aqui
Venho da terra assombrada,
do ventre da minha mãe;
não pretendo roubar nada
nem fazer mal a ninguém.
Só quero o que me é devido
por me trazerem aqui,
que eu nem sequer fui ouvido
no acto de que nasci.
Trago boca para comer
e olhos para desejar.
Com licença, quero passar,
tenho pressa de viver.
Com licença! Com licença!
Que a vida é água a correr.
Venho do fundo do tempo;
não tenho tempo a perder.
Minha barca aparelhada
solta o pano rumo ao norte;
meu desejo é passaporte
para a fronteira fechada.
Não há ventos que não prestem
nem marés que não convenham,
nem forças que me molestem,
correntes que me detenham.
Quero eu e a Natureza,
que a Natureza sou eu,
e as forças da Natureza
nunca ninguém as venceu.
Com licença! Com licença!
Que a barca se faz ao mar.
Não há poder que me vença.
Mesmo morto hei-de passar.
Com licença! Com licença!
Com rumo à estrela polar.
António Gedeão - Fala do Homem Nascido
Eu disse que não esquecia, não disse?
Pois espero que esteja a ser um alegre início do trigésimo segundo!
4 comentários:
Com licença, com licença, que eu também quero vir à barca dar os parabéns à Lyra!
Um beijinho de parabéns e um tchim tchim com Barca Velha de 74 (uma óptima colheita)! :)
É a mesma da minha irmã, Maria Árvore. Que também é carneira, mas de dia 28 :)))
hipatia também eu não me esqueci e vim cá dar-te os parabéns. Espero que tenhas um dia excelente. O post está lindo :) Quando vi pensei "é a minha cara". LIndo. Obrigada pelo Gesto!
Gosto de dar parabéns :) Ainda bem que gostaste, Lyra. E espero que tenhas tido um dia muito feliz. Merecemos, ora! :)))
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