Un papel desvelado en su blancura.
La hoja blanca de un álamo intachable.
El revés de un jazmín insobornable.
Una azucena virgen de escritura.
El albo viso de una córnea pura.
La piel del agua impúber e impecable.
El dorso de una estrella invulnerable
Sobre lo opuesto a una paloma oscura.
Lo blanco a lo más blanco desafía.
Se asesinan de cal los carmesíes
Y el pelo rubio de la luz es cano.
Nada se atreve a desdecir el día.
Mas todo se me mancha de alhelíes
Por la movida nieve de una mano.
Rafael Alberti - Un papel desvelado en su blancura
Hoje não me apetece escrever, confesso. Tenho uma música a tocar baixinho, um cigarro entre os dedos e mil e umas futilidades a bailarem-me no pensamento. Não é que não me apeteça escrever, no sentido de dar resposta. Isso já fiz hoje, aqui bem abaixo. Muito. Tanto que talvez tenha esgotado as palavras por hoje. Ou, se calhar, só não me apetece escrever sobre futilidades enquanto, baixinho, toca esta música. Mas também não é bem só dar resposta. Porque já andei a espreitar muitas "casas" e não me apeteceu responder a quase ninguém. Talvez seja mesmo da música que, aqui ao lado, vai tocando baixinho. Enche-me de paz, de espaço. Leva-me em ondas, faz-me beijar praias de silêncios e harmonia. Toca baixinho uma música, sem futilidades. Baixinho, baixinho. Quase em silêncio. No silêncio onde, depois disto, vou depor por hoje as palavras.
La hoja blanca de un álamo intachable.
El revés de un jazmín insobornable.
Una azucena virgen de escritura.
El albo viso de una córnea pura.
La piel del agua impúber e impecable.
El dorso de una estrella invulnerable
Sobre lo opuesto a una paloma oscura.
Lo blanco a lo más blanco desafía.
Se asesinan de cal los carmesíes
Y el pelo rubio de la luz es cano.
Nada se atreve a desdecir el día.
Mas todo se me mancha de alhelíes
Por la movida nieve de una mano.
Rafael Alberti - Un papel desvelado en su blancura
Hoje não me apetece escrever, confesso. Tenho uma música a tocar baixinho, um cigarro entre os dedos e mil e umas futilidades a bailarem-me no pensamento. Não é que não me apeteça escrever, no sentido de dar resposta. Isso já fiz hoje, aqui bem abaixo. Muito. Tanto que talvez tenha esgotado as palavras por hoje. Ou, se calhar, só não me apetece escrever sobre futilidades enquanto, baixinho, toca esta música. Mas também não é bem só dar resposta. Porque já andei a espreitar muitas "casas" e não me apeteceu responder a quase ninguém. Talvez seja mesmo da música que, aqui ao lado, vai tocando baixinho. Enche-me de paz, de espaço. Leva-me em ondas, faz-me beijar praias de silêncios e harmonia. Toca baixinho uma música, sem futilidades. Baixinho, baixinho. Quase em silêncio. No silêncio onde, depois disto, vou depor por hoje as palavras.
7 comentários:
Momentos assim (também) são preciosos...
:)
Sempre se falou do pesadelo da folha branca, Mofo. Mas nem era bem isso ontem. Era o bem que me estava a fazer a música. O tanto de calma em que me estava a banhar. As imagens onde me deixava fluir. As palavras nunca seriam capazes de contar aquele momento. O silêncio, sim.
Já vi que hoje também ainda não há post :) Eu ainda vou ver se troco de cd ;)
Sim, Corpo Visível. Era mesmo isso. Ainda assim, acho que abusei das palavras. "Aquele" silêncio não precisava de tantas :)
Ottmar Liebert, "The Hours Between Night And Day"
:)
Vai ao mail dos enresinados.
(Enganei-me na caixa de correio, por isso... parece muito mal se pedir para não deixares lá o contacto? Há sempre o do blog: hipatia71@hotmail.com)
já está a seguir resposta :)
On : 9/17/2004 8:27:47 AM duende (www) said:
É só a primeira de muitas vezes que virão.
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On : 9/17/2004 10:48:21 AM Hipatia (www) said:
Sim, acredito. Mas ontem não era uma questão de não ter ideias. Essas, quando não há, inventam-se. Era só não apetecer, porque o silêncio onde me refugiei era, de facto, mais saboroso.
Ainda que, mesmo ontem, tivesse dito noutro sítio que estar sem escrever me molesta, há dias em que só o silêncio é benção.
:)
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On : 9/17/2004 10:54:20 AM duende (www) said:
Mas eu também não me referia à falta de ideias. Referia-me exactamente ao mesmo que tu. Andar por aqui e até ler mas não apetecer nada mais que o silêncio. Porque só o silêncio faz sentido nesse momento
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On : 9/17/2004 11:26:31 AM Hipatia (www) said:
Talvez seja a questão do "aqui". É que não é só "aqui", se o "aqui" é a net, entendes? Mas é um "aqui", se o "aqui" for a vida. Eu preciso destes silêncios como de comida. Tal como preciso de escrever como se fosse um respirar, outras vezes.
Beijinho
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On : 9/17/2004 1:11:30 PM duende (www) said:
Não. O 'aqui' dizia respeito a tudo.
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On : 9/17/2004 1:36:22 PM Hipatia (www) said:
Então está certo. Mas, nesse caso, não é a primeira das muitas que virão. É só mais uma daquelas que já conhecemos
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On : 9/17/2004 2:20:09 PM duende (www) said:
Não. Porque neste caso era algo novo para ti. Só isso justifica o post.
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On : 9/17/2004 2:21:37 PM Hipatia (www) said:
Era só um mood e isso justificou o post
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On : 9/17/2004 2:52:49 PM duende (www) said:
Tretas.
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On : 9/17/2004 3:03:35 PM HardCuore (www) said:
lol
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On : 9/17/2004 3:12:49 PM Hipatia (www) said:
Tretas é quando escrevo
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On : 9/17/2004 3:14:42 PM Hipatia (www) said:
E lol para ti também, oh HC
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