vezes sem conta como um capitalismo desgovernado nos leva apenas em direcção ao precipício.

Ora, com os políticos que temos, só falta saber qual o primeiro a dizer que é preciso dar mais um passo em frente. Aliás, no caso concreto português, temos um homem que está farto de nos sugerir vários passos em frente e o resultado está à vista. O precipício tem agora mais um número: 10,6% do PIB. Ao leme em direcção ao abismo continua Vítor Gaspar. E podemos sempre alegar que não é bem um político, que é um técnico, que ainda há tempo e que no fim do ano as contas vão dar certo. Mas eu acho que Vítor Gaspar realmente acredita nas suas ideias económicas e que provavelmente nem entende porque os seus modelos, tão bonitos no papel, nunca batem certo com a realidade. Como também o acredito um bom técnico. Só que às tantas estávamos era mesmo a precisar neste momento de um brilhante político na pasta das finanças e já não sei se acredito que há uma coisa dessas. Para tal era preciso que não achasse o sistema tão minado, o compadrio entre grupos económicos e forças políticas tão sem açaimo, a corrupção tão galopante e a falta de uma ideia com força suficiente para dar a um qualquer político - ainda por nascer e fora do sistema entrincheirado que são os partidos - a força suficiente para se libertar das formas velhas e falidas e encontrar a forma nova de uma democracia regenerada para voltar a pôr ordem no sistema que devia servir o povo e não fazer do povo seu servo.

Depois e para complicar o que já parece quase impossível, ainda temos que até as próprias ideias estão sujeitas hoje em dia às regras da oferta e da procura, do melhor marketing, da visibilidade mediática. E de cada vez que a o marketing foi assim aplicado à política, tivemos que lidar com propaganda e esta sempre foi a melhor das ferramentas de todos os regimes que nada têm a ver com democracia.


Não, o progresso não está garantido. A única coisa que podemos ter como garantida nos próximos anos é uma crise sem estertor. E talvez seja só mais um dos tais casos em que é preciso bater no fundo. Mas o fundo não é bonito e vai doer e não devia ser admissível não termos ainda encontrado os anticorpos que não nos façam morrer antes das várias tentativas de cura. 

2013-06-28

Trimestre

Revolver by Isobel Campbell & Mark Lanegan on Grooveshark

Lá se foi mais um. Precisava dormir três meses e, ainda assim, acho que não chegava para recuperar deste cansaço que poisou, largou amarras e agora se transformou em lastro colado aos meus dias.

2013-06-25

Brasil



«O clima das manifestações está tão forte, que hoje no trânsito eu espirrei, o motorista do lado disse: "SAÚDE" o de trás gritou "EDUCAÇÃO" e todos cantamos o hino nacional.» 

 Jô Soares



2013-06-24

2013-06-23

Terra-Gate

madness you are, interrogate into hate operate into hate
tomorrow it's too late
and it's terra into terra-gate

 

Tirando o facto de esperarem que uma pessoa fique sentadita e quietita no seu lugar (PIL sentado? Esta gente passa-se!), foi um concerto do caraças! E, sim, como antes quando o Punk saiu à rua para mostrar a revolta de uma geração perdida, talvez faça todo o sentido ser agora que me calhou ouvi-los. Não são os Pistols nem nunca o quiseram ser. Já não é a mesma música. Já ninguém é o mesmo. Mas, caraças!, "Grandpa Rotten" ainda sabe bem como se faz!





2013-06-21

Pussycat


Uma gaja vai na vidinha dela dentro do seu carrinho em filinha pirilau e vê um maluco (literalmente) a descer a rua e a dar cabo dos espelhos laterais dos carros que estão à frente na tal da fila, virando-os para fora. Vê virar o primeiro, o segundo, o terceiro e sabe que a seguir é o bichinho de que é alegre proprietária a ser alvo de ataque. Uma gaja que é gaja tira o cinto, trava o carro e, obviamente, vai proteger a sua propriedade. Mas uma gaja que é gaja tem agora que enfrentar um maluco que quer porque quer dar-lhe cabo do espelho do carro e resolve empurra-la para fora do caminho. O pior é que esta gaja, que é muito gaja, foi criada com gajos, tem pavio muito curto e, ao sentir o empurrão do maluco, nem pensou duas vezes: fechou o punho e disparou de direita. Mas uma gaja que é gaja já não é fedelha e tem unhas compridas – pintadas de roxo, por sinal – o que não dá jeito nenhum para dar murros. Resultado: o maluco enfardou e fugiu, o espelho foi protegido, mas tenho três meias luas embutidas na palma da mão e os dedos sem conserto. Já desinfetei os golpes e pus gelo, se estavam em cuidado. Agora estou para aqui a pensar que tenho que aprender a atacar à gaja indo de unhas… mas viradas para fora.

