
2010-05-11
Expatriada

2010-05-10
2010-05-08
Espaço

2010-05-03
Resumo alargado
Muito encostado e aquecido
Lá vai como se encontrasse
Um objecto perdido
António Botto, in "Reportagem"
2010-05-02
2010-05-01
Maias

2010-04-30
2010-04-29
Dias barulhentos
Talvez a alma vulgar queira chegar mais cedo.»
Álvaro de Campos
2010-04-26
Cumprir Abril
«A ala esquerda desta Assembleia parece recear a afirmação do sentido de nação, a ala direita parece temer o sentido do uso do cravo vermelho»
Aguiar-Branco, discurso na sessão comemorativa do 25 de Abril de 2010
Aos jovens bem jovens de hoje pertence o amanhã: os cravos já não terão cheiro, as canções revolucionários o mesmo apelo que os hinos fascistas de antanho, os símbolos ficarão escondidos sob pó e teias de aranha, a pátria confundida com outro mito qualquer. Mas, por não lhes ser mais exigido que cumpram Abril, talvez finalmente Abril seja cumprido.
2010-04-25
2010-04-19
2010-04-18
Parabéns, Deep
Brinca enquanto souberes!
Tudo o que é bom e belo
Se desaprende…
A vida compra e vende
A perdição,
Alheado e feliz,
Brinca no mundo da imaginação,
Que nenhum outro mundo contradiz!
Brinca instintivamente
Como um bicho!
Fura os olhos do tempo,
E à volta do seu pasmo alvar
De cabra-cega tonta,
A saltar e a correr,
Desafronta
O adulto que hás-de ser!
Miguel Torga - Pedagogia
Pronto: já me apanhaste :)
2010-04-16
Talvez
maybe I was born to hold you in these arms
E aninho-me e gosto de ninho. Deste espaço de aconchego onde volto a ser pequena e fraca e onde a ternura transborda por cada poro. Enrolar-me, encostar-me, deixar-me prender sem ser realmente prisioneira. Contornada. Amparada. Confortada. E enfrentar assim a insónia; e talvez ganhar.
2010-04-15
Se

aqui
... o tesouro existe certamente, embora escondido por demónios brincalhões e continua impossível de encontrar nos labirintos das nossas perguntas e respostas...
Hugo Pratt – A Casa Dourada de Samarcanda
2010-04-14
Vez sem emenda

2010-04-12
Estou com frio!

