2008-10-02

As empatas


aqui

Há um certo tipo de fêmea que, chegada a certa idade – normalmente os 40 ou lá perto – aloira. Na verdade, continuam a ser as mulheres de sempre, mas agora conseguem parecer mais parvas e histéricas do que a pior das miúdas com demasiada liberdade e ainda menos juízo. E, tal como as miúdas que quando começam a sair à noite exageram na maquilhagem para disfarçarem na idade, também este tipo de mulher se esforça demasiado para parecer o que já não é.

Por isso digo que aloiram. Como se, chegadas a essa tal idade – provavelmente já descasadas várias vezes e a começarem a sentir um certo peso de alguma coisa que as faz temerem a falta de outro peso –, se dirigissem aos magotes aos mesmos cabeleireiros e às mesmas lojas e, depois, aos mesmos restaurantes e aos mesmos bares, ficando todas pavorosamente parecidas: um borrão de gajedo à caça.

Histriónicas e barulhentas (sempre muito barulhentas, com muito gritinho e beijinho e abracinho e o caralhinho), falam demasiado alto, ocupam toda a casa de banho e, coisa estranha, fazem-se de burras. Não chego a entender porque quer alguém parecer assim burra, mas talvez seja para não fazerem fugir a caça que sobra; ou então para poderem, umas perante as outras, manterem-se inofensivamente parecidas e de unhas bem escondidas, que as mulheres de que falo têm sempre muitas amigas com exactamente as mesmas preocupações, esgares e maleitas e até a mesma hora para mijarem.

E é vê-las a (des)conversarem sobre carteiras e sobre sapatos e sobre gajos (enquanto empatam na casa de banho do restaurante) para ficarem sempre num determinado patamar de conforto onde a conversa precisa ser inócua e não potenciadora de conflitos. Depois, muitas delas talvez temam estar a perder a vez para as pitinhas da nova geração com tudo ainda no sítio e desatam a procurar uma certa visibilidade que lhes permita manterem alguma ilusão do holofote.

E estaria tudo bem, não fosse estas cabras encafuarem-se todas ao mesmo tempo nas casas de banho, a enconarem a vida de quem tem mais o que fazer.

9 comentários:

Maria Arvore disse...

lol lol lol

Essas gajas vestem-se todas com a mesma «bata» para diminuir a concorrência e soltarem o trunfo do «já assámos muito frango» o que funciona de acordo com os dias de aparência de sucesso que vivemos. Mas é totalmente justo o teu protesto e até devia haver uma sinaléctica que só permitesse uma pessoa de cada vez nos wc's públicos: acabavam-se com as piadas das mulheres irem juntas à casa-de-banho e as conversas do local.

Hipatia disse...

Vou contar-te uma coisa: perto do sítio onde trabalho estão a organizar uma festa popular, com barracos de farturas e afins a ocupar cada centímetro livre do pouco espaço que sobra para pôr o carro. Ora, um desses espaços é um parque de estacionamento público. Hoje, depois de não sei quantas voltas à procura de lugar, dou com duas cadeirinhas verdes da tal da barraca da fartura a guardar um lugar. Passei-me! Saquei de travão de mão, tirei o cinto, sai do carro e atirei com as cadeiras para longe. Depois estacionei e fui trabalhar. Antes disso, claro, ainda disse à puta da gaja que já me atazanava o juízo que o lugar era dela e estava reservado e assim que chamasse a polícia. Mas que o fizesse mesmo, que eu queria só ver quem é que tirava o meu carro de um sítio onde estava bem estacionado e sem qualquer sinalética legal a impedir-me de o fazer. Para completar o ramalhete, ainda a informei que se me continuasse a foder os cornos chamava a ASAE para lhe vistoriar os óleos e as garrafas do gás. Ai calou-se. E eu fui trabalhar. Depois, fui almoçar e lá tive de tirar o carro. Apanhei com umas cromas no restaurante e, ao chegar ao mesmo parque de estacionamento, lá estavam as putas das cadeiras outra vez. Desta vez não sai do carro; limitei-me a buzinar. E precisavas só ver a gaja a correr para tirar as cadeiras. Acho que, amanhã, tenho lugar reservado. Mas, como podes ver, hoje apanharam as loiras burras por muito mais. E, hoje, é dia de fechar o blogue que, depois deste post, desta resposta e das coisas que já andei a escrever no Apenas + 1, acho que é melhor ir dormir :(((

I. disse...

Hi-pa-ti-a!
Hi-pa-ti-a!
Hi-pa-ti-a!