Verão?


Qual Verão?

2013-06-20

Tempo



Tenho outro trimestre quase a chegar ao fim e ando sem tempo para nada. Como trabalho por objectivos, ando na luta, que ainda não se baixaram os braços. Mas porque nem tudo é mau, parece que vou ver outro concerto. Um que nunca pensei que fosse ver na vida. Um com dois músicos que pensei que tivesse nascido demasiado tarde para ter a sorte de ver ao vivo. 

2013-06-15

(des)avaliados

«Todos nós tivemos professores sofríveis. Uns eram cientificamente impreparados. Outros faltavam. Muitos não tinham qualquer competência pedagógica. A tantos faltava interesse e motivação. Por cada professor digno desse nome, tive dois que não mereciam estar numa sala de aula. E, todavia, estavam.» 

Rui Rocha - Delito de Opinião



Tive bons e maus professores. Felizmente, tive mais bons do que maus professores, começando por uma brilhante professora primária a quem devo muito do que consegui. As bases que me deram desde a escola primária foram suficientemente boas para compensar até algumas das azémolas que me apareceram pela frente. E porque tive maus professores a enxovalhar o brilhante serviço de tantos outros, defendi acerrimamente a sua avaliação, para que não ficassem com lugar os que o tinham por tudo menos mérito, enquanto os mais novos e tantas vezes mais competentes iam ficando sem emprego ou continuavam de casa às costas. Não foi implementada uma avaliação que separasse o trigo do joio e temo que muito por culpa dos professores que se comportaram à data como classe acéfala. Agora, estão na calha para o desemprego, sem consideração e sem respeito, sem avaliação, sem nada: só bode expiatório para um governo que quer deles fazer exemplo para que ninguém tenha a veleidade de protestar contra este ataque concertado à Função Pública que, um dia destes, se vai obviamente estender também ao sector privado. Um ataque a todos nós. Um ataque que só dá sinais de que vai piorar. E é por isso que, desta vez, todos precisamos ser professores: se eles caem agora, iremos todos a seguir.

O mundo caquinho de vidro

2013-06-12

Vida a preto e branco



Enquanto o Verão finge que chega para se provar logo a seguir sol de pouca dura, começo a ponderar as virtudes dos auto-bronzeadores cada vez que dou com o trombil (e as pernas, credo! as pernas...) logo pela manhã no espelho a que não consigo escapar porque a caminho do sítio a que ninguém consegue escapar pela manhã (se fizerem muito caso, eu digo que me estava a referir à retrete, mas é só se fizerem mesmo muito caso). É que eu a cores e se não estiver pintada tenho ar de alma penada acabada de sair da tumba. Assusto-me a mim mesma! Ninguém merece e logo pela manhã, ainda com a bexiga demasiado cheia. Sim, que o medo e as bexigas cheias raramente dão bons resultados e, com um olho aberto e outro ainda fechado, ver um fantasma desgrenhado não é exactamente o melhor dos bons-dias. Porque raios não me devolve o espelho imagens a preto e branco? É que nunca se notam tanto os defeitos, bolas! E a última vez que experimentei um auto-bronzeador fiquei amarela. E pior que uma alma penada a cores, só mesmo uma alma penada com ar de sofrer de icterícia.

WTF?

2013-06-09

2013-06-07

Ir ao sonoro



Quantas versões da mesma história é suposto vermos? Não importa! Assim como assim, acabo a ver todas e, desta vez, tenho o Ralph Fiennes para aguçar o apetite.

2013-06-06

Não lhe deve caber um feijão!



