2008-10-27

hmm...


aqui


Eu a pensar que o lápis azul era avermelhado e, vai-se a ver, saiu mais para o cor-de-rosa.


(à parte a brincadeira, se alguém algum dia provar que existe violação de sigilo profissional, não importa em que ponto da hierarquia, acho bem que sejam tomadas as medidas necessárias; e quem não quer assuntos privados em e-mails profissionais, não usa o tempo nem a banda larga do empregador para essas gracinhas)

8 comentários:

PreDatado disse...

Por um ladoo teu parentesis tem razão de ser, mas a PIDE está instalada de novo. Tem outros nomes e outras faces e parece que não arranca unhas, mas leva dedos e aneis e tudo.

Hipatia disse...

Sem dúvida, Pre. Não discuto que há ingerências, muito menos que muitas são absurdas e pidescas. Mas podemos mesmo questionar que, do lado do povinho com acesso a um e-mail profissional e, na maioria dos casos, à Internet, há gente que abusa? É por isso que lá está o parêntesis: as pessoas abusam e precisam saber que, no trabalho, é de trabalho que se trata. Se desbaratam o tempo de trabalho em assuntos pessoais, porque não deverão sofrer as consequências? E se chegam a violar o sigilo profissional - que para mim deveria ser sagrado - porque se espantam e assustam apenas sob a ameaça de uma auditoria? Não está aí uma justa causa para um despedimento? Se nem cumprem essa simples obrigação de respeito pelo emprego que têm, pela organização que representam, pelo brio indispensável a quem exerce qualquer coisa a troco de remuneração? E porquê? Politiquices, dor de corno, inveja, uns quebrados poucos aqui e além, pura falta de vergonha? Aliás, quer-me parecer que muita da reacção que vi a esta situação tem a ver com o facto de, nas costas dos outros, se verem demasiado as nossas. E este "nossas" obviamente que generaliza que, nisso, tenho mesmo a consciência tranquila: e-mail privado para assuntos privados e e-mail profissional para assuntos profissionais. E nunca venho para a net nem para o blogue "brincar" em horário laboral. Depois, sabes tão bem como eu, há aqueles que, quando chega a hora de picar o ponto, saem porta fora esteja ou não o serviço feito; como há os outros que não gostam de ver serviço por fazer. Uns e outros, podem ou não andar a desbaratar tempo em brincadeiras durante o horário de expediente. Mas os primeiros são nocivos e, provavelmente, os tais que dizem que trabalham mas nunca apresentam nada. E esses, infelizmente, são um muito bom exemplo de uma certa mentalidade, de gente que tem emprego, mas não trabalha. Que tantos estejam na função pública é que nem admira. Numa empresa privada, este tipo de monitorização é óbvia e todos sabem que há. Como há consequências para quem pisar o risco, muito especialmente se violarem a confiança que a empresa neles deposita, transladando segredos. Obviamente que essa parte não fica provada no caso em apreço e, no entanto, não te parece estranho que, por exemplo, daqueles lados já tenhas ficado a saber quais eram as declarações de rendimento da actual líder do PSD?

A Tendinha disse...

Só mudou a cor do lápis... e as moscas!

Hipatia disse...

A cor do lápis vai sempre mudando ao sabor das conveniências, Noitinha :)

PreDatado disse...

Não tenhas duvidas que também por causa deste detalhe posterior das razões do teu parentesis continuo a afirmar que o teu parentesis tem razão de ser. O meu receio não é que se audite e se puna quem deva ser punido. Eu tenho medo é dos meios para atingir os fins. Houve quem lesse, relesse e estudasse detalhadamente Maquiavel e não falhe na política de Big Brother. É só dar tempo ao tempo. E esses é que são os meus receios. Quanto à última pergunta neste post, não parece estranho, nada estranho mesmo. E nem termino dizendo que sabes do que estou a falar pois não dou para o peditório do Octávio.
Um beijinho.

Hipatia disse...

Acho que, no fundo, estamos os dois de acordo, não é? Os meios também me assustam, mas os fins precisam estar delimitados.

E que já me fizeste rir com essa do "peditório do Octávio"! Tens razão :D

I. disse...

Tenho que concordar com o que dizes. Trabalho é trabalho, conhaque é conhaque. E na banda larga paga pelo patrão não há cá confidencialidades...

Hipatia disse...

Assusta-me a forma como, "pequenas" noções dessas, são facilmente confundíveis. E, ainda que ache a ingerência absolutamente daninha, penso que pior é que cada um não pondere as consequências de abusar no seu posto de trabalho dos benefícios que lhe são dados num contexto laboral. E, depois, fico sempre chocada com a quantidade de virgens ofendidas que aparecem nestas coisas. Como se andassem completamente desligados da realidade do País. Como se não soubesses bem a quantidade de gente que, quando lhe dão um cartão dourado de crédito, tratam logo de marcar almoços nos restaurantes mais caros e de namorados a tiracolo. O resto é mais do mesmo, quer em ponto grande, quer em ponto pequeno. Se houvesse maior e melhor controlo, às tantas não era preciso remendar à posteriori o que já nem conserto tem.