De facto, o Médio Oriente engloba, na sua própria singularidade, o encontro virulento de tudo o que se opõe no nosso planeta: Ocidente e Oriente, Norte e Sul, islão e cristianismo (com a interferência da nação judaica), laicidade e religião, fundamentalismo e modernismo. Eis porque o Médio Oriente não é apenas um barril de pólvora no mundo, mas, mais do que isso, o barril de pólvora do mundo.
Edgar Morin – Os Problemas do Fim do Século
Quando, em 1990, se começaram a contabilizar os resultados da "revolução antitotalitária" que varria o leste Europeu, o Mundo teve que começar a analisar um novo desafio: o degelo da guerra fria estava a "aquecer" o Médio Oriente, com prolongamentos para o Norte de África, e lançou esta região para as primeiras páginas dos jornais com a agressão de Agosto daquele ano contra o Koweit. Ainda abalado pela súbita mudança de paradigmas, vendo a "ordem antiga" desaparecer, o Ocidente reagiu, e a ONU pareceu conseguir resultados credíveis, pela primeira vez na sua história, sem interferências de vetos.
Na ânsia de encontrar um "inimigo de substituição", o Ocidente (existirá mesmo este "Ocidente" que tantos se esforçam por mitificar?) continuou até hoje a correr o risco de fazer explodir o barril de pólvora do mundo. Em troca, corremos todos o risco de implodir nas nossas misérias.
E o resultado?
Ainda se pode ouvir as notícias? Ainda conseguimos entender porque andámos há mais de dez anos a contabilizar carnificinas, a procurar agulhas em palheiros atulhados de bombas?
Não. Já não se pode ouvir as notícias. Dói ver o mundo.
... e ali ao lado até crianças são reféns.
Edgar Morin – Os Problemas do Fim do Século
Quando, em 1990, se começaram a contabilizar os resultados da "revolução antitotalitária" que varria o leste Europeu, o Mundo teve que começar a analisar um novo desafio: o degelo da guerra fria estava a "aquecer" o Médio Oriente, com prolongamentos para o Norte de África, e lançou esta região para as primeiras páginas dos jornais com a agressão de Agosto daquele ano contra o Koweit. Ainda abalado pela súbita mudança de paradigmas, vendo a "ordem antiga" desaparecer, o Ocidente reagiu, e a ONU pareceu conseguir resultados credíveis, pela primeira vez na sua história, sem interferências de vetos.
Na ânsia de encontrar um "inimigo de substituição", o Ocidente (existirá mesmo este "Ocidente" que tantos se esforçam por mitificar?) continuou até hoje a correr o risco de fazer explodir o barril de pólvora do mundo. Em troca, corremos todos o risco de implodir nas nossas misérias.
E o resultado?
Ainda se pode ouvir as notícias? Ainda conseguimos entender porque andámos há mais de dez anos a contabilizar carnificinas, a procurar agulhas em palheiros atulhados de bombas?
Não. Já não se pode ouvir as notícias. Dói ver o mundo.
... e ali ao lado até crianças são reféns.
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