(...)
Achar procuro a lúgubre quimera,
A alma, o sentido, o pávido segredo
Daquelas sílabas fatais,
Entender o que quis dizer a ave do medo
Grasnando a frase: "Nunca mais."
(...)
Edgar Alan Poe – The Raven (tradução de Machado de Assis)
(Se eu fosse uma lágrima, queria ser chorada em alegria. Se eu fosse uma dor, queria ser um parto de luz. Se eu fosse um sorriso, queria-o chorado. Se eu fosse feliz, sentir-me-ia idiota. Se vivesse em tristeza, seria sandice.)
Fizesse eu da vida uma festa e o tempo ser-me-ia insuportável, pois não saberia dar valor às pequenas alegrias.
Fizesse eu da vida um rito fúnebre e o tempo pesar-me-ia arcos de angústias, toneladas de fado.
Fizesse eu da bonomia a esperança das alvoradas e não encontraria lugar para as dores que me provam estar viva no aconchego das noites.
Soubesse eu equilibrar contrários.
Soubesse eu diluir os extremos e encher o espaço de cor.
Pudesse eu ter os meus negros raiados de esperança e o meu arco-íris amortalhado em tons quentes e brilhantes.
Pudesse eu viver sem fantasmas de futuro ou quimeras de passado.
Soubesse eu ser mais do que dona de um optimismo tresloucado mascarado de melancolias.
Vivesse eu outra vida e os erros seriam os mesmos. E as certezas também. "Nunca mais!"
Achar procuro a lúgubre quimera,
A alma, o sentido, o pávido segredo
Daquelas sílabas fatais,
Entender o que quis dizer a ave do medo
Grasnando a frase: "Nunca mais."
(...)
Edgar Alan Poe – The Raven (tradução de Machado de Assis)
(Se eu fosse uma lágrima, queria ser chorada em alegria. Se eu fosse uma dor, queria ser um parto de luz. Se eu fosse um sorriso, queria-o chorado. Se eu fosse feliz, sentir-me-ia idiota. Se vivesse em tristeza, seria sandice.)
Fizesse eu da vida uma festa e o tempo ser-me-ia insuportável, pois não saberia dar valor às pequenas alegrias.
Fizesse eu da vida um rito fúnebre e o tempo pesar-me-ia arcos de angústias, toneladas de fado.
Fizesse eu da bonomia a esperança das alvoradas e não encontraria lugar para as dores que me provam estar viva no aconchego das noites.
Soubesse eu equilibrar contrários.
Soubesse eu diluir os extremos e encher o espaço de cor.
Pudesse eu ter os meus negros raiados de esperança e o meu arco-íris amortalhado em tons quentes e brilhantes.
Pudesse eu viver sem fantasmas de futuro ou quimeras de passado.
Soubesse eu ser mais do que dona de um optimismo tresloucado mascarado de melancolias.
Vivesse eu outra vida e os erros seriam os mesmos. E as certezas também. "Nunca mais!"
1 comentário:
Assusta-me a ideia de ser prisioneira da repetição de erros. Assusta-me não ser capaz de aprender, de crescer. Assusta-me especialmente quando magoamos outros, por cegeira, por vaidade, por egoismo... Assusta-me a ideia de só aprender verdadeiramente com as experiências dolorosas vividas, nunca com as alegrias, nunca com o provocado nos outros...
Obrigada pela simpatia, Maria e bom fim de semana :)
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