aqui
A porta abre-se e entra uma fabulosa mulher de vestido longo, azul noite, luvas até ao cotovelo que escondem os alvos braços e cabelo comprido cor de cobre. Bate com força a porta da casa asséptica caiada de branco, com vontade de, dessa vez, construir um castelo.
Começa a encher o espaço de almofadas de penas. Espalha velas perfumadas, pinta no tecto estrelas. Escolhe um pau de incenso perfumado, talvez maçãs verdes, ou qualquer fruto. Semeia confeitos doces e coloridos, ou então pétalas de flores. Faz uma cama no chão. Põe a tocar uma música com guitarras e cítaras.
Depois pára de repente... A câmara pára com ela.
Eles vão para a cama com a Gilda, mas acordam comigo.
E então, depois de ter o cenário completo, a figura feminina começa a destrui-lo com o mesmo afinco com que o inventou.
Nada faz sentido!
O cabelo ruivo voa em todas as direcções, as luvas perdem-se por trás das almofadas, uma delas cai sobre uma das velas, chamuscando-se ligeiramente...
Tanta gente presa ao sonho projectado num écran branco, esquecendo-se que, por trás do sonho, está uma pessoa de carne e osso.
A câmara recomeça o percurso, aproximando-se mansamente do rosto agora em repouso, a fabulosa cabeleira a beijar-lhe as faces.
Há dias em que os minutos são horas e sinto a alma parada no tempo à espera não sei de que milagre para pedir licença para voltar a nascer.
E o plano começa a abrir-se, lentamente…
Há dias em que queria ser caracol, tartaruga, búzio, levar a casa às costas e poder fugir para um qualquer ventre e deixar o tempo passar. Esquecer a Gilda. Ser apenas eu.
The End
Começa a encher o espaço de almofadas de penas. Espalha velas perfumadas, pinta no tecto estrelas. Escolhe um pau de incenso perfumado, talvez maçãs verdes, ou qualquer fruto. Semeia confeitos doces e coloridos, ou então pétalas de flores. Faz uma cama no chão. Põe a tocar uma música com guitarras e cítaras.
Depois pára de repente... A câmara pára com ela.
Eles vão para a cama com a Gilda, mas acordam comigo.
E então, depois de ter o cenário completo, a figura feminina começa a destrui-lo com o mesmo afinco com que o inventou.
Nada faz sentido!
O cabelo ruivo voa em todas as direcções, as luvas perdem-se por trás das almofadas, uma delas cai sobre uma das velas, chamuscando-se ligeiramente...
Tanta gente presa ao sonho projectado num écran branco, esquecendo-se que, por trás do sonho, está uma pessoa de carne e osso.
A câmara recomeça o percurso, aproximando-se mansamente do rosto agora em repouso, a fabulosa cabeleira a beijar-lhe as faces.
Há dias em que os minutos são horas e sinto a alma parada no tempo à espera não sei de que milagre para pedir licença para voltar a nascer.
E o plano começa a abrir-se, lentamente…
Há dias em que queria ser caracol, tartaruga, búzio, levar a casa às costas e poder fugir para um qualquer ventre e deixar o tempo passar. Esquecer a Gilda. Ser apenas eu.
The End
Cá está o que se arranja: pouco tempo e falta de inspiração :(
O Escritor Famoso merecia melhor, bem sei... mas para a semana não estou cá e queria deixar-te aqui o post que pediste.
7 comentários:
Mas que melhor, se este está TÃO bom? :) Senti simpatia por uma Gilda que quer fugir da vidas que inventou e que a não deixa escapar. Muito bom, sua escritora famosa. :)
Nada me anda a sair particularmente inspirado ultimamente. Talvez seja mais uma crise de "estou mas é farta do blogue". Mas como vou de férias no Domingo, talvez na volta já tenha passado.
Obrigada :))
de que te queixas tu Ludovina, que as palavras te saem escorreitas e sedosas,como fios ruivos de cascatas?
já agora, tem uma belas férias, e curte bué lá o meu campo :-)**
Queixo-me de falta de inspiração mesmo, Jaquelina Pandemónio. A tal ponto que ando às voltas com um post erótico para mandar à Maria Árvore e não sai nada. Logo eu que até tenho um comPILAções no blogue :S Mas estou mesmo nas lonas e a precisar destes dias que vou tentar aproveitar ao máximo na próxima semana :)
Vai de férias descansar da Gilda para voltares a encontrar no espelho a ruiva mais linda, mais forte e mais pessoa que qualquer personagem que invente.
E ´quando voltares a reler este texto verás que está excelente! :)Mesmo! Mesmo! Mesmo! :)
Acho que não fui de férias tempo suficiente, Maria Árvore. Continuo a achar que o texto fica bastante aquém do que o filme merecia. Talvez devesse ter feito um strip-tease sem tirar mais do que as luvas, mas ai não ia ser nada original, não é?
Talvez esteja só um bocadinho cansada de pôr a alma tanto ao léu :S
Obrigada!
Mais Vozes
Minha querida, muiiiiiiiiiiiito obrigada! O teu texto ja esta n' OEscritor Famoso!... e gabo-te a escolha do filme, no comments para o texto
maria | Homepage | 03.31.06 - 3:33 pm | #
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Já vi Posso só pedir para destacares de alguma forma as "falas" da Rita? Obrigada!
Hipatia | Homepage | 03.31.06 - 6:08 pm | #
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