Yet the roots of the pacifist floral imagery may go even further back to the non-violent Carnation Revolution of Portugal in the mid 1970's.
Color revolution - in wikipedia
Que os jovens de hoje gozem o feriado sem lembrarem os factos que fizeram Abril 1974 (e Novembro de 1975, já agora), ou desconheçam os seus pormenores, não me faz realmente espécie. Porque sei que é preferível assim; que o feriado vire um dia de folga e seja aproveitado quando o calor primaveril nos leva para o ócio.
Mas existe algo mais do que factos. Existe uma necessidade de memória geral, entranhada, necessariamente preservada na sua iconografia própria. Os jovens convivem com a liberdade à sua maneira, não conheceram mais nada. Para muitos, os próprios pais também já só têm memórias infantis de como era antes e Abril foi demasiado abusado pelo politiquês para que não esteja já exausto para a nova geração que, cada vez mais, vira as costas à política e ao articulado que a política à moda da casa tenta preservar como seu, tipo tentáculo poderoso e desvirtuador da relação política-poder.
Só não creio realmente que os jovens tenham virado as costas à polis. Atrevo-me antes a esperar que a próxima geração - a tal que já goza Abril como um feriado simpático -, seja a geração que vai deixar a corda esticar ao seu limite e depois rebentar. Não sei se vão sair à rua. Mas talvez saiam. E talvez sejam eles a mandarem toda esta comandita para a rua. Ou para o Brasil, com paragem pelas ilhas.
E talvez ai a iconografia regresse, mais depurada, mas já a preencher de cravos vermelhos todas as lapelas de todos os eleitos para representarem na Assembleia da República o povo novo, herdeiro dos avós e bisavós que cantaram as portas que Abril abriu e saíram à rua quando foi preciso, depois de muita corda, depois da corda rebentar.
Todo o povo é sereno até ao dia em que diz basta. Mesmo que lhe chamem rasca.
Mas existe algo mais do que factos. Existe uma necessidade de memória geral, entranhada, necessariamente preservada na sua iconografia própria. Os jovens convivem com a liberdade à sua maneira, não conheceram mais nada. Para muitos, os próprios pais também já só têm memórias infantis de como era antes e Abril foi demasiado abusado pelo politiquês para que não esteja já exausto para a nova geração que, cada vez mais, vira as costas à política e ao articulado que a política à moda da casa tenta preservar como seu, tipo tentáculo poderoso e desvirtuador da relação política-poder.
Só não creio realmente que os jovens tenham virado as costas à polis. Atrevo-me antes a esperar que a próxima geração - a tal que já goza Abril como um feriado simpático -, seja a geração que vai deixar a corda esticar ao seu limite e depois rebentar. Não sei se vão sair à rua. Mas talvez saiam. E talvez sejam eles a mandarem toda esta comandita para a rua. Ou para o Brasil, com paragem pelas ilhas.
E talvez ai a iconografia regresse, mais depurada, mas já a preencher de cravos vermelhos todas as lapelas de todos os eleitos para representarem na Assembleia da República o povo novo, herdeiro dos avós e bisavós que cantaram as portas que Abril abriu e saíram à rua quando foi preciso, depois de muita corda, depois da corda rebentar.
Todo o povo é sereno até ao dia em que diz basta. Mesmo que lhe chamem rasca.
4 comentários:
eu pertenço aos tais jovens q gozam o feriado e nem fiz nenhuma menção. ainda pensei, mas depois pensei melhor: o q é q eu tenho a dizer de especial e q faça sentido para mim q não esteja já a ser dito? não vivi, não conheci, não senti a diferença entre o antes e o depois, era mto pequena - e tu mais pequena ainda, pois eras.
ontem vi um video emocionante no YTube: a notícia em directo, o povo e os militares à espera de ser dia novo, à frente do quartel do Carmo.
0 25 de Abril mudou a história; mas ainda há estórias muito mal contadas. e que viva a liberdade.
identifico-me com a 'polis' e não com esta politique mesquinha de trazer por casa, feita por comadres e no vão de escada.
isto tudo vai, vai? bater no fundo e far-se-à tábua rasa de tudo e construir-se-à um mundo novo....
se eu acredito nisso?...
Eu acredito que quando as coisas batem mesmo no fundo é que a malta se revolta. Quando as coisas doem mesmo na carne de cada um.
Agora as coisas estão más, mas ainda há aqueles que pensam que estão piores para outros sectores profissionais e que eles ainda se safam. É por isso que a minha "previsão" vai para os filhos - os que houver - dos que hoje têm 20 e tal anos para fazerem um novo 25 de Abril ( para substituirem uma democracia autoritária por uma democracia participativa :)
Não, Vague Maria: tu já não fazes parte dessa geração do "feriado simpático". Fazes, como eu, parte da geração acomodada que ainda sabe como era antes, porque tiveste um pai na guerra e, contra essa memória, ninguém pode nada, nem sequer estes políticos e estas políticas de treta e os gajos na AR da tua direita com vergonha de usarem o cravo, como se a iconografia lhes fizesse mal. E não vai ser a nossa geração a fazer nada. Haja confiança nos que vêm depois de nós que, está visto, não vamos ser nós a fazer nada.
Só posso mesmo esperar que os "filhos" façam diferente, mesmo que nem saibam os factos e os pormenores da História recente do País. Resta-me a esperança que tenham entranhado o significado - que isso é bem mais importante - e saibam que é possível dizer basta contra tanto desmando sucessivo e tanto ataque à liberdade de viver com dignidade. E não hão-de ser estudos promovidos pelo PR que não usa cravo a fazer diferença alguma. Serão os jovens da geração a prazo e a recibo verde, a geração dos € 1000, a geração que, um dia destes, vai ter de dizer basta e virar a mesa.
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