Somos uma gente alheada da sua cidadania, que entregou a democracia com enfado a uns quantos que põem e dispõem a seu prazer e seu interesse dos benefícios do poleiro (quantos "boys" é que foram mesmo nomeados em 2 anos?) e que se queixa, queixa e nada faz. Ainda por cima uma gente que costuma engolir qualquer patranha por verdade, sem nada questionar num sem-esforço de mascar e deitar fora. E é por isso que nem sei como ainda me espanto com um PM que diz não ter medo do povinho, porque ele, obviamente, não se sente povinho nem pensa que tenha que prestar contas ao povinho que o elegeu. Pergunto-me antes se os portugueses de quem PPC diz não ter medo vão, nas próximas eleições, voltar a preferir dar uma volta pela praia, ou ver a bola, ou calcorrear quilómetros num qualquer centro comercial atulhado de cheiro a sovaco ou, pior ainda, ficar em casa a insultar a televisão. É que talvez tenha chegado a hora de mostrar a quem nos (des)manda que, sim, têm de ter medo, têm de prestar contas, que a democracia é mais do que aprender a ser um ás no jogo do compadrio. A democracia é do povo, não é de uns quantos que o iludiram e tentam continuar a iludir com discursos em que ninguém pode alguma vez confiar. Mas, como em tudo, o povinho já esqueceu o que o povinho que veio antes lhe ensinou: apanha-se sempre mais depressa o mentiroso do que o coxo. Pena, pena é que, quando se acabam de lavar os cestos, o melhor que se consegue apurar é que a memória do povinho anda demasiadas vezes manca. Esperemos que, por uma vez, não se esqueça que este senhor acha que não precisa ter medo, que não precisa enfrentar o julgamento da democracia e do povo que insulta enquanto simula uma qualquer oração à santa das eleições perdidas.

(...)

 

Now I'm looking up from a ten-foot hole 
see nothing but blue sky, shining on my soul,
as I untie the cord and untwist the knot 
we could get where we're going, 
if I could just make it stop.

2013-06-05

Não faço a mínima ideia de quem é o autor!

Mas não resisto a partilhar aqui. Falta só dizer que me apareceu via FB e que se o autor passar pelo Voz em Fuga que se anuncie, que isto é bom de mais para ficar anónimo.

«Maria - Oh Aníbal, já leste os jornais? 
Aníbal - Li. 
Maria - Leste a entrevista ao Sousa Tavares? 
Aníbal - Oh Maria, o Sousa Tavares já morreu. 
Maria - O filho…! 
Aníbal - Mas o nosso filho deu uma entrevista? 
Maria - Não! O filho do Sousa Tavares que morreu. 
Aníbal - Morreu o filho do Sousa Tavares???? Temos que mandar flores. 
Maria - Foda-se Aníbal, Vê se me entendes: O Miguel Sousa Tavares, filho do Sousa Tavares que morreu, deu uma entrevista!!! 
Aníbal - Ah!!! Aquele que é jornalista!! 
Maria - Sim e advogado. 
Aníbal - Nunca gostei de advogados… e muito menos de jornalistas. Desse Sousa Tavares não se aproveita nada! 
Maria - Sim ok! Foi esse que deu a entrevista. 
Aníbal - É interessante a Entrevista? 
Maria - Então tu não leste? 
Aníbal- Ando aqui às voltas com jornal que deve ser de ontem. 
Maria - Qual jornal? 
Aníbal - O Tal e Qual. Maria - Mas esse jornal fechou há uma série de anos… 
Aníbal - Foi? Bem que me estava a parecer estranho o Joaquim Letria estar tão bem conservado… 
Maria - Não há paciência Aníba! Presta atenção. O Sousa Tavares chamou-te palhaço! 
Aníbal - Foi? Que mal educado. 
Maria - É so isso que tens para dizer? Não vais fazer nada? 
Aníbal - Vou! Tenho o número de casa do pai. Vou lhe dizer para ver se põe o filho na ordem…. 
Maria - Mas o Sousa Tavares já morreu. 
Aníbal - Mau Mau! Então como é que deu a entrevista? 
Maria - Puta que pariu esta merda! Para o que estava guardada!… 
Aníbal - Não precisas de te chatear. Se não conseguimos falar com o pai, falamos com a mãe… Conhece-la? 
Maria - Oh Anibal desce a terra. A mãe morreu há montes de anos! 
Aníbal - Não estava a falar da tua mãe! 
Maria - Nem eu, foda-se! Estava a falar da mãe do Sousa Tavares, da Sophia de Mello Breyner. 
Aníbal - Sim. Essa mesmo. temos o número? 
Maria - Foda-se! A mulher morreu!!! Percebes? 
Aníbal - Mais flores? Não temos dinheiro para isto… 
Maria - Esquece! 
Aníbal - Então e um tio dele? 
Maria - Um tio???? Qual tio? 
Aníbal - Por exemplo, aquele que é actor! O Sr. Contente! 
Maria - O Nicolau Breyner? 
Aníbal - Esse mesmo. Temos o número dele? 
Maria - Mas por alma de quem é que vais ligar ao Nicolau Breyner? 
Aníbal - Para lhe fazer queixa do sobrinho. 
Maria - Mas o Sousa Tavares não é sobrinho do Nicolau Breyner. De onde te saiu essa ideia? 
Aníbal - Tem o apelido da mãe, mas foste tu que falaste nele… 
Maria - Pois! Tu também tens o mesmo apelido da Ivone Silva e ela não era tua tia, pois não? 
Aníbal - Quem é essa? Não estou a ver. 
Maria - Não estás ver e não vais ver porque também já morreu. 
Aníbal - Foda-se! Mas o que é que se passa hoje? É só mortos! 
Maria - E eu devo ir a seguir… 
Aníbal - Não digas isso. É pecado. 
Maria - Pecado é ter que te aturar meu Palhaço. Ooops!!! Esquece a entrevista!»