Depois de ler o post e o teu comentário, é só o que me apetece dizer, pá. És grande, mulher!

A essas gajas que aloiram aos 40 e cujos cérebros, vítimas das infiltrações de descolorante, parecem mirrar, eu chamo as tiazorras. Não tem nada a ver com escalão social: a maior parte delas, aliás, não tem dinheiro nem para mandar cantar um cego. Mas fingem, olé.
E como diz a Maria Árvore, vestem todas de igual, igualinho! É impressionante. A Boutique Tia tem cá uma saída! (nota: a boutique tia tb é conhecida como boutique alcofa: imitações made in china, directamente da feira de cascais. mas elas negam até à morte, se preciso for)

TheOldMan disse...

Uff!...

Já pensava que era só eu que andava a "ver coisas", Hipatia.

Como n'"O Sexto Sentido" (I see dead people...).


;-)

Maria Arvore disse...

Hipatia,
como hoje é um novo dia e depois de te ler tanta lucidez no Apenas + 1 porque não a transformas em post?... :)

Hipatia disse...

Sou só uma gaja muito cansada, com demasiado para fazer e preocupações completamente a leste deste tipo de galinheiro. Talvez seja apenas culpa minha, mas não tenho cu para certas coisas. Depois, ando mesmo muito farta de abusos e aquelas cadeirinhas foram a gota de água de uma semana horrível que, hoje, finalmente se acabou.

E, sim, até sei que muitas mandam as empregadas às compras a essas lojas feirex. Um must!

Hipatia disse...

LOL! De facto, Old Man, algumas – mais as suas manias das dietas – parecem cruzetas à espera do enterro. Mas eu não me dou lá muito bem com múmias: faço alergia ao pó ;-)

Hipatia disse...

Por ser um novo dia e não ter corrido muito melhor, o fel continua a brotar cá pela Voz, como podes ver acima.

Estavas a sugerir que fosse buscar o comentário ao Apenas + 1 e o colocasse como post? Aquela coisa cheia de palavrões e irritação? Bem, se o estado de humor se prolongar pelo fim-de-semana sou bem capaz de o fazer :D

Anónimo disse...

Mais Vozes

A versão feminina do quando mija um português mijam logo dois ou três ? curioso , nos gajos a coisa ainda se justifica com a curiosidade referente ás medidas. Nas gajas ,pensava já ter sido provado cientificamente de que quando iam aos pares, a que ficava de pé, serviria de sacudidor de modo a libertar o ultimo pinguinho de urina da amiga. Catrefadas de gajas na casa de banho é coisinha para se meter a CIA a investigar. Quem sabe não estará aqui a resolução da crise económica do ocidente quem sabe se não haverá aqui um mercado a explorar.

Continuando na questão económica não devemos esquecer que esta coisa da importação di gatinhas do brazzzzzil veio alterar em muito as regras do mercado

A regra é simples: a muita oferta di gatinha é directamente proporcional á escassez de rebarbados

A historia já era conhecida do mercado automóvel quando baixam os custos dos novos diminui a procura dos velhos.

Vamos lá ver é se esta historia não alastra ao mercado masculino vamos lá ver se depois de tanta bonança não se estará para ai a criar nenhuma tempestade
frogas | 10.03.08 - 8:19 pm | #

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Não acho que haja escassez de rebarbados, Frogas. Nem que as gatinhas do Brasil sejam o problema. Acho que tudo se resume a essa necessidade estranha de se juntarem todas à mesma hora para mijarem, enquanto cagam postas de pescada
Hipatia | Homepage | 10.04.08 - 1:30 pm | #

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Minha amiga quando vires muito pescador em terra é porque não há peixe no mar . claro que reconheço que casas de banho são locais estranhos para manifestações ,mas como já não tenho idade para continuar a tentar entender as gajas fico –me com estas ideias .
frogas | 10.04.08 - 3:46 pm | #

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Continuo a achar que o problema está no rebanho e não na falta ou presença do pastor
Hipatia | Homepage | 10.04.08 - 4:22 pm | #