aqui
No gigantismo do Cosmos, uma galáxia perdida. No recôndito dos seus braços exteriores, uma pequena estrela sem nada de original. À sombra dessa estrelinha, um pião azul e branco, ferro, rocha, poeira... Uma ilha habitada. Este planeta é a nossa casa e neste recanto de Universo, rodeados de cor e movimento, esquecemos com facilidade como a vida é, em si mesma, um acaso, um lampejo de génio da natureza, uma anomalia. Erguemos os olhos para o veludo gelado e estéril dos céus e sonhamos não estar sós. À espreita, à escuta, procurando o tal contacto que pode nunca chegar. Utopias feitas contra a solidão de bicho gregário que elabora deuses e quer ser imortal. E sonhamos caravelas novas em rotas para o infinito, enquanto a casa se faz prisão e o azul nos tortura os olhos de mocho que só sabem sonhar o impossível. Frágeis. Únicos. Improváveis. Não somos mais que pó. Pó de estrelas que se perdeu no lugar mais ermo. E se fez energia, movimento, reacção. Acaso, genes, enganos evolutivos que se provaram certos. Vida. Talvez um dia nos baste. E talvez nesse dia seja possível largar o lastro que nos sustêm.
Neste ano em que se celebra a astronomia, penso no tão longe que continuamos das estrelas, agrilhoados ao lastro que nos prende à Terra. E é menos do que ciência, ou engenho, ou vontade.
6 comentários:
Vê isto, principalmente no tocante ao ambiente: agrilhoados é pouco! BN
Se já somos tão bons a arruinar este, até que ponto merecemos encontrar outro?
E, no entanto, esta é a nossa casa...
É que foi brincar até partir, se cá não nos entendemos! para quê por outro meio mundo ao barulho, só pode ser para mandarmos mais caroços de azeitonas uns aos outros hahahahaeuh:-(((
*****estrelas para este texto
Saudações alienígenas
Sem dúvida, Claire. Não acredito que a humanidade invente hábitos novos se, algum dia, se desprender da Terra.
Obrigada, Alien :)
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