2010-04-09
Complicómetro
«To see what is in front of one's nose needs a constant struggle»
George Orwell
2010-04-08
As sandálias do pescador
«O porta-voz do Vaticano, Pe. Federico Lombardi, refutou as denúncias do jornal alemão “Stern”, que [acusou] Bento XVI de ter arquivado a investigação sobre pedofilia ligada ao religioso mexicano Marcial Maciel.»
in Agencia Ecclesia
No meio disto, há uma Igreja que também é um Estado, com hierarquias e intrigas, correntes que apoiam este e aquele, interesses políticos misturados e sobrepondo-se à vocação de encaminhar as almas. E onde há homens – onde há políticos – há bom e mau, há gente séria, há sacanas e, sim, há até pedófilos.
Sobre os ombros deste Papa cai hoje a responsabilidade de reestruturar a sua Igreja. Não me parece que seja homem para o conseguir. Há muito que a Igreja vive aprisionada nas suas leis eclesiásticas, nos seus tabus, nos seus dogmas, nos seus costumes. Sobreviveu assim durante séculos e é resistente à mudança: porque a mudança pode ser catastrófica nos impactos que tenha sobre linhas ténues de poder, quer o poder que detêm os homens que fazem ainda esta Igreja, quer o poder de continuar a ser "a" Igreja, com o seu chefe supremo a quem todos devem vassalagem (por mais simbólica), até os líderes mais ateus ou laicos.
E se o poder corrompe, no seio da ICAR pode corromper duplamente: em mais nenhum caso se poderia sustentar qualquer falácia com base do mito da infalibilidade papal. Como pode Bento XVI mudar seja o que for, ou corrigir até o que fez, se a sustentação para o que é e como é tem bases na tradição, nos dogmas, no costume, até mesmo nos actuais sustentáculos da própria existência possível e continuidade da ICAR num mundo que, cada vez mais, apenas a reconhece como símbolo enquanto lhe retira poder? O poder simbólico é forte, mas nada tem a ver com o poder que advém do medo que reuniu a humanidade sub sino.
No final do filme a que roubei o título, o novo Papa "comunista" prepara-se para abrir os cofres da ICAR e salvar o mundo. Na terra dos sonhos, é assim fácil. No mundo dos filmes, é possível abrir cofres só porque sim e não há casamentos entre pessoas do mesmo sexo, ou divórcios, ou abortos, ou contracepção, ou ordenação de mulheres, ou homens falíveis capazes de violar crianças. E mesmo que às vezes pareça que a hierarquia da ICAR vive num mundo de faz de conta, a verdade é que a realidade lhe bate todos os dias à porta. E é preciso lidar com ela. E é preciso lidar com pessoas - ordenadas ou não - que fazem o rebanho que resta.
Numa Igreja cujo poder se resume cada vez mais ao simbólico e a ser por tradição do que foi, como pode um Papa, ainda por cima reaccionário e conservador, prescindir da infalibilidade de todos os que o precederam, negar costumes e regras, baixar o véu da aparência da fé para mostrar as negociatas do poder e o feio que vem com elas e aceitar a mudança de alguma forma e feitio?
Sócrates e Sarkozy, Putin e Clinton, Blair e Mitterrand, Bush e Zapatero, bem como todos os outros que nem vale a pena aqui mencionar, preocupam e preocuparam-se sobremaneira com a imagem. A seus olhos, dela depende a sua credibilidade e o seu poder. Sobre os ombros do Papa, cai o dogma da sua infalibilidade, sendo que, se perde o controlo, não serão perdidas apenas as próximas eleições. Será toda a estrutura da própria Igreja que tombará e ninguém sabe o que pode aparecer em seu lugar.
A pedofilia existe em todo o lado. Não é um fenómeno exclusivo dos padres, ou sequer dos padres católicos. E os padres são homens. Que os julguem enquanto tais. Que julguem como homens quem escondeu e fomentou ou apenas permitiu crimes, quer fechando os olhos, quer de forma activa. Mas campanhas mediáticas de autos-de-fé em jornais ou na net são apenas reminiscências dos actos inquisitórios a que até a própria ICAR virou as costas. E reduzir a Igreja aos crimes de uns quantos é, no mínimo, redutor. E, por mais que não goste de Bento XVI, gosto ainda menos de Torquemadas laicos imbuídos de uma qualquer mania evangelizante.
2010-04-06
pms

Hoje conheci um fdp que sei que bate na mulher: metro e meio de gajo, franzino, cabelo ralo e ar de sonso. Sinceramente não percebo como é que a mulher ainda não o meteu na ordem com uma sertã pelos cornos abaixo. Ainda se o gajo tivesse tamanho para meter medo… agora, uma coisa mal acabada de metro e meio? Era uma sertã, era. No mínimo!
(e um que tivesse dois metros também haveria de ser apanhado; nem que fosse a dormir, porra!, que a PMS ataca todos os meses)
2010-03-24
3.....
2010-03-21
Primavera
A light exists in spring
Not present on the year
At any other period.
When March is scarcely here
A color stands abroad
On solitary hills
That science cannot overtake,
But human nature feels.(...)
Emily Dickinson - "A Light Exists in Spring"
2010-03-20
2010-03-18
A um deus desconhecido
2010-03-16
Fuga
We're siamese children related by heart
And nothing can tear us apart
The Swans - Add Reality
2010-03-15
2010-03-14
Longe

