
aqui
Lavar, lavar, lavar.... Ela não fazia mais nada, senão lavar. Lavou escrupulosamente cada cantinho da cozinha. Só assim, sem parar de lavar, conseguiu tirar as nódoas de sangue do chão e das paredes.
Mais tarde havia de lavar o pátio à mangueirada, para ser um lavar diferente. Para purificar a alma. Agora tinha de se desfazer das roupas e de mais umas quantas coisitas. Nada de deixar fosse o que fosse ao desvario. Nada. Tudo tinha de ser meticulosamente pensado a partir de agora. Afinal, um erro fora cometido. Um erro. Não tinha sido de propósito, estava inocente. Testemunhas não as havia, se assim fosse seria mais fácil provar a sua inocência. Sem elas quem acreditaria em si?
Mais tarde havia de lavar o pátio à mangueirada. Sim. O pátio. Todos gostavam do pátio. Um local de reunião, de brincadeira, de alegria. As crianças adoravam. Sobretudo o mais novo. O seu pirolito lindo era quem se divertia mais. Os cães juntavam-se-lhes sempre, correndo e ladrando de alegria. O pátio parecia um ringue de patinagem artística, pois a água com sabão tornava-o propício a verdadeiras demonstrações artísticas.
Ah! Que satisfação era pensar naquele pátio e na festa que era sempre lavá-lo à mangueirada. Mas... Mais tarde. Mais tarde que agora uma nuvem cinzenta tinha-se-lhe apoderado do espírito. Outras "lavagens" lhe ocupavam a mente.
Lavar, lavar, lavar.... Mais tarde. O pátio. As crianças. Não. As crianças, não. Vermelho. Medo.
«A outra [esquerda], a que porventura sinto pertencer, anda à procura daquilo que perdeu: a confiança.»
.
«Alguns comentadores criticaram-me por tomar posição, não questionavam os argumentos, nem discordavam das posições, simplesmente achavam que deveria ficar calado numa lógica oportunista, discordando de Sócrates a atitude mais inteligente seria deixar os novos fascistas queimarem-no. (…)
(…) hoje qualquer cidadão mal amado pelos fascistas pode ser acusado de pedófilo ou de corrupto e muito antes de chegar a um tribunal para se defender já está mais destruído do que alguma vez a PIDE conseguiu em relação aos opositores à ditadura.»
in, O Jumento
Já agora, em jeito de micro-sondagem, havendo eleições antecipadas em quem votam? Relembro que os inspectores da Judiciária, mais as gentes do Ministério Público e muito menos os jornalistas e os grandes grupos económicos donos de jornais estão sujeitos ao escrutínio, mas como isto aqui é uma micro-sondagem de um blogue anónimo e anódino, podemos sempre tentar vota nesses. Afinal, quer-me parecer que há muito que são esses que querem fazer política.
«Zeferino Boal, militante do CDS/PP e candidato à presidência da Câmara de Alcochete nas últimas eleições autárquicas, é o autor da denúncia anónima que originou a investigação da Polícia Judiciária (PJ) em volta do caso Freeport, em 2004. José Sócrates é apontado neste processo como estando envolvido na alteração, em 2002, da Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo (ZPE), enquanto ministro do Ambiente, permitindo a construção daquele empreendimento de Alcochete. Em troca, o PS teria recebido dinheiro para subsidiar a campanha eleitoral para as legislativas daquele ano.»
«Os alegados factos que a Polícia inglesa utiliza para colocar sob investigação cidadãos portugueses são aqueles que lhe foram transmitidos em 2005 com base numa denúncia anónima, numa fase embrionária da investigação, contendo hipóteses que até hoje não foi possível confirmar, pelo que não há suspeitas fundadas.»
_______
(*)Admito que já não me lembrava do nome do homem, mas uma pequena busca no Google resolveu a coisa. Este Google é mesmo um excelente auxiliar de memória para quem o quer usar!
Ao Sonho e às curvas da vida onde nos haveremos de encontrar...
27-12-2001
(e, sim, neste momento apenas comento o cabelo do Portas; o homem e as suas ideias não me merecem qualquer atenção e nem entendo porque insiste que tem direito a atenção alguma)
_____
Pronto, eu explico: para além das conversas óbvias, dou uma volta e descubro a Rosarinho às voltas com a loucura, o Ivar a falar das Brancas de Neve de hoje, o Tozé de castanhas, o Miguel prefere fazer referência a vacas açorianas, ao Zé deu-lhe para a política, a I exaspera com a religião e os améns, o Espumante perde um guarda-chuva a que chama chapéu, a Emiele descobre que no Japão se alugam gatos para afagar o bicho (e parece que não há chulos à mistura), o Dragão receita merda, a Maria Árvore inspecciona a distribuição da melanina e o Patologista fotografa mel e pensa em surrealismo.
E ainda nem acabei de dar a volta, lol.
Era a tarde mais longa de todas as tardes
que me acontecia
eu esperava por ti, tu não vinhas
tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca,
tardando-lhe o beijo, mordia
quando à boca da noite surgiste
na tarde tal rosa tardia
quando nós nos olhamos tardamos no beijo
que a boca pedia
e na tarde ficámos unidos ardendo na luz
que morria
em nós dois nessa tarde em que tanto
tardaste o sol amanhecia
era tarde de mais para haver outra noite
para haver outro dia.
Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza.
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza.
Foi a noite mais bela de todas as noites
Que me aconteceram
Dos nocturnos silencios que à noite
De aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois
Corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa
De fogo fizeram.
Foram noites e noites que numa só noite
Nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites
Que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles
Que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto
Se amarem, vivendo morreram.
Eu não sei, meu amor, se o que digo
É ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo
E acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste
Dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida
De mágoa e de espanto.
Meu amor, nunca é tarde nem cedo
Para quem se quer tanto.
«A regueifa tem uma forma de rosca e é feita com farinha de boa qualidade (...) É típica do Norte de Portugal, sendo conhecida desde o Minho até à região de Aveiro. (...) popularizou-se como pão domingueiro.»
in, Wikipedia
.
«Em Gondomar, onde terão tido lugar os supostos casamentos, a população já se tinha apercebido da presença constante de paquistaneses e marroquinos. Terá sido na conservatória do Registo Civil de Gondomar que terá tido lugar a maioria dos alegados casamentos por conveniência. Só no ano passado as autoridades calculam que tenham ocorrido mais de 300 casamentos.»
(notícia aqui)