2009-04-14

Shhh...


Julia Thorne

Não, não vou olhar-te agora! Nem farejar sôfrega o ar que me roubas enquanto examinas o olhar que não te quero dar. Não, não vou! Nem vou deixar que me toques, ou percorras o meu pescoço a passo lento, ou deixar que o nó do teu polegar se passeie levemente pelo contorno do meu peito. Não vou! Nem deixar que me derretas com o bafo morno que sopras por entre os dentes sobre os meus lábios. Ou pensar na tua língua, no que me faz a tua língua. Ou no bem que sabes. Ou no bem que me sabes sentir. Não vou, já te disse! Não vou olhar, nem derreter, nem descoalhar. Vou fechar os olhos e dizer que não. Dizer muitas vezes que não. Tantas vezes que tenhas de convencer-me, amor. Com os teus olhos, com o teu cheiro, com o sopro morno do teu ar, com esses benditos dedos e a língua e forma como me prendes ao teu corpo. Não vou! Não vou sentir sequer contra o quente da minha barriga a tua força, enquanto digo não e me encaixo na tua virilha. Não vou! Não vou depressa nem olhar. Não vou olhar-te agora, já disse! Vou fechar os olhos e deixar que me convenças, que me leves, que me leves mais. Já posso olhar agora, amor?

4 comentários:

Maria Arvore disse...

:)

Então não se mantém o papel até ao final?;) Ai a menina! ;)

Carlos Gil disse...

uau!

;)

Hipatia disse...

eheheh

Deve ser da minha faceta desregrada :-)

Hipatia disse...

Ai! Ia dar-te uma resposta, pois ia. Eu até sei que ia, Carlos. Mas, pf, primeiro explica-me a nova foto do perfil :D