Trinta anos depois, estando o homem há muito convertido em mito, não deixa ainda assim de ser evidente o longe que estamos dos tempos e dos valores fundadores. Ninguém sabe o que se teria passado se tivesse tido mais do que os magros 11 meses em que esteve à frente do Governo; ou sequer o que teria acontecido após a derrota do seu candidato à Presidência da República. Mas isso pouco importa quando se trata de mitos e pais fundadores. Só seria de esperar hoje que tantos que se reclamam seus herdeiros dignificassem a figura com atitudes menos patéticas e projectos menos vazios. Sá Carneiro terá sido muita coisa. Mas nunca foi pateta. Nem vazio.
2010-03-13
Das saídas fáceis
Found at bee mp3 search engine
Esta geração que descarrega fedelhos nas escolas, nas aulas de ballet e de futebol, ou então em frente a jogos, pc ou televisão esperando que, no fim, eles saiam já criados, não quer ter trabalho. Aliás, trabalho já tem muito diariamente para manter a cabeça à tona ou manter o emprego ou pagar a dívida ao Banco: não precisa que os fedelhos também dêem trabalho. Só que dão. E são responsabilidade. Quem não consegue encarar, que não os faça. Mas não peçam é ao Estado para fazer o que compete a cada um de nós: sempre que o Estado entra num frenesim legislativo sobre a vida das pessoas dá, normalmente, mau resultado. Acho que se chama totalitarismo.
2010-03-12
2010-03-11
Atocha

aqui
Algumas coisas já só nos deixam demasiado embrutecidos, mas há outras que nos atingem como um murro no estômago. Nos comboios de Madrid embarcamos também. Foi muito mais próximo do que tudo o que queremos esquecer. Madrid representou a cobardia engatilhada em precisão, fazendo do terror a arma apontada ao nosso quotidiano. E não consigo deixar de pensar que naqueles comboios podia estar eu. Ou outra qualquer pessoa que me é próxima. O terror vive disso também.
2010-03-10
Umbigo (*)

Uma infestação de spam levou-me aos arquivos. Perdi-me na história e no rasto de mim que por aqui fui deixando. É que tenho alguns textos neste blogue que pari das entranhas. São extraordinariamente pessoais, doloridos e meus. Como tenho textos feitos com memórias indeléveis, cheiros que eu senti, o que toquei, a música que estava a ouvir, os espaços que habitei. Meus. Ou textos breves, de alegria transbordante. Esses sorrisos e gargalhadas também me pertencem ainda. Ou os gritos indignados e os amuos e as irritações. Ou as lágrimas. Meus. No meu blogue. Tudo o resto é acessório para encher a página, letra esparramada à pressa e logo esquecida. Os textos que ainda sinto destes tantos anos de voz em fuga, são os mais pessoais, os mais íntimos. E ultimamente ando demasiado perdida de mim.
(*) talvez a miga queira direitos de autor...
2010-03-09
2010-03-08
Acidente

2010-03-07
Deu-lhe forte!
«Pedro Passos Coelho vem, desde muito cedo, das mais reles incubadoras de intrigas, tricas, vaidadezinhas e respectivas subserviências. É nas Jotas onde mais e melhor se aprende e pratica todas as faltas de recurso anti-desportistas, que definitivamente ficam para a vida, pelo que de rasteiras, cotoveladas e tesouradas leva longa escola.»
Dos espantos

Eu insisto: para lá de toda a nossa mania, muito além de qualquer programa de opinião, completamente ao lado de tudo o que, para muitos, era suposto ser a onda do momento, ou de bom tom, ou o it da oportunidade, o Portugalinho real é aquele que continua a juntar dez mil pessoas no Porto para ouvir Tony Carreira. Se isso fosse reconhecido, ninguém ficaria tão espantado com as escolhas que os portugueses continuam a fazer, quer em matéria cultural, quer em matéria política. O Portugalinho real está a léguas da blogosfera bem pensante, dos jornalistas que não escrevem para O Crime ou a Maria, dos debates da treta e das intrigas do costume. As elites continuam a vestir apenas o seu snobismo e quer-me parecer que, com as suas guerras internas, apenas conseguem perder qualquer capacidade mobilizadora. O Tony Carreira continua a encher salas e tem quem o siga há décadas. Se se candidatasse à Presidência da República, talvez desse uma abada à concorrência.
2010-03-05
Olha, I
Em relação a este nem admito reparos. Por mais que o fim do mundo nem tivesse vindo em 2000 (como também não deve acontecer em 2012, mas a esse não achei piada nenhuma), há ideias neste filme que me põem de boca aberta. E o Ralph, obviamente. Mesmo seboso e fraco e junkie e tudo. Definitivamente, é um filme muito mais do que "só" catita.
Fright Night