2013-05-29

eu estive aqui e ninguém contará a minha história

«Yo estuve aquí y nadie contará mi historia. Ignoro cuanto tiempo permanecí frente a esa piedra, pero a medida que la tarde caía vi otras manos repasando la inscripción para evitar que la cubriera el polvo del olvido...» 

Luís Sepúlveda 

Conta Sepúlveda em "As Rosas de Atacama" que deu com uma inscrição anónima gravada numa laje de Bergen Belsen: "eu estive aqui e ninguém contará a minha história". E conta ainda que foi essa frase que o levou a escrever um belíssimo conjunto de contos sobre as histórias breves de vidas que não serão nunca descritas nos compêndios da História, mas que não são por isso menos importantes. Chamou a esse livro "Historias Marginales", nome que para mim faz mais sentido do que a sua versão portuguesa, por mais bela que seja a ideia de um deserto coberto de flores. É que é de margens e de esquecimento, de figuras que tiveram o seu quinhão de venturas e desgraças e, no entanto, são em tudo demasiado parecidas com todas nós, anónimas a mais das vezes, capazes de fugir e se esconder, levadas pela própria cobardia a actos de coragem que fazem, nem que seja apenas numa vida, a diferença. Sepúlveda pegou nessas vidas e perpetuou-as. Para que alguém pudesse contar a sua história; porque alguém contou a sua história. E fica assim a palavra escrita contra a poeira da memória, contra a brevidade das recordações. De alguma forma, todos somos histórias marginais na memória de alguém. Talvez um dia alguém conte também uma dessas histórias e mais uma rosa pintará de cor o deserto do esquecimento.

2013-05-28

Mia Couto

«Já era madrugada ainda eu não dera jeito no sono. As pálpebras cabecearam só quando o dia espantava. Olhando o nascer da luz realizei que nunca mais dera atenção ao astro-dia. No fundo, me despedira da luz nas praias de minha aldeia. De bruços sobre o verão, eu deixara o sol na savana do tempo.»

in "Terra Sonâmbula"


É Prémio Camões. Diz que ficou surpreendido. Eu não.

