2008-10-04

Mal-humorada

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Mantém-se o mau humor como previsto. E, apesar do sol que continua a fazer ali fora e para onde penso fugir de seguida, acordei tão bem disposta como tenho andado nos últimos dias. Estou mesmo numa fase do “saiam-me da frente ou dou cabo desta merda toda”. Acho que já deu para notar, não é? E, sim Maria Árvore, talvez não seja má ideia trazer o comentário para aqui. Talvez evite assim palavrinhas raivosas sobre outro assunto qualquer, que ultimamente o que menos falta são tretas para me mandarem aos arames. Cá está ele, quase tal e qual como o deixei na caixa de comentários do Apenas + 1. Mas a um Sábado que é, normalmente, dia de poucas leituras. Não quero contaminar ninguém.


hipatia said, on Outubro 2nd, 2008 at


Foda-se para o peditório do código de conduta dos blogues! Estou farta da conversa e das entrelinhas que lhe apanho. Essa não é a minha blogosfera. Como não era a minha blogosfera aquela enxovalhada na TV há uns tempos. Cada um que enfie a carapuça que quer. Mas não me venham com merdas: o facto de me recusar a ser parte do gangue deles é a única desculpa que antevejo para me tentarem obrigar a vestir uma camisinha de varas fascizóide. Com um bocado de sorte, talvez se esqueçam de mim. Sempre fiz por isso, aliás: no 5º ano de blogue vivo e a publicar regularmente, nunca me cheguei a links daninhos de uma mainstream que a todos parece apetecer, mas de onde me mantenho convenientemente afastada. E não os tenho na lista de bloggers que linko nem nunca vão estar. E nem os cito sequer, que na maior parte dos dias pura e simplesmente me recuso a reconhecer que existem e, nos outros, faço de conta que pertencem a raça diferente. E, sim, eu penso pela minha cabeça e não deixo que pseudo-jornalistas ou alguns à espera do lugar se transformem em fazedores da minha opinião. Por deformação profissional – e nessa minha “deformação” as regras com que se cose um texto são bem mais estritas do que os copy-pastes que os jornais fazem da “Lusa” ou os comentadores fazem uns dos outros ou de bloggers estrangeiros que pensam que ninguém lê – sempre tive o cuidado de respeitar o trabalho alheio, mesmo se não há um único post meu que não comece com uma epígrafe e essa nunca é da minha grafia. Sei que, no que toca especialmente às imagens, as fontes devem estar há muito esquecidas. Mas na minha deformação profissional o c.f. e o apud continuam a ter valia. E não me fodam o juízo com essas tretas peganhentas. Sim, a protecção contra as violações dos direitos dos outros está mais do que consagrada na lei e só ninguém exerce os seus direitos porque, infelizmente, dá demasiado trabalho e demasiadas chatices e ainda há a filha-da-putice da Justiça à moda portuguesa que só avança para o lado que lhe dá jeito. Mas uma “ordem do bloggers”? é isso? E com um mono, tipo os gajos que estão à frente da Ordem dos Médicos ou da Ordem dos Advogados ou até da Ordem dos Arquitectos, que já foi condenada em Tribunal por achar que manda mais do que a Lei do Estado e achava que tinha direito a reconhecer mais e para além desse mesmo Estado quem é ou não arquitecto depois de terminar um curso “licenciado” – e por isso mesmo válido – pelo tal Estado que somos todos nós? Ou a treta do PM ser ou não Engenheiro, porque a Ordem só o aceita se pagar a conta? Tenham dó! Não há nada mais corporativista e mais jurássico do que isso. E não terá boas consequências, tirando para os tais mainstream que, finalmente, ficarão com o espaço só para eles, para continuarem apenas a falar entre eles e, no fim, só ficarem bem satisfeitos com o punhetório mental que conseguem com essas coisas pequeninas onde esgotam toda a tusa. Os outros, como eu, que sabem que se andarem perto da merda acabam mal-cheirosos, limitar-se-ão a fechar as portas do blogue e a arranjarem outras coisas. Como quando trocaram as newsgroups pelos chats e depois pelos fóruns e depois pela blogocoisa. Há sempre algo que vem depois. E, sozinhos, os que restarão serão uns infelizes, como aqueles que continuam a frequentar os espaços que eram antes o mainstream e de onde, entretanto, toda a gente debandou.


E tu, Eufigénio, que até já me viste a cara e até me sabes provavelmente o nome, desculpa o lençol e a irritação (e os palavões também). Mas isto tira-me mesmo do sério e estou farta. Para os outros, continuo a ser a anónima Hipátia e não peço desculpa a ninguém por ter opinião e a exercer no meu blogue.

8 comentários:

Carlos Gil disse...

lá no meu tasco acabei de pôr uma garrafa de tinto a arejar.
entretanto e como há que dar tempo aos taninos para emergirem e darem um ar da sua graça, resmunguei assim (praticamente acabo de me levantar, e não há um raio de dia que seja Dia antes de tomar uma bica :(

"o eu-minúsculo (blogger) revoltou-se com o que li. pois o omisso mas de rabo de fora é mesmo esse, cara Hipatia. porém, felizmente, tu e mais desmontaram o trono ao reizinho.... e esse rei nu é feio pra caraças! :( + ;) "

:)

Maria Arvore disse...