(cada vez que vejo a MMG lembro-me desta imagem)
A ver se o Dumb Witness se lembra deste aqui em baixo ou preferia os "The Lost Boys".

Das renúncias
Primeiro vieram pelos comunistas e eu não protestei, porque não era comunista;
Depois vieram pelos sindicalistas e eu não protestei, porque não era sindicalista;
Então eles vieram pelos judeus e eu não protestei, porque não era judeu;
Por fim vieram atrás de mim e já não havia ninguém para falar por mim.
Martin Niemöller
E um dia quem virá por nós, se continuarmos a conceder que outros percam parte dos seus direitos? É por isso que me faz muita espécie qualquer desvio ao óbvio, com pequenos contornos aos direitos de cada um em nome de uma suposta maioria e um ainda mais suposto interesse público. Demitirmo-nos hoje de protestar é abrir uma brecha na cidadania e nas suas garantias, já que não basta apenas estender uma mão pedinte. Há que saber que é preciso cumprir com deveres em igual medida. Um deles é tão velhinho que até nos esquecemos dele: não faças a outros o que não queres que façam contigo; e não deixes de fazer pelos outros o que gostarias que fizessem por ti.
2010-03-04
Verdade!

aqui
«Portugal não é esta seita de proxenetas de gravata Hermes, que se instalou no poder da capital para viver à custa do subdesenvolvimento do país. O meu país é o meu povo e esse é eticamente muito superior a esses canalhas, é gente que sua por cada tostão de ganha, trabalhadores que tiram dos seus filhos os impostos que alimenta essa elite da treta, empresários que todos os meses lutam para que as suas empresas consigam pagar os ordenados dos trabalhadores no fim do mês.»
in, O Jumento
Tempos de delação

Tempo de solidão e de incerteza
Tempo de medo e tempo de traição
Tempo de injustiça e de vileza
Tempo de negação
Tempo de covardia e tempo de ira
Tempo de mascarada e de mentira
Tempo de escravidão
Tempo dos coniventes sem cadastro
Tempo de silêncio e de mordaça
Tempo onde o sangue não tem rasto
Tempo da ameaça
Sophia de Mello Breyner Andresen - Data
2010-03-03
O meu avô adorava!
2010-03-02
2010-03-01
E...
2010-02-28
No entretanto...
2010-02-27
2010-02-25
2010-02-24
2010-02-23
Erros de cálculo

aqui
2010-02-22
E la nave va

2010-02-21
Diz-me com quem andas…
Fotografia © Miguel A. Lopes - Lusa
Só me pergunto se aquela gente toda está confortável com o facto de, a partir de agora, ser confundida com os fascistas e neo-nazis que assentaram praça na mesma manifestação. Se realmente não se importam com isso. É que não acredito que todos sejam fanáticos, tirando o facto de terem visões fanáticas sobre quem tem ou não direito a casar-se.
Faz de conta...
Found at bee mp3 search engine
Parabéns, Miquinhas :)
2010-02-19
Durante o telejornal

aqui
Comentário da minha avó (90 maravilhosos e lúcidos anos!) acerca de um certo político queixinhas cá da praça: "Homem pequenino, ou sacana ou bailarino".
Até me engasguei!
Dos gatos