And you see me like fun

2013-05-26

Parabéns, avó


Na minha avó está hoje a essência do que sou, sendo parte dela, parte da mãe que pariu e que me pariu a mim. Nela contemplo a evidência genética do que sou, esta coisa em que me vou transformando enquanto as minhas rugas, ainda tão diferentes das suas rugas, se vão construindo em desenhos semelhantes. E foi mais um aniversário e não sabemos quantos mais ainda teremos, quanto mais tempo resiste a nossa matriarca na luta contra a única certeza. Agora só esperamos que se eternize em cada dia, mais um bocadinho de cada vez. Para quem já tem implantados os sulcos de 93 anos de vida e vidas, o Natal está já aí ao virar da esquina. E nós com ela, à espera que sim, que aguente, que fique, mesmo estando tão pequenina, tão frágil, tão vizinha dessa morte que todos os dias lhe pisca um olho e vai dar ainda um passeio a outra porta. Talvez ainda vá ver outro bisneto, outro pedaço dela que vai ficar por cá. Em nós, afinal, ela já está eterna.

Fui ver o Mick, trouxe autógrafo do Mark





Não me deixaram filmar nem tirar fotografias. Havia para lá umas agentes das SS munidas de ponteiro luminoso para identificar prevaricadores. Mas veio o autógrafo, pronto! E em português, o que adorei. Perdoo o acento no "Sofia" e tudo, que teve o cuidado de perguntar se era com ou sem ph.


2013-05-25

Ferreira Fernandes


«Cavaco Silva e o insulto do cronista 

Quem não se sente não é filho de boa gente. Cavaco Silva tem razão em indignar-se por aquilo que um cronista fez publicar ontem num jornal. Uma coisa é criticar, e todos somos passíveis de que não gostem de nós, mesmo injustamente. Mas há palavras e palavras. Pode dizer-se que Cavaco Silva não é brilhante a falar e que se engasga em público mais do que seria de esperar num político. Mas não se pode dizer aquilo. Quer dizer, poder dizer, pode-se: em matéria de opinião, pode dizer-se tudo. Mas isso em conversa de tribunal, onde a liberdade de opinião (e felizmente) está defendida. Dito isto, não se diz aquilo que foi dito e publicado, ontem, sobre Cavaco Silva. Uma coisa é chamar-lhe "burlesco" ou "cómico" ou qualquer outra palavra similar, tanto essas palavras estão - infelizmente, mas é assim - conotadas com os políticos. Mas o que o cronista disse ontem fere o homem público no âmago do que ele faz, desqualifica-o na sua função: "Sozinho, completamente sozinho, o dr. Cavaco Silva conseguiu arruinar a Presidência da República. A Presidência da República não tem hoje autoridade, influência ou prestígio", foi dito por Vasco Pulido Valente, ontem, e publicado no Público. É opinião e eu já disse aqui várias vezes que processar uma opinião é como tentar caçar o vento. Só enobrece Cavaco não ter perguntado ao Ministério Público se há ou não matéria para processo no maior insulto que lhe fizeram esta semana.»

hoje

2013-05-24

Será que vou de cana?



"Cavaco não gostou de ser chamado de «palhaço»"

TVI24

Acho que já lhe chamei pior:

2013-05-23

Andrea Gallo - buon viaggio, partigiano

«Sacerdote italiano comunista, defensor dos homossexuais, dos pobres, dos presos, das prostitutas e da liberalização das drogas leves, faleceu ontem em Génova, aos 85 anos.»

Expresso 23/05/2013


Quantos acompanham este blogue sabem bem que raramente reservo boas palavras para a ICAR. Mas, como todas as instituições, esta é constituída por pessoas e, para essas, a minha (má) opinião generalizadora terá de ser omitida em função do caso concreto. 

Exemplo disso mesmo era Don Gallo, padre salesiano que defendia um Concílio Vaticano III onde, finalmente, a ICAR enfrentasse questões essenciais como a pobreza da Igreja, a abolição do celibato e a ordenação de mulheres.

Andrea Gallo faleceu ontem e duvido que tão cedo apareça um padre disposto a fumar erva no meio da rua para defender o fim da criminalização dos utilizadores italianos de drogas leves, ou aceitar ser personalidade gay do ano, ou até mesmo afirmar que o que falta à ICAR é um Papa Gay.

