2009-01-15

Put out the light, and then put out the light (*)


Linda Sutton

Num País de Otelos, falar é fácil.



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(*) Othelo, V.ii.7

5 comentários:

Toze disse...

Enquanto as vítimas tiverem medo de denunciar, este flagelo vai continuar. Mas a culpa não é só das vítimas, é também dos amigos , conhecidos, e vizinhos das vítimas, que também fogem à responsabilidade social de denunciar.

Quanto à voz (vazia)da Igreja não tenho olhos nem ouvidos!

Hipatia disse...

Eu nem estava a falar do D. Policarpo. Esse, afinal, diz mais do mesmo e já ninguém estranha. Estava a pensar antes em todos os que saíram a aplaudir D. Policarpo. É que se, sem dúvida, nos países muçulmanos o papel da mulher é menorizado com base em leis, costumes e tradições, por cá continua a sê-lo para lá das leis. E todos fecham os olhos e fazem de conta, tal como dizes.

Adoa Coelho disse...

Vou-te dizer umas coisas sem ter medo sequer de parecer racista. Vou dizer o que vejo. É apenas o que vejo...

Onde aprendo alemäo, tenho colegas de várias nacionalidades. Grande parte säo muculmanos. Poucas säo as cristas, estas seräo apenas as Sul-americanas e uma polaca e eu,que posso até acreditar numa espécie de "deus" mas acho que näo será relevante o facto de essa entidade existir ou näo.

Quando no outro dia estivemos a discutir sobre relacionamentos, os que se pronunciaram, eram contra oseu cônjuge poder olhar para outra pessoa na rua quando acompanhad@. Isto para mim quer dizerque se a pessoa estiver sozinha tudo bem, certo? Se o/a outro/a näo sabe...

Eu contrapuz a situacäo dizendo que os olhos säo para ver e que podia olhar para outras pessoas (mas näo disse que o fazia!). -Mas na verdade pelo menos na tv sou capaz de reparar mais, na rua se calhar reparo como alguém vai vestido... apenas em sencacöes... Um cabelo, uma textura, uns olhos...

Para mim näo é anormal reparar embeleza tal como reparo em actos feios...

A reaccäo dos meus colegas foiquase uma explosäo! Aliás, falo neste tema no meu texto de início de ano se quizeres dar uma olhada...

O "meu" homem näo pode olhar quando vai a meu lado! - Dizia a polaca..

Onde já se viu a minha mulher fazer isso... - dizia um muculmano...

A verdade é que as pessoas consideram os seus conjujes como sua propriedade. Daí que mesmo passados anos e um divórcio em cima, estes seres ainda se sintam com direitos.

E Isto näo tem mesmo nada a ver com religiöes mas sim com o sentido de propriedade que o ser humano como ser animal que é, tem. E os lobos marcam os territórios sim, os gatos também, os leöes... os pássaros... ora, nós também!

Outro facto e este é dereprovar mesmo, é que as religiöes se aproveitem de coisinhas como estas e em vez de ajudar a reparar as feridas, ainda agucem e aticem umas pessoas contra outras, neste caso e geralmente, as mulheres.

Tanto no mundo muculmano como no mundo cristäo, as mulheres säo meros objectos de procriacäo. Säo as originais pecadoras e que levam os homens a pecar... Tem-se de ler aqui queos homens em si, näo seräo capazes de por si sós pecar! Certo?

As mulheres têm de andar tapadas porque os homens näo podemser "provocados" pelos seus atributos! - Isto tem de ser para rir, näo é?

O caso das religiöes taparem e sempre terem tapado os olhos quanto a estas coisas, só me lembra a palavra - hipocrisia. A igualdade é um medo constante para os homens porque têm medo de perder o possível controlo que possam ter.

Um dos problemas nisto, é que as própria mulheres aceitam e nem querem mudar a situacäo. E vamos fazer o quê?

Agora, as declaracöes näo säo de todo desprovidas de realidade e embora tenha achado que possam fomentar racismo e xenofobia, etc, nunca é demais avisar quem näo pensa a sério nas coisas.

