Noto que com o tempo as questões que não têm resposta ou já estão respondidas, não perdem interesse mas intensidade. Resignamo-nos a não saber e acomodar a angústia que geravam.
Eduardo Lourenço
Todos estamos, quase sempre, condenados à partida a uma vida banal. E, no entanto, somos capazes de grandes rasgos de imaginação, de fantasia. Na maior parte das vezes, a estes golpes de génio que nos ocorrem, damos o desconto de "sonhos" ou "ilusões" ou qualquer outra coisa "menor".
E empurramos essas miragens para um qualquer esconso, porque a vida nos manda crescer, desligando a imaginação desbragada do quotidiano submisso e concreto.
Esquecemos que, se não fossemos capazes de imaginar o "diferente", se não houvesse entre nós quem não se satisfaz com o real tal como ele é, então nunca seriamos capazes de evoluir como gente, como espécie.
A imaginação é a nossa espada pioneira, aconchegando-se à memória, empunhando a consciência e a ciência, a experiência e o instinto, para nos levar pelos caminhos da evolução.
E, no entanto, os nossos cientistas são obrigados a emigrar para encontrarem as condições que o status quo, as mentalidades oblíquas e os interesses de uns poucos galispos agarrados a poleiros encanecidos, apagam dos nossos espaços de criação, de saber, de imaginação.
Mas um país que se acomoda, amordaçando as questões, silenciando as repostas, resigna-se e pára.
Eduardo Lourenço
Todos estamos, quase sempre, condenados à partida a uma vida banal. E, no entanto, somos capazes de grandes rasgos de imaginação, de fantasia. Na maior parte das vezes, a estes golpes de génio que nos ocorrem, damos o desconto de "sonhos" ou "ilusões" ou qualquer outra coisa "menor".
E empurramos essas miragens para um qualquer esconso, porque a vida nos manda crescer, desligando a imaginação desbragada do quotidiano submisso e concreto.
Esquecemos que, se não fossemos capazes de imaginar o "diferente", se não houvesse entre nós quem não se satisfaz com o real tal como ele é, então nunca seriamos capazes de evoluir como gente, como espécie.
A imaginação é a nossa espada pioneira, aconchegando-se à memória, empunhando a consciência e a ciência, a experiência e o instinto, para nos levar pelos caminhos da evolução.
E, no entanto, os nossos cientistas são obrigados a emigrar para encontrarem as condições que o status quo, as mentalidades oblíquas e os interesses de uns poucos galispos agarrados a poleiros encanecidos, apagam dos nossos espaços de criação, de saber, de imaginação.
Mas um país que se acomoda, amordaçando as questões, silenciando as repostas, resigna-se e pára.
1 comentário:
On : 2/15/2005 7:07:02 PM corpo visível (www) said:
Definimo-nos pelas escolhas que fazemos...
:)
On : 2/16/2005 11:45:49 AM Diálogos Interactivos (www) said:
Sabes Hipatia , acho que combater a acomodação e a resignação é uma questão de postura cívica, de cultura, fé, esperança, talento, imaginação. São vários os factores condicionantes, mas acredito que quando não temos força para derrubar um muro, devemos tentar contorná-lo e se mesmo assim não resultar, devemos apelar à imaginação, ao sonho à fantasia, sempre na esperança de que todos os obstáculos podem ser ultrapassados, senão por nós, pelos nossos descendentes, é este o caminho, aprender com os erros e crescer. A educação é um factor determinante no desbravar desse caminho imenso, de horizontes infinitos e inimagináveis, que se ergue à nossa frente, deverão ser Mestres e não lideres aqueles a quem cabe por missão orientar a missão dos outros. São fracos os nossos líderes e fracas as suas convicções e com isso ganha terreno um novo caos, cabe-nos a nós individualmente acreditar numa nova harmonia, em novas estratégias para vencer os enormes desafios que o progresso nos impõe.
É preciso acreditar.
beijinhos
On : 2/16/2005 3:06:48 PM Caliope (www) said:
A vida banal.... O que será que tem de acontecer para que a nossa vida possa ser considerada de extraordinária?
Beijinhos....... muitos
On : 2/17/2005 12:04:37 PM Hipatia (www) said:
É verdade que nos definimos pelas escolhas que fazemos; mas há muita coisa (demasiada?) que nos é imposta. Há o velho ditado de não se dar o peixe, mas antes ensinar a pescar... o mal é que podemos acabar a mendigar peixes sem termos seja quem for capaz de lançar a rede e ensinar outros a fazerem o mesmo. E, sabes bem, cada vez vemos mais gente que é boa a pedir e cada vez menos daqueles que sabem dar.
Beijinhos
On : 2/17/2005 12:08:43 PM Hipatia (www) said:
Acho que tocaste num dos pontos, Diálogos. É que me parece que cada vez nos falta mais um plano estratégico a longo prazo. E, com líderes tão fracos e que parecem ter um horizonte de quatro anos (na melhor das hipoteses, que já houve demais a desistir mesmo antes disso), torna-se cada vez mais difícil continuar a pedir a quem não detém qualquer tipo de poder (porque até do direito e obrigação de votar prescindem) para continuar a acreditar numa qualquer nova ordem, nova harmonia. E que nem me venham para cá com a treta dos choques tecnológicos, se continuarem a subsistir leis de financiamento da investigação como a que temos neste momento.
Beijinhos
On : 2/17/2005 12:11:22 PM Hipatia (www) said:
Todas as vidas banais estão recheadas de coisas extraordinárias. Mas a maior parte dessas coisas limita-se ao microcosmos da banalidade. Há, no entanto, quem consiga extrapolar a banalidade generalizada e atingir todo o cosmos. Casos raros em todo lado, ainda mais raros num país que "exporta" cérebros, porque não lhes sabe, ou quer, ou consegue, dar as condições para ficarem por cá.
Beijo
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