Para mim, que o descobri há muito pouco tempo quando o fui procurar depois de ver um comentário italiano num dos muitos vídeos sobre a interrupção de Passos Coelho no Parlamento pelo "Grândola Vila Morena", fica a pena de nunca ter estado numa missa rezada por este padre, uma missa que, certamente, terminaria com Don Gallo de lenço vermelho na mão a cantar o "Bella Ciao" em plena igreja, com um coro animado de paroquianos que bem sabiam em que contexto este homem invocava hoje o hino anti-fascista italiano.

Talvez um dia destes o "Grândola" chegue ao fim das missas portuguesas. 

2013-05-21

Fobias

fonte


Tendo sido abençoada com uma saudável confiança na minha heterossexualidade, nunca me senti ameaçada pela sexualidade alheia. Deve ser por isso que nunca vou conseguir perceber o grau fóbico com que alguns reagem perante a homossexualidade. Eu não tenho medo que alguma coisa me pegue e nunca precisei fechar à chave a porta do armário para não ter que enfrentar o monstro. Mas, na verdade, tudo se resume ao facto de já me bastarem as minhas manias. Dispenso, por isso, as patologias alheias.

2013-05-20

Desencontros



E vai-se levando a vida, a coleccionar mais cicatrizes e sonhos roubados, a rotina instalada como um nevoeiro, que nem sequer escapa por lhe chamarmos apenas neblina.

Digitando


Nas estrias pressentidas que, teclando, impressas levemente na minha pele, sinto - mais do que um qualquer alívio provisório - a fogueira de um arrepio insaciado. 

2013-05-19

Viral


Maria Teixeira Alves*, irritada com a aprovação da co-adopção, caiu na asneira de pespegar num post um pleonasmo, referindo-se a "homossexuais do mesmo sexo". E num instante caiu o Carmo e a Trindade porque, obviamente, todos somos impolutos quando nos transformamos em correctores ortográficos dos outros. E a questão real é que havia obviamente por onde desmontar redondamente os argumentos de alguém que acha que as crianças estão melhor se institucionalizadas em lugar de se integradas numa família. Eu, que estou a léguas do pensamento da senhora, sinto-me ainda mais a léguas do golpe baixo e da piadinha fácil. Mas nem sei porque me surpreendo. Uma coisa é certa, quem nunca escreveu um disparate, que atire a primeira pedra. Como já teclei demasiados "peidos" em vez de "pedidos" em espaços bem públicos, recuso-me a ir por aí.


*já me conhecem: obviamente que há sítios para onde nem amarrada me apanham a pôr link.

Pecados

A JP lembrou-me isto:


Não Existe Pecado Ao Sul Do Equador by Chico Buarque on Grooveshark

É que em tempos em que todos os pecados ditos capitais, ou venais, ou o que quiserem, se encontram em grande forma, tingindo o mundo de vermelho sangue, não me chega a parecer pecado nem a gula, nem a luxúria. Quer num, quer noutro, encontro fontes de prazer. E, se um engorda, o outro bem que ajuda a queimar calorias...

Versões II

Versão inglesa: 

"Tradução" portuguesa: 

Mesmo o google tradutor, com todos os seus defeitos, se sai com um «Suazilândia lançou uma ofensiva contra as bruxas voando alto depois de proibi-los de pairar acima 150metres.» 


E mais não digo, que acho que não vale a pena.

Versões

«So we beat on, boats against the current borne back ceaselessly into the past»




«it was an extraordinary gift for hope, a romantic readiness such as I have never found in any other person and which it is not likely I shall ever find again.»

2013-05-17

Nevão em Maio


Há qualquer coisa que me fascina no Norte da Europa... não sei bem o que seja. É, não consigo mesmo perceber o que possa ser tão interessante lá pelos países do frio. Será a música? Será de estar para aqui a espantar-me por haver nevões em Maio no Portugalinho? Vou ali ver as runas e já volto...


2013-05-13

Peregrinação

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Em dias como hoje, ou quase todo o fim-de-semana, com excepção da bola (e a cada um o seu ópio), o País em geral e as televisões em particular, insistem em fazer de conta que eu não existo.

E o álbum novo é tão bom!

2013-05-12

Por um fio? será?