Quando se ouve uma pessoa defender os direitos humanos e mais tarde afirmar que sedeveria atirar os políticos maus para uma fogueira... tem que se lhe diga. Podemos achar que tem algo de "joke" porque até ninguém gosta de políticos, mas gostaria um dia de perguntar ao meu excelentícimo colega o queé um mau político para ele.

Sabendo que o pai da pessoa que fez esta afirmacäo é palestiniano, sei muito bem a quem ele se referia. Mas será ele também capaz de diferenciar os maus políticos da sua faccäo?

Hipatia disse...

Tens toda a razão. Toda. É muito mais do que apenas religião. E é muito mais do que dizer que uma mulher ocidental se mete em sarilhos ao relacionar-se com um muçulmano. Eu até acredito que se meta, sabes? Há de facto entre os muçulmanos uma série de práticas degradantes para as mulheres. Mas no Brasil, até ao início dos anos 90 do século passado, um homem não era condenado por matar a mulher se fosse um “crime de honra”; em Portugal isso também só acabou a seguir a 1974. Antes, as mulheres até para viajarem precisavam de licença do marido e também nenhum ia para a prisão se a matasse à pancada. A questão, aqui, é que até hoje em Portugal os gajos acham-se com direito a matar as mulheres à pancada. É por isso que o número de vítimas de violência doméstica em Portugal não para de aumentar. E não me parece que esses números cresçam entre a comunidade muçulmana que reside em Portugal. Cresce entre aqueles que foram criados como católicos, que provavelmente até casaram pela Igreja. E é também por isso que até acho que, desta vez, D. Policarpo disse mal alguma verdade. Mas que os portugueses em geral não podem falar. Porque em Portugal continuam a existir demasiadas mulheres que se metem num monte de sarilhos por casarem com uma besta que, às tantas, até vai à missa todos os Domingos.

Anónimo disse...

Mais Vozes

Para todos os efeitos o estado tuga condena e pune a violência sobre as mulheres, pune do mesmo modo que pune todos os outros crimes praticados por esta terra, pune se o gajo for apanhado com a boca na botija e caso não tenha dinheiro para arranjar um advogado jeitoso . pessoalmente não vejo diferenças de maior entre os crimes praticados sobre as mulheres ou outros praticados por gente com poder sobre os q o não tem

A realidade dos países islâmicos na sua esmagadora maioria é bem diferente não só o estado não finge punir como até incentiva à pratica da violência

Por estas nossas terras uma gaja com poder económico ou de influencia dificilmente não terá a lei do seu lado em caso de violência, por cá uma criança abusada sendo filha de pais pobres dificilmente ganha uma causa em tribunal se o agressor tiver poder .

No nosso cantinho a lei defende quem possuir o pau maior independentemente de ser gaja ou gajo , lá para os lados do Islão a coisa já tem outros contornos. A meu ver ser gaja criança ou desprotegido pela sorte em qualquer parte do mundo é sempre xxxxxo .
frogas | | 01.18.09 - 12:49 am | #

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Exactamente porque existe muito mais protecção e muito menos conluio entre criminosos e Estado, é inadmissível que se critiquem os outros sem olhar primeiro para o que se passa no seio das porreiríssimas famílias católicas. É a velha história de não atirar pedras ao vizinho sem ver primeiro se os telhados também não são de vidro.

E olha que desta vez não é a D. Policarpo que critico. No seu cerne, até tem razão quando fala do que acontece às mulheres no mundo muçulmano. Mas não me parece que D. Policarpo tenha família para o vermos um dia destes acusado de violência doméstica. Em relação aos padres, sempre disse que se querem começar a falar a sério de família, então que arranjem uma. Estou antes a mandar-me a algumas das defesas tresloucadas que vi às palavras de D. Policarpo, de gente que não é padre, que supostamente vive no real e que, às tantas, vira os olhos se vê o vizinho de cima encher a mulher de porrada.
Hipatia | | Email | Homepage | 01.18.09 - 5:13 am | #