GeekCats (clicar para ver melhor)
Chegou-me uma visita ali em baixo a uma caixa de comentários. Curiosa que sempre fui (devo ter costela de gato e um dia destes…), segui o link e fui dar ao GeekCats. Adorei! Aconselho a visitinha. A imagem acima está lá na primeira página e espero que vos sirva de bom aperitivo :)
2010-02-18
Basicamente
2010-02-17
Ah!
.
«Fernando Nobre, o presidente da Amnistia Internacional, é candidato à Presidência da República.»
E agora isto?
.
«Assessores, chefes de gabinete, membros do Governo usaram o seu tempo, pago pelo erário público, instalações do Estado, meios informáticos públicos e informação privilegiada para fins de combate político.»
Eduardo Dâmaso
2010-02-15
Luta de galos
Roylynn Evans
Uns eram pela liberdade, agora estes são pela democracia. E eu olho e torno a olhar, que há pela certa um poleiro dourado em jogo, sendo que o galispo ainda não perdeu as penas e continua a cantar de galo na capoeira do povoléu do costume, já cansado de tanta luta. E, sim, o povinho do magalhães, dos rendimentos de inserção, das novas oportunidades e dos abonos ainda é a maioria e as novelas da TVI ainda devem ganhar a qualquer noticiário, jornal ou programinha de opinião política. Está difícil convencer o povinho, mesmo a gritar bem alto e repetidamente, não é? E nem há sol ameno para desculpa e já basta o mau tempo para estragar este alegre carnaval.
2010-02-13
Anónima não. Com nick sempre
De palavras não sei. Por isso canto
em cada uma apenas outro tanto
do que sinto por dentro quando as digo.
José Carlos Ary dos Santos – Epígrafe
E também é por isso que não tenho um perfil público completo no blogue, nem um nome para além do nome Hipatia. Porque, por mais que digam, a Hipatia é já um nome, o meu nome por aqui, aquele que escolhi usar já há um belo conjunto de anos. Manter o nome que escolhi usar no blogue (mesmo que isso, tantas vezes, já não sirva para nada) é o que ainda posso fazer para me preservar. Para que não tenha novamente de voltar a procurar um espaço onde me sinta livre para escrever, em que não há quem me cobre o tanto que já dei de mim e o que ainda poderia ter vontade de dar. Tudo o mais são opções. E, se respeito as dos outros, que não me cobrem as minhas. A todos cabe a sua razão e a cada um cabe defender os seus motivos. Se eu andasse por aqui atrás de prebendas, talvez já tivesse feito a vontade a alguns e espelhado on-line o nome do BI. Como esse nunca foi o meu motivo, aceitem que quem assina com nick também tem direito a opinião. E argumentem em relação a essa mesma opinião em lugar de desatarem a disparar contra o mensageiro. Essa sempre foi a opção dos fracos, porque mais fácil. E nunca serviu para debater ideias.
2010-02-11
20 anos

aqui
Found at bee mp3 search engine
Foi uma bandeira da minha adolescência. Como tantas outras. Quando ainda sabia ter bandeiras.
hmm...
in Correio da Manhã, 07/02/2010
Cem em nove mil? E depois espantam-se por o mundo real ser tão diferente das petições on-line e das ideias defendidas em uns quantos blogues e programas com opinadores profissionais.
2010-02-10
2010-02-08
Apre!
«O Sporting de Braga tenta hoje encurtar a distância para o líder, Benfica (...) Os "arsenalistas", com dois jogos a menos, encontram-se no segundo lugar, a quatro pontos dos "encarnados"»
in, TSF
Ídolos
(gosto do Filipe; gosto do puto e do vozeirão do puto)
(e nem sequer segui o programa, ou votei, mas isso agora não interessa nada)
(e até gosto quando ele corrige delicadamente quem teima em chamar-lhe "Felipe")
Repost
Presto atenção ao silêncio e a tua voz diz-me que te falto. Galgo a distância. A tua voz leva-me. Não sei se é só saudade, se esta febre teimosa que não me deixa. Ouço-te. Como se estivesses bem ao meu lado. Quase sinto os teus dedos frios sobre a testa. Quase respiro o teu ar. Sôfrega de ti, como já não ficava há muito tempo. É da febre. É delírio. És tu. Ou apenas a tua voz a percorrer-me os sonhos. Que saudades tenho, às vezes! Assim, de mansinho, quando estou mais frágil e, dos confins da memória, chega-me a tua voz. Baixinho. Bem baixinho. Como se as saudades só se fizessem de sussurros. Como se hoje estivesses aqui de plantão, meu anjo. Como se não tivesses partido nunca. É delírio, por certo. E estas saudades de ouvir a tua voz a dizer-me como te falto... como me faltas.
Sussurros
2010-02-07
Conta poupança-futuro
.
«Os bebés portugueses vão poder começar a emprestar dinheiro ao Estado para financiar a dívida pública assim que nascerem.»
in, Jornal de Negócios
2010-02-05
Enfim
hmm...
Will I see you tonight on a downtown train
Where every night, every night it's just the same, oh baby
Will I see you tonight on a downtown train
All of my dreams they fall like rain, oh baby on a downtown train
2010-02-04
Haja paciência!
.
«"Parece-nos razoável que, sendo nós um imenso condomínio de 10 milhões, cada um de nós saiba a permilagem de cada um dos outros para sabermos se há um efectivo contributo que corresponda àquilo que é o bocado que temos neste imenso latifúndio" defendeu Strecht Ribeiro, que entregará hoje a proposta à direcção da bancada parlamentar do PS.»
in DN
O Portugalinho – tão diferente em asfalto, em marinas, em hotéis, Allgarves e campos de golfe – mudou aparentemente muito sem, no entanto, mudar verdadeiramente. Continua a ser um país de cidadania amordaçada e de invejas pequeninas e na mão de meia dúzia que põe e dispõe conforme der mais jeito. Quando as coisas não correm de feição, a culpa é sempre do outro, o que lhe passou cheques carecas, o que lhe prometeu umas férias cinco estrelas pagas a prestações, os duzentos euros dos putos onde não podem mexer, que maçada!, o dos favorzinhos trocados por robalos, ou malas cheias de notas pequenas, ou lista de votantes que já moram a sete palmos abaixo, ou os sobrinhos da Suíça, ou os acordos selados a putas café com leite, ou as nomeações para assessores, ou as renomeações dos assessores, ou as reformas cardona e celestemente volumosas, ou os jeitinhos à lei para dar jeitinho aos filhos da lei do costume.
Seja como olhe e para onde olhe, os vampiros ainda aí estão. E os bufos sempre foram as suas armas, as melhores armas, porque toupeiras silenciosas, mesquinhas, fazendo da convivência e da proximidade a porta para os segredos a revelar. E a fomentar a inveja, que ninguém está livre de, um dia destes, alguém resolver acusá-lo de tudo e mais um biscate e, neste País de treta, cada vez é mais necessário provar-se a inocência do que a culpa, especialmente depois de insinuações entre aspas num qualquer pasquim.
E depois ainda vem um cromo falar de condomínios e propor que a inveja alastre entre vizinhos, que se comprou um carro novo é porque andou a roubar ou a dar o cu sem declarar às finanças, que publicar os devedores não bastou. Não, isto não é um condomínio, que já nem há quem lhe faça seguro. É um bairro de lata de alucinados, com propostas mirabolantes e ideias estapafúrdias, onde até querem promover a bufaria, o voyeurismo e a inveja a letra de lei. Depois, os que puderem dizem que é difamação ou que é censura. Todos os outros apanham com um big brother pelo cu acima, a ver se ficam caladinhos, enquanto comem uma espinha de sardinha.
Haja pachorra! E, foda-se!, porque é que não deixam que o gajo se demita? Não há por ai tanta prova provadinha de incompetência derramada por jornais, televisões, blogues e afins? Então qual é o mal? Se tantos se apressavam a demiti-lo se pudessem, porque têm agora tanto medo de se mandarem para os cornos do touro e tentarem (e eu já só pedia isso) fazer melhor?
2010-02-03
Meio-meio

aqui
2010-02-02
2010-02-01
Aqui d'El Rei!
quando me calo
ou o silêncio
mesmo se falo
Aqui d'El Rei.
Zeca Afonso - Epígrafe para a arte de Furtar