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"Alerta vermelho no Governo", diz o Sol e eu não concordo. Não há nada remotamente vermelho neste governo. A inspiração parece-me bem mais perto dos "camicie nere" do que outra coisa. Mas curioso é ver que a múmia está por dentro do assunto. E o mais provável é continuar uma múmia paralítica. Não me parece que seja desta.

Lá mais para o final do mês...

Futebolices



Sempre fui do contra. Bem, quase sempre fui do contra. Mas, no que toca a futebol, sempre tentei ser do contra. Não tendo nunca entendido a mania de tentarem limitar as escolhas a azuis, vermelhos e verdes, resolvi que seria dos de preto. Ora, como a Académica – mesmo morando no meu coração – estivesse sediada um pouco longe, concedi no preto e branco aos quadradinhos. Assim como assim, eram pequenos o suficiente para causar algum espanto quando lá vinha a pergunta da praxe: "és do Porto ou do Benfica?" (é que, durante muitos anos, o Sporting só estava entre os grandes para fazer número, como aliás amiúde vai continuando a demonstrar) e eu abria um sorriso para responder: "sou do Boavista". Depois de anos à míngua pelos motivos que se sabem, para o ano estou de esperanças, nunca verdes, claro: de preto e branco como de costume e o sorriso de antigamente. "Sou do Boavista, claro". A ver se a falta de dinheiro não me estraga os planos de, na época que nem sequer começou, voltar a defender os meus pequeninos e - sim - caceteiros do costume. Vai ser do melhor, especialmente se algum dos armados em grande ainda vier ao Bessa bater com os burrinhos na água.


Como sou boa menina e porque tenho leitores lampiões, abstenho-me de comentar os males de festejar de véspera.

2013-05-11

LOL

«Precisávamos tanto de ser salvos e o melhor que arranjámos foi o Carlos Abreu Amorim»

Leiam o resto aqui. Vale a pena pela gargalhada. Ainda me engasgo todas as vezes na última frase, lembrando os tempos em que lia CAA pelos blogues.

Até ao lavar dos cestos




Todos os anos o Benfica é "campeão de inverno" e, lá pelo Natal, costuma andar a festejar o título. E todos sabemos como costumam acabar as contas. Este ano, quando tudo parecia ser já mais do que fogo de vista, vão ao Dragão depois de, por infantilidade, não terem dado importância suficiente ao Estoril e na esperança de que o Estoril não lhes tenha estragado as contas. Falta saber é se o FCP neste jogo não aparece manco. É que tem andado mesmo tortinho, não é? Dar o título aos rivais em casa era capaz de deixar os andrades engasgados por anos.

2013-05-10

Blogger à beira de um ataque de nervos












Por mais prático que seja um tablet, estou mortinha que o meu portatilzinho chegue do senhor doutor.

2013-05-09

“Oportonity City”



«O filme promocional oficial da Cidade do Porto – “Oportonity City” – ficou em 2º lugar na categoria “Tourist Film”, no “Film, Art & Tourism Festival”, que decorreu recentemente na Polónia. Este festival é uma extensão do International Tourfilm Festival. Os concorrentes são avaliados por um júri internacional composto por especialistas das áreas da indústria cinematográfica, da publicidade e do turismo.»

2013-05-06

A ver se funciona...

Ufa!

















fonte




Ao fim de anos a resistir, finalmente fui obrigada - e logo pelo fim previsto do Google Reader - a actualizar o template do blogue. Lá se foi o velhinho azul e a imagem do universo. Deve ter ido muito mais, mas ainda não descobri. Mas ganhei a possibilidade de ter ali ao lado uma lista rápida dos blogues que mais gosto de ler, sempre actualizada. A ver como nos damos, esta nova casa em tons cinzentos - mas insisto nas letras azul cueca! - e eu, que tão vadia tenho andado destes poisos.

2013-05-05

Dia da Mãe

 fonte


Há algo de profundamente errado quando os putos de 13 ou 14 anos deixam de pedir às mães um novo telemóvel ou um novo computador e começam a pedir antes um curso de alemão ou chinês. E as mães deste país, cumprindo o fado, preparam-se para mais uma geração sangrada, talvez já não para as caixas de pinho que vinham do outro lado do mar ou os bidonville das cercanias de Paris. Mas sangrada.