Apetecia-me dançar nos teus braços, embrulhar o meu reflexo no teu, trepar-te lentamente como se me fizesse hera verde, ou então um maracujeiro perfumado.
Apetecia-me dançar bem devagar e ficar ali enrolada, a fazer o corpo nosso no que antes tinha sido apenas teu, apenas meu…
E de seguida aumentar o ritmo, convulsa, tresloucada, ciumenta desta distância que nos envenena a dança.
Mostrar-te depois que ainda trago a faca na liga e as unhas afiadas, prontas a escorrerem pelo teu peito como carreiros rubros. Ou a saliva morna traçando os mesmos rastos.
Roçar-me em ti até que já nem saibas como me queres, querendo-me; até já nem saber como te quero, querendo-te.
E a fome depois finalmente saciada, até que esta distância me lembre outra vez como se pode transformar a nossa paixão em tango.
Corpos desaguados de tempo e de ritmo e deste estar para aqui longe e sozinha e cansada e com tanta vontade de dançar, dançar-nos, dançar-te.
Apetecia-me dançar bem devagar e ficar ali enrolada, a fazer o corpo nosso no que antes tinha sido apenas teu, apenas meu…
E de seguida aumentar o ritmo, convulsa, tresloucada, ciumenta desta distância que nos envenena a dança.
Mostrar-te depois que ainda trago a faca na liga e as unhas afiadas, prontas a escorrerem pelo teu peito como carreiros rubros. Ou a saliva morna traçando os mesmos rastos.
Roçar-me em ti até que já nem saibas como me queres, querendo-me; até já nem saber como te quero, querendo-te.
E a fome depois finalmente saciada, até que esta distância me lembre outra vez como se pode transformar a nossa paixão em tango.
Corpos desaguados de tempo e de ritmo e deste estar para aqui longe e sozinha e cansada e com tanta vontade de dançar, dançar-nos, dançar-te.
10 comentários:
Fui lá atrás, a 2004 recordar este tango aqui fica em jeito de resposta ao teu desafio.
http://a-alma-aqui-e-alem.blogspot.com/2004_11_01_archive.html#109990597925914720
Até já.
Intenso, quente, arrebatador, tal como um tango se espera que seja.
De crisálida (enquanto enroscada) a borboleta (ao espargires as asas) como num passe de mágica, criando a alquímica Hipatia que seduz e inebria.
Magnífico!
Da distância também nasce a intensidade da dança a dois... como as tuas enérgicas palavras o demonstram no ritmo de cada parágrafo. :)
Já cá estás, Luís. Obrigada!
E fiquei com tantas saudades da Maria Branco, lol. É quando vamos assim aos arquivos que vemos como tanta gente partiu.
Obrigada, Bartolomeu :)
E então, sempre danças? ;-)
É verdade, Maria Árvore: a distância pode ser um excelente afrodisíaco ;-)
Amanhã o dia é teu :D
;)
Eu não danço o tango
É ele que me dança
Enquanto o teu corpo, o meu roçando
Vai afastando o véu
Que entre nós balança
Quando em voos flanando
Suspensos num céu
Se buscam as mãos, se encontram as bocas
Se gritam os gestos
Em manobras loucas
Rodopios lestos
Quando a perna avança
E a cintura no vórtice se quebra
És tu a dança, toda a pujança
Que o tango celebra
Espero que gostes da imagem, que já cá estás :)))
Obrigada!
WONDERFULL!!!!
Tal e qual fato feito por medida!
;))
Ora ainda bem :D
Enviar um comentário