2008-12-04

Então?


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Os tais professores que juram que querem uma avaliação - desde que não seja "esta avaliação" - já apresentaram uma proposta ou vão apenas continuar os folguedos?

6 comentários:

PreDatado disse...

Por acaso também me tenho interrogado. E outra coisa que me faz confusão, aceitando que a avaliação proposta pelo governo era mal elaborada, será que o governo tem de aceitar a avaliação que os profs querem? O avaliado é que diz como é que quer ser avaliado? Faz-me um bocado confusão isto. Nestas alturas fico feliz por já não ser professor.

Anónimo disse...

Entre várias propostas que têm sido realizadas. Podemos pelo menos exigir ser avaliados em igualdade de circunstâncias. Sim, porque em tempo de greve se fala muito de efectivos, mas ainda ninguém falou nos contratados, porquê?

Hipatia disse...

Eu só posso dizer que estou feliz por ter podido escolher - e ter opções - ao contrário dos tantos da minha geração que ficaram encalhados no ensino porque não tinham competência - nem vontade - para mais nada. E o que eu gosto, como ontem na televisão, de ver uma professora a dizer que o aluno foi direito a ela "desenfuriado" ou dos cartazes e das musiquinhas e dos ovos e desta evidência de que há demasiados que sabem que não precisam temer pelo lugar no fim do mês e podem assim dizer que fizeram greve enquanto metem o tão famigerado artigo para não perderem o dia. E, depois, quando olho e vejo o tanto que o Ministério já cedeu, sobra-me este gosto requentado de ver (quase) toda uma classe na rua, alegando interesse na escola pública, garantindo que quer ser avaliada sem, no entanto, ver uma única proposta de avaliação séria, de onde saia um resultado credível, ie, que nem todos podem ser bons nem excelentes, muito menos que seja possível que todos continuem a progredir alegremente nas carreiras como se tantos entre eles não fossem umas bestas sem vocação que apenas achincalham aqueles que, de facto, mereciam bem melhor e que esses trastes que agora se agarram a todos os que não são medíocres vão continuar no ensino a dar cabo do tanto que dizem que defendem.

Hipatia disse...

Sim anónimo? E quais propostas? Onde estão? E, por favor, não me venha com a treta da avaliação que havia, muito menos com a tal da auto-avaliação que (quase) se atreviam a propor. E se me remete para aqueles arremedos que apareceram na página da Fenprof, lamento mas apenas me fará soltar uma gargalhada. Venham as propostas sérias! Venham elas. Mas sérias mesmo e com consequências. É que, por mim, a avaliação ainda seria mais forte e implicaria despedimento imediato para os incompetentes. Talvez assim muitos dos que estão por colocar todos os anos conseguissem um lugar e fizessem melhor serviço. Isso, sim, seria defender a Escola Pública.

I. disse...

Um dia destes a minha mãe (s'tora reformada) esteve-me a explicar umas cenas e até teria alguma razão. Parece que aos profs melindra serem avaliados por gente mais nova, com menos anos de carreira, pergaminhos e sei lá. E eu percebo, que há mais de 30 anos que neste país a antiguidade é posto. E não devia ser.

Andam é mal habituados: em qualquer emprego onde a promoção se faça por mérito (i.e., avaliação) se corre o risco de ter um chavalito a avaliar um ginja. E ainda bem, que ele há ginjas que andam a roçar o cu pelas paredes os 35 anos das suas carreiras, e agora o que não falta é a maltinha nova andar a fazer o seu trabalho e o deles, sem garantia de reforma que só virá (se vier) depois de 40 anos de labuta. E se refilamos ainda nos cobram a liberdade e 25 de abril que eles nos deram. Pois, pois. (Quanto é, que pago já a pronto, só para te calares?)

Estou como tu: ainda não vi nenhuma proposta de avaliação. Tenho para mim que a maioria não quer mesmo ser avaliada. Afinal, ainda têm uma das profissões mais bem pagas na actualidade, part time, sem exclusividade, com possibilidade de fazer uma perninha em explicações ou outra escola, e férias de 3 meses. Tudo sem contrapartida, com promoção e chegada ao topo da carreira garantida.

E não me digam que não é verdade: dividam lá o ordenadinho pelas horas de aulinhas semanais. E não me venham com a história de preparar aulas e corrigir testes: hoje em dia não conheço ninguém, repito, ninguém, no público ou privado, que não faça horas extra não pagas. Ah, e já agora: a minha mãe foi s'tora 36 anos, não estou a falar do que não sei.Não discuto é o assunto com ela, (tal como também já desisti de tentar defender o casamento gay). Quem me dera a mim o tempo livre que ela tinha. E só foi avaliada no estágio de profissionalização, e quando da passagem ao 7º escalão. Mai nada. Era bom, era. Pudera que não queiram mudar.

Hipatia disse...

Isto irrita-nos às duas, não é? Talvez porque, aqui do lado de fora, seja tão mais fácil ver os tantos energúmenos que se aliam agora a reivindicações de classe para ver se salvam o couro. Pois por mim esses tantos professores incompetentes já deviam estar na rua há muito. E o que todos os professores parecem esquecer é que tivemos professores e sabemos bem que havia cada cromo que devia estar proibido de entrar numa escola. Mais injusto que um método de avaliação injusto é não haver avaliação alguma.