Obrigada por teres aceite a minha sugestão. :)
É que como concordo contigo e ando demasiada cansada para conseguir algo em termo e em jeito sobre esta questão sempre posso fazer minhas as tuas palavras. :)

Para já apenas consigo dizer que a estratégia de abanar com um papão para levar à agregação é tão velha como as armas de destruição maciça no Iraque. E da mesma forma, apenas em benefício das élites.
E como apontas, há sempre alternativas para quem quiser comunicar livremente. :)

Hipatia disse...

Há uns tempos largos, citei aqui na Voz um caramelo que se acha muito importante. E logo me apareceu na caixa de comentários a alminha a questionar "who the hell are you", assim mesmo, em inglês. Nunca cheguei a perceber o porquê do inglês, mas isso também não tem mal: pior é um caramelo achar que publica – ie, põe a público – uma opinião e que a mesma não fica depois aberta a crítica e a opiniões, quer a favor, quer contrárias, que têm exactamente a mesma valia. A beleza da liberdade de expressão é em nenhum lugar ficou amarrada à "opinião com pedigree", por mais rafeiro. Nem sujeita a censura, por mais importante que qualquer caramelo munido de lápis azul se ache. E é por isso que há links que não precisamos nem devemos fazer, já que não navegamos nas mesmas águas e as nossas não estão delimitadas por uma qualquer coutada empertigada de uma pretensa importância que não precisamos reconhecer.

Hipatia disse...

Durante anos frequentei espaços com regras bem explícitas, um deles com censura prévia de posts e comentários. Nunca deixei de dizer o que me apetecia e a única vez que não vi a minha opinião publicada foi porque resolvi pôr-lhe o título "starfuckers, inc.", o mesmo da música dos NIN. Mas, da mesma forma que esses espaços se foram esvaziando ao mesmo tempo que se tornavam obtusos, o mais certo é por aqui – mas só se deixarmos – o mesmo aconteça. Obviamente que a maioria já se organizou numa "quadratura de círculo" e parecem-me tão pobres e mesquinhos como o programa da TV que adoram deitar abaixo. Mas nós, especialmente os que nunca deixaram o Blogger, não temos que temer seja o que for. Este espaço é nosso também. E, se muitos nem a treta da publicidade têm na página – prova provada de que não andam aqui à cata dos cobres – não hão-de temer nem aceitar as tais das regras que meia dúzia de cromos a quem não reconhecemos qualquer legitimidade nos tente impor.

I. disse...

Hoje devo estar em paz e sintonia com o universo (not really) que esta polémica também me suscita a seguinte reacção: acho fofinho.

A sério, acho fofinho essa ideia de quererem regular conteúdos de blogs. Assim se repente parece-me o mesmo que querer regular conteúdos de conversas de café, porque as pessoas da mesa ao lado podem ouvir. Fofinho.

E nem sequer é novidade, diz que houve tempos em que essa regulação (bem como a proibição de ajuntamentos de mais de duas pessoas, lol) existiu. Bastava que na mesa ao lado estivesse um pide ou um bufo a tomar café.

Eu cá não quero ser pacheca pereira, sou anónima faxavor e brigadinha, quero lá saber de soundbytes e audiências mas tenho direito a debitar os meus disparates como qualquer césar das neves ou elsinha raposo. Se ofender/injuriar/difamar/ameaçar alguém, violando assim uma lei da república, venham atrás de mim e processem-me, que é para isso que servem os ip's. Caso contrário, não chateiem, que para chatice já chega ser segunda feira e ter que trabalhar para pagar os desvarios da euribor.

Hipatia disse...

Onde escreveste "pacheca" eu li "pachacha", lol. E só me lembrei nos nomes fofinhos que algumas mini-tias gostam de ostentar. E até tem uma certa lógica: isto é tudo muito de pachchice mesmo :)

Mas como a minha segunda-feira é só amanhã, hoje os humores não me dão cabo do bom humor ;-)

cereja disse...

Há qualquer coisa que me escapa. Foi o Eufigénio, A Catarina, agora tu...
Mas afinal é o quê?
Qando li a Catarina entendi que era o «roubar» posts a outros sem linkar, nem pedir. Agora entendo que se trata de 'censura' ao que se diz...? Ou não é nada disso?
Estou muito baralhada, mas como vou escrevendo no meu cantinho, com uma meia dúzia de visitantes que são sempre os mesmos, e anadando à volta dos mesmos temas que são os que mais me interessam, às vezes parece que perco o fio à meada.

Hipatia disse...

Nada de fora do normal, Emiele. Voltam à carga com a treta do "código deontológico" da blogocoisa e das regras de S. Blog (que só alguns se acham no direito de escrever) para bem blogar e até da criação de uma espécie de grémio de blogues com licença a tiracolo. Conversa velha e recorrente sempre que alguns sentem, por qualquer motivo, o chão a fugir-lhes debaixo dos pés. E, vai daí, o espartilho é sempre a proposta, como quase sempre acontece com quem ficou com demasiados tiques do antigamente.