2009-04-11

Poupem-me!


aqui

Ultimamente sinto-me contra a corrente. Qual é a puta da confusão agora por uma empresa ter um "dress code" e, se lhe apetecer, até uma "casual Friday"? Será que só eu é que vivo no mundo real, onde essas coisas existem de facto, sem me conseguir chocar ou sentir ofendida por homens e mulheres, ao assinarem um contrato de trabalho, comprometerem-se a seguir um código de conduta interno e até determinadas linhas no que diz respeito à forma de vestir e estar? As empresas – até as públicas – vendem também a imagem. Duvido que a minha consideração pelos serviços públicos deste País melhorasse consideravelmente se, ao dirigir-me à Loja do Cidadão cá do sítio, desse de caras com uma fulana vestida de rameira ou um tipo vestido de carroceiro. Mas isso sou eu, claro, que acho que, ultimamente, toda a gente se escandaliza em demasia com meia dúzia de temas insuflados ao absurdo.

7 comentários:

Carlos Gil disse...

mas porquê tanta admiração? não foi sempre assim_o acessório a fazer salivar e o essencial a "incomodar"?

Maria Arvore disse...

Isto só pode ser mais uma campanha negra que alguém está a desenvolver e a população a encarneirar. ;)))

Se a acção de formação que deram às funcionárias antes da Loja abrir foi bem feita certamente podem confiar no bom senso delas na forma como vão atender o público incluindo a forma como se vão apresentar.

Se não confiam no trabalho prévio que desenvolveram comprem umas fardas e está o problema arrumado.

Parece-me é anedótico e uma enorme falta de bom senso tal catalogação de bons costumes para dress code.

É óbvio que este fait divers nos coloca a pergunta de porque é que os jornais fazem dele notícia. Será porque ecoam o mal estar geral que se vive, o absurdo de coisas que se vão somando e acabam por ir buscar à memória outras mais antigas ou esses malditos jornalistas estão sempre a soldo de alguém?... ;)

Hipatia disse...

Há muito que se sabe que, por estas bandas, quando não há notícias que valham a pena, trata-se de fabricar uma e empolá-la ao extremo. Choca-me mais que tantos se deixem arrastar, Carlos.

Hipatia disse...

Achas mesmo que isto merece tempo de antena, Maria Árvore? Achas mesmo que há ali alguma coisa remotamente relacionada com o fascismo? Achas mesmo que isto pode ser explicado com mal-estar geral? Ou que podes realmente confiar nos tais dos bons costumes? O que preferias? Que voltasse a moda do PREC e fosse toda a gente de chanatas dar a cara para uma repartição pública? Onde é que o código de conduta interno de um serviço que lida com o público pode ser aproveitado para fazer uma algazarra destas? Diz-me, sinceramente, que vês algumas das fatiotas com que certas pessoas saem à rua e que achas que basta contar com os bons costumes. Pois se nem com o bom senso das pessoas podes contar! Depois, diz-me que se não estivesse tanta gente tão ressabiada com coisas que, a mim, me parecem mais do evidentes, uma treta destas seria alguma vez notícia. É um código interno. Não tem só a ver com a formação prévia. Tem a ver com tudo: com a imagem que a função pública quer passar a dar – e olha que visto deste lado devia até haver bem mais códigos internos – contra a imagem que tem. Seria antes de questionar porque acharam tantos que isto lhes roubava liberdade. É que um local de trabalho não é a praia, nem a tasca da esquina. E só espero que o código deontológico da função pública não se fique pela roupa e se estenda a tudo e mais alguma coisa. Que seja relembrado a tantos que sistematicamente o esquecem. Que as pessoas percebam que um posto de trabalho implica respeitar regras internas de como se comportar e agir e, sim, até de como se apresentar. Mas não: é preferível dar a voz a um sindicalista mal vestido e mal penteado a clamar que lá vem o Estado Novo. Obviamente ninguém questiona até que ponto estaria disposto a ser atendido por alguém com tal figura, se tal figura picasse ainda o ponto. E fica a Função Pública mais uma vez encalhada na mentalidade de tantos que lá trabalham. Os tantos que acham estranho que exista um código de conduta interno onde constam linhas gerais de como vestir para dar a cara ao público. Isso é que me choca: que haja alguém que pense que pode fazer como quer, sempre que quer, sem questionar que há normas internas e até chegue ao absurdo de se ir queixar ao sindicato por não poder andar a mostrar a cueca ou com um decote até ao umbigo ou com chinelos de meter o dedo. Seria de esperar que tal fizesse parte do bom senso, sim. Mas volto a dizer: olha à volta num dia de mais calor e diz-me quanto bom senso vês sair à rua.

E essa de não saberes porque vão os jornalistas buscar isto até tem piada. Especialmente vindo de uma classe que, há muito, está a precisar de ser relembrada – e seriamente – do que quer dizer deontologia e ética no trabalho.

I. disse...

Não me choca nada, e até acho necessário, haver códigos de conduta e dress code. A mim pode não fazer diferença nenhuma (bom, até faz...), mas há uma imagem a manter, que é a da instituição que servimos.

Hoje estou aqui de jeans, mas não vou ver ninguém de fora. Quando isso sucede, tenho cuidado com a farpela. Não que isso me faça melhor profissional, mas é um sinal de respeito por aqueles a quem sirvo (e que me pagam o ordenado). Muitos se esquecem que função pública é um serviço aos outros. E nesse serviço temos que esquecer pruridos individuais, em função dos outros, a quem servimos. É importante. Faz parte. E as pessoas gostam de ser bem servidas, e esse bom serviço começa pela forma como nos apresentamos em representação do tal serviço público.
Não é fáxismo, é puro bom senso.
Acho eu ;)

Hipatia disse...

Então já chegaste? Que tal foi? Sempre perdeste o medo das alturas? :D

Quanto ao que dizes, pois acho que a questão está exactamente no bom senso. Ou melhor, na forma como não podemos assumir que todos o têm. É que basta olhar à volta! E, sim, dar uma imagem correcta para o público e haver um "dress code" a mim não me choca nada. Choca-me antes que até isso seja hoje motivo para notícias inflamatórias. Mas, é o que há :(

Anónimo disse...

Mais Vozes

quem trabalha de farda adoraria ter uma "casual Friday", mas há fardados para quem isso não seria possível sem causa a confusão, estou a pensar nos polícias. LOL!
fabulosa | | Email | Homepage | 04.14.09 - 12:11 am | #

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eheheh

E os bombeiros? Também havia de ser giro
Hipatia | | Email | Homepage | 04.14.09 - 10